Rastro – Festival de Cinema Documentário ganha segunda edição gratuita online

De 28 a 31 de julho na plataforma Embaúba Play.

“Land that rises and descends” (Finlândia). Divulgação.

O Rastro – Festival de Cinema Documentário chega à sua segunda edição entre 28 e 31 de julho de 2021 com uma seleção oficial formada por dez documentários do Brasil e do mundo com acesso gratuito durante os quatro dias de Festival. O ensejo de criar uma janela anual para apreciação e discussão do documentário em Brasília fez o festival nascer em 2020 e provocou sua continuidade neste ano, ainda que em versão mais compacta.

O festival foi idealizado e é realizado pela Três Produz, produtora audiovisual independente formada por Bethania Maia, Rafaella Rezende e Renata Schelb. Neste ano o Rastro será hospedado pela plataforma de streaming Embaúba Play https://embaubaplay.com/. A parceria com o Rastro é a primeira deste tipo realizada pela plataforma. A programação desta edição vem somar ao respeitável catálogo da distribuidora, que conta com uma vasta filmografia nacional e mundial, em um grande passo para o jovem festival.

“Plowing the stars” (Guadalupe).

“É um importante momento para exibir o Rastro e suas inquietações, com o desafio de trazer novidades ao público. Nesse sentido, acreditamos muito em somar forças”. Conta a diretora-geral Renata Schelb.

A curadoria do festival tem nova formação: As diretoras criativas da Três Produz, Bethania Maia, Rafaella Rezende e Renata Schelb, que acumulam experiências em diversas áreas do audiovisual, encabeçam a equipe este ano. Escolhides via edital da primeira edição, que visava selecionar pessoas em início de carreira curatorial, Bruno Victor e Letícia Bispo retornaram ao time e trazem em sua bagagem as experiências enriquecedoras que tiveram desde o ano anterior e muito insumo para as discussões. Completam o grupo o programador do icônico Cinema Dragão do Mar de Fortaleza, Pedro Azevedo

“Dope is death” (Canadá).

A equipe de curadoria visionou e discutiu filmes de 45 países espalhados pelos cinco continentes, em busca de um cinema que valesse horas a mais de tela em um momento de estafa geral. O resultado foi uma seleção oficial composta por cinco curtas e cinco longas-metragens brasileiros e estrangeiros, que trazem questões “demasiadamente humanas” e atemporais, como território, identidade e afetos. 

A diretora executiva Bethania Maia reflete: “Optamos por realizar esta edição mesmo sem patrocínio por acreditar na importância da continuidade de festivais para formação de público de um cinema não comercial, que provoca ampliação das percepções de mundo e dos conceitos de cinema e documentário. Nosso objetivo é, novamente, que ninguém saia a mesma pessoa de nossas sessões”.

“Videomemoria” (Brasil).

Como atividades paralelas que visam o encontro com o público, haverá uma cerimônia virtual de abertura a ser realizada às 20 horas do dia 28 de julho (quarta) no Instagram @festivalrastro e a transmissão de uma conversa com a curadoria no dia 30 de julho (sexta), também às 20 horas, que irá desaguar em uma web celebração.

“Lupita” (EUA/México).

Sinopses dos filmes:

Longas:

Sobradinho (Dir. Marília Hughes e Cláudio Marques, 70′, Brasil, 2020)

Das 73 mil pessoas que foram forçadas a abandonar a região de Sobradinho, Dona Pequenita foi a única a retornar. Precioso material de arquivo nos ajuda a contar essa história.

Nũhũ yãg mũ yõg hãm: Essa terra é nossa! (Dir. Isael Maxakali, Sueli Maxakali, Carolina Canguçu, Roberto Romero, 70′, Brasil, 2020)

Antigamente, os brancos não existiam e nós vivíamos caçando com os nossos

espíritos Yãmĩyxop. Mas os brancos vieram, derrubaram as matas, secaram os rios e espantaram os bichos para longe. Hoje, as nossas árvores compridas acabaram, os brancos nos cercaram e a nossa terra é pequenininha. Mas os nossos Yãmĩyxop são muito fortes e nos ensinaram as histórias e os cantos dos antigos que andaram por aqui.

“Finding Sally (Canadá).

A flecha e a farda (Dir. Miguel Antunes Ramos, 85′, Brasil, 2020)

Cinquenta anos depois de sua feitura, reaparece a filmagem da formatura da primeira e única turma da guarda rural indígena. Em 1970, oitenta indígenas marcharam fardados, no pátio de uma delegacia, para a cúpula do regime militar. Cinquenta anos depois, o filme busca estes guardas – seus corpos, suas histórias, suas memórias.

Finding Sally (Dir. Tama Dawit, 78′, Canadá, 2020)

Finding Sally conta a história de uma estudante de classe alta que se tornou rebelde comunista com o partido revolucionário do povo etíope. Idealista e apaixonada, Sally se deixou levar pelo fervor revolucionário de seu país e foi parar na lista dos mais procurados do governo militar, indo viver na clandestinidade e perdendo contato com sua família.

Dope is death (Dir. Dr. Mutulo Shakur, 82′, Canadá, 2020)

Dope is death conta a história de como o Dr. Mutulu Shakur, padrasto de Tupac Shakur, junto com os Panteras Negras e os jovens lordes combinaram saúde da comunidade com política radical para criar o primeiro programa de desintoxicação por acupuntura nos EUA em 1973 – um projeto visionário que acabou sendo considerado também perigoso.

“A flecha e a farda” (Brasil).

Curtas:

Videomemoria (Dir. Aiano Bemfica, Pedro Maia de Brito, 23, Brasil, 2020)

O tempo passa como um cigarro fumado a noite

quando através de sua fumaça vejo

cada imagem daqueles dias que ainda lembro

para sorrindo chorar nossas glórias

Pele manchada (Dir. Victor Mota, 6′, Brasil, 2020)

Decidi visitar a casa da minha vó na quarentena.

“Sobradinho (Brasil).

Plowing the stars (Dir. Wally Fall, 14′, Guadalupe, 2020)

A caminho de encontrar seu pai, uma mulher reflete sobre sua vida. Durante a jornada, o país lhe parece vazio e, aos poucos, lembranças de vidas passadas retornam a ela. Seriam memórias reais ou apenas sonhos?

Lupita (Dir. Monica Wise, 21′, EUA/México, 2020)

Lupita, uma mulher tsotsil maya e sobrevivente de um massacre, torna-se porta-voz de seu povo em um movimento indígena mexicano liderado por mulheres.

Land that rises and descends (Dir. Moona Pennanen, 21´, Finlândia, 2020)

O filme começa com uma pesquisa sobre o repositório mitológico da Finlândia: O arquipélago Kvarken. A geografia moldou as comunidades humanas e animais que vivem lá. Uma das maneiras pelas quais os habitantes de Kvarken tentaram controlar e se conectar com seus arredores é participando de rituais antigos. Em última análise, o filme é sobre as maneiras pelas quais humanos e animais tentaram encontrar consolo em seu entorno contra as ameaças existenciais e físicas.

“Pele machada” (Brasil).

Rastro – Festival de Cinema Documentário
De 28 a 31 de julho
Abertura: 28 de julho às 20 horas
Debate com a curadoria: 30 de julho às 20 horas
Para assistir: https://embaubaplay.com/
Site: www.festivalrastro.com
Instagram: @festivalrastro
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