2ª Mostra Cinema Português Contemporâneo.

Angst. Divulgação.
Angst. Divulgação.

A nova safra do cinema português ganha mostra no Cine Brasília, de 12 a 19 de dezembro, com entrada franca. A programação traz dez filmes produzidos entre 2000 e 2012, dentre curtas e longas-metragens premiados em diversos festivais internacionais.

A curadoria de Carolina Dias e José Barahona selecionou obras que representam a diversidade e liberdade criativa, sem seguir convenções comerciais estéticas, formais e temáticas. A lista possui filmes de ficção, animação e experimentais, de cineastas consagrados e também de jovens cineastas.

“O objetivo da Mostra Cinema Português Contemporâneo é ser um espaço anual do cinema português no Brasil, dando a conhecer ou a rever uma seleção de filmes portugueses de grande qualidade, mas pouco exibidos no Brasil”, afirmam os diretores e curadores da mostra.

PROGRAMAÇÃO:

Quinta-feira (12/12)
19h – Direto (curta/13’), de Luís Alvarães e Luís Mário Lopes
A Nossa Forma de Vida (longa/doc/91’), Pedro Felipe Marques
21h – A Cara Que Mereces (longa/108’), de Miguel Gomes

Sexta-feira (13/12)
19h – Rafa (curta/25’), de João Salaviza
Angst (longa/doc/53’), de Graça Castanheira
21h – Embargo (longa/ ficção/83’), de António Ferreira

Sábado (14/12)
19h – Super vodka (curta/ ficção/20’), de Leandro Silva
A Arca do Éden (longa/doc/80’), de Marcelo Felix;
21h – Hope (curta/13’), de Pedro Sena Nunes
O Fantasma (longa/90’), de João Pedro Rodrigues

Domingo (15/12)
19h – Jongo (curta/ ficção/15’), de Tiago Souza
O manuscrito perdido (longa/doc/80’), de José Barahona
21h – Posfácio nas Confecções Cunhão (curta/ficção/30’), de António Ferreira
O Barão (longa/88’), de Edgar Pera

Segunda-feira (16/12)
18h – É na Terra Não é na Lua (longa/doc/185’), de Gonçalo Tocha
21h – Vazante (curta/ficção/14’), de Pedro Flores
Branca de Neve (longa/75’), de João César Monteiro

Terça-feira (17/12)
19h – A Vingança de Uma Mulher (longa/100’), de Rita Azevedo Gomes
21h – Alice (longa/102’), de Marco Martins

Quarta-feira (18/12)
19h – Kuduro, Fogo no Museke (Documentário, 52’), de Jorge António
21h – Luanda a Fábrica da Música (Documentário/56’), de Kiluanje Liberdade e Inês Gonçalves

Quinta-feira (19/12)
19h e 21h – Os dois filmes preferidos do público

SINOPSES

LONGAS

A ARCA DO ÉDEN, Doc., 80 min, 2011, Livre
Dir: Marcelo Félix
Uma viagem em vários tempos. Uma viagem de salvamento (de uma floresta com todas as plantas existentes, ameaçada de extinção; de um conhecimento do mundo e das maneiras de o lembrar; de imagens quase perdidas que têm de ser descobertas e restauradas), cuja imensidão os seus protagonistas vão percebendo à medida que enfrentam a sua complexidade. Uma viagem feita de presente e de memórias: onde relances de histórias esquecidas e precárias visões contemporâneas participam de uma mesma luta contra o tempo.
Prêmios: Melhor Filme Sobre Arte – Festival TEMPS D’IMAGES, Lisboa, 2011;
Melhor Filme – MOVE CINE ARTE, Monte Verde, Brasil, 2012

A CARA QUE MERECES, Ficção, 108’, 2004, 10 anos
Dir. Miguel Gomes
Francisco, comporta-te! Bem sei que hoje fazes 30 anos, que é carnaval e que vestes de cowboy na festa do colégio, cercado por miúdos que detestas. Controla-te, rapaz…! Não vês que assim já não te aturam? E depois, como é que é? Partes a cabeça, vais para o hospital, ficas com sarampo e já não tens ninguém para tratar de ti… Como à Branca de Neve, davam-te jeito sete anões… Francisco, repete comigo: “Até aos trinta anos tens a cara que Deus te deu, depois tens a cara que mereces”.
Prêmios: Prêmio de Melhor Fotografia para um filme português, Prêmio da Crítica – IndieLisboa 2004; Menção Honrosa – Festival de Cinema da Covilhã 2004

A NOSSA FORMA DE VIDA, Doc., 91min, 2011, 10 anos
Dir: Pedro Filipe Marques
Na cauda da Europa, oito andares acima d’água, o casamento entre o eterno proletário Armando e a dona de casa Maria Fernanda sobrevive há 60 anos. Como parceiros do mesmo crime, a partilha das suas visões do mundo transforma o quotidiano de um país em decadência econômica numa breve comédia da vida. Num filme com a forma de iglu, estes guardiões do passado, deixam o mundo dos mass media inundar a sua torre de controle, desenhando um retrato no presente da experiência da classe trabalhadora portuguesa.
Prêmios: Melhor Primeira Obra – DocLisboa 2011
Menção Especial do Júri do Prêmio Joris Ivens – Cinéma du Réel 2012
Menção Especial do Júri – Documenta Madrid 2012
Grande Prêmio do Festival, Cidade de Coimbra; Prêmio para o Melhor Realizador; Prêmio D. Quijote, FICC/IFSS do Júri Internacional e dos Cineclubes – Caminhos do Cinema Português 2012
Extra Muros Award – 7th PRAVO LJUDSKI Film festival 2012 (Sarajevo, Bosnia Hersegovina)

A VINGANÇA DE UMA MULHER, Ficção, 2011, 100min, 16 anos
Dir: Rita Azevedo Gomes
Roberto é um dandy! É um ser impassível, indecifrável e daí, enigmático. Goza do prazer aristocrático de causar espanto. Das mulheres, que conhece em todas as variedades da sua espécie e raça, já nada o pode espantar. A verdade é que Roberto sente o profundo tédio de quem esgotou todos os prazeres e encantos desta vida. No entanto… Uma certa noite, deixa-se tentar por uma mulher que o intriga e lhe lembra alguém… Nessa noite, de descida aos céus e de subida aos infernos, essa mulher escancara-lhe o suplício da vida que é agora a sua. E, no meio de terríveis prazeres, Roberto entrevê o sublime do horror em que, obstinadamente, aquela mulher mergulhou. Sai dali fechado sobre si mesmo, marcado pela visão de um certo amor que, afinal nunca viveu.
Prêmios: Melhor Filme de Ficção – XIX Cinesul Festival Ibero-Americano de Cinema e Vídeo Rio de Janeiro, 2012
Melhor Fotografia, Melhor Direção de Arte, Melhor Figurino – Caminhos do Cinema Português Coimbra, Potugal, 2012

ANGST, Documentário, 53′, 2010, 10 anos
Dir: Graça Castanheira
Optando por uma narrativa extremamente pessoal, a cineasta portuguesa Graça Castanheira elabora uma reflexão sobre o estágio atual da humanidade. Analisa os impasses do desenvolvimento humano, da superpopulação ao risco de esgotamento do espaço disponível para a ocupação do planeta e dos estoques de energia disponíveis para o funcionamento da civilização como a conhecemos. Explora, ainda, as contradições de uma espécie sem predadores que se impôs sem conseguir até agora afirmar sua superioridade com um equilíbrio sustentável.
Prêmios: Prêmio Ulisse Melhor Documentário – Festival francês CINEMED
Menção Honrosa CineEco 2011 e o Prêmio da Juventude Universidade Lusófona,
Prémio de Melhor Documentário Troféu Andorinha Curta – Festival Cineport 2011

É NA TERRA NÃO É NA LUA, Doc, 185min, 2011, 10 anos
Dir: Gonçalo Tocha
Um homem-câmara e um homem-som chegam à Ilha do Corvo, um rochedo de 17km2, uma cratera de vulcão e uma única vila de 440 pessoas. Gradualmente a equipa de rodagem é aceite como habitante, mais duas pessoas a juntar a uma civilização com quase 500 anos de vida mas com poucos registos e memória escrita.
Prêmios: Menção Especial do Júri na Competição Cineastas do Presente – Festival de Locarno (Suíça)
Grande Prêmio para melhor filme na competição internacional – Doclisboa (Portugal)
Prêmio Melhor Filme na competição “Cine del Futuro” – BAFICI (Argentina)
Prêmio “Golden Gate award for Best Documentary” – San Francisco International Film Festival (USA)
Prêmio Melhor Filme na competição “Documentários de Creaccion” – Documenta Madrid (Espanha)

EMBARGO, Portugal/Espanha/Brasil, ficção, 83’, 2010, 12 anos
Dir: António Ferreira.
A partir da obra homônima de José Saramago. Nuno é um homem que trabalha numa roulotte de bifanas (carro que vende comida típica portuguesa), mas que inventou uma máquina que promete revolucionar a indústria do calçado – um digitalizador de pés. No meio de um embargo petrolífero e deparando-se com uma estranha dificuldade, Nuno tenta obstinadamente vender a máquina, obcecado por um sucesso que o fará descurar algumas das coisas essenciais da sua vida. Quando Nuno fica estranhamente enclausurado no seu próprio carro e perde uma oportunidade única de finalmente produzir o seu invento, vê subitamente a sua vida embargada…
Menção Honrosa do Júri Internacional, Fantasporto, Portugal, 2010

KUDURO, FOGO NO MUSEKE, Documentário, 52min, 2007, 16 anos
Dir: Jorge António
Desde a sua independência, nunca Angola tinha assistido a um movimento cultural tão dinâmico e tão polêmico como o Kuduro. Nenhum outro gênero musical ultrapassou tão rapidamente as fronteiras e se tornou um fenômeno internacional. Kuduro, Fogo no Museke é o retrato social e cultural de uma nova geração, que quer acima de tudo ser a voz de uma nova Angola.

LUANDA A FÁBRICA DA MÚSICA, Documentário, 56 min, 2009, 14 anos
Dir: Kiluanje Liberdade e Inês Gonçalves
“Fábrica da Música”é um hino. Pode-se dizer que é um filme épico, pois mostra de ponta a ponta uma cadeia de produção: como os angolanos são capazes de criar, produzir, vender e consumir o seu próprio produto, neste caso a música. Um verdadeiro grito de independência.

O BARÃO, Ficção, 88min, 2011, 14 anos
Dir: Edgar Pêra
O barão, inspirado na obra de Branquinho da Fonseca, é um remake neuro-gótico dum filme fantasma, realizado durante a II Guerra Mundial. Proibido pelo Ditador por retratar um tiranete, um vampiro marialva que aterrorizava os habitantes duma região montanhosa. A narrativa, expressionisticamente hipnótica, conduz o Inspector-Narrador-Espectador por uma natureza insólita até ao castelo do Barão. O Barão é um camaleão emocional. Ora se apresenta dócil, ou irascível, um homem-javali, “uma pura besta”. Vive um amor aprisionado, dentro e fora de si. Um amor inatingível. Um ideal corrompido. Idalina, criada aristocrata paira pelo castelo. A sua esguia e esquiva figura perturba o Inspector. E o Barão. O Inspector é arrastado para uma noite sem contornos definidos. Figuras mitológicas irrompem no intervalo: uma Tuna escravizada, músicos encapuçados liderados por um maestro ciclope. Terror Castiço. Tudo se precipita.

O FANTASMA, Ficção, 90’, 2000, 18 anos
Dir: João Pedro Rodrigues
Sérgio passa os dias entre um quarto alugado num hotel barato, sexo anônimo e o seu trabalho na recolha do lixo do setor norte de Lisboa. Ma suma noite os seus olhos se deparam com o fantasma dos seus sonhos, e ele acorda na obsessão do amor…
Prêmios: Melhor Filme Estrangeiro, Festival de Belfort – Entrevues
Melhor Filme – New Festival, Nova York
Seleção oficial do Festival de Veneza

O MANUSCRITO PERDIDO, Portugal/Brasil, documentário, 81min, 2010, 10 anos
Dir: José Barahona.
Através da busca pelo manuscrito perdido de Fradique Mendes, um poeta e aventureiro português do século XIX, o filme nos faz refletir sobre a colonização portuguesa, as origens da sociedade brasileira e algumas questões sociais contemporâneas como a luta pela terra.
Prêmio TV Brasil Melhor Longa Metragem, 15ª Mostra Internacional do Filme Etnográfico, RJ, 2011
Prêmio Connecticut College 2012, Connecticut College Research Film Festival
Menção Honrosa, Festival Internacional Diáspora, Cultura e Cidadania, Lyon 2012

CURTAS

DIRECTO, Portugal, 13min, 2010, 14 anos
Dir: Luís Alvarães e Luís Mário Lopes
Enquanto a empregada põe a mesa para jantar, um casal assiste em direto, pela televisão, a um assalto a um banco. Os assaltantes fizeram dois reféns e estão na mira dos snipers. Na sala, os celulares não param de tocar. O marido revela que é ele quem tem de dar a ordem para matar os assaltantes. Já nada pode travar a execução…
Prêmios de Melhor Filme – Festival de Cinema de Arouca, 2012; Grande Prêmio do Júri AMADIS – Fest’Afilm, Festival Intern. du Film Lusophone et Francophone de Montpellier – França, 2011; Prêmio Andorinha Curta-metragem – Melhor Ficção – Cineport, Brasil, 2011

HOPE, Portugal / Experimental, 10min, 2010, 14 anos
Dir: Pedro Sena Nunes
O encontro animal entre homem e mulher concebe a prisão aquática do desejo. A mulher entrega-se a uma existência sutil, graciosa. A fusão com aquilo que a natureza em si desperta fá-la desdobrar-se em novos mundos, de fome, sobrevivência, lassidão; sublime realidade. Gera-se uma nova vida; move-se, respira, subsiste num lugar de ecos embrionários. O acordar do toque na matéria densa fá-la-á por fim confrontar-se com a sua própria efemeridade e o poder destrutivo da criação. O homem a aparecer e a desaparecer.
Vencedor Prêmio APMP – Prêmio Nacional Multimédia, Portugal, 2010; 1º Prêmio Ensaio Multimédia – Festival Curtas Sadinas, 2010; 1º Prêmio Mostra Cinema Português – Fantasporto, Portugal, 2011

JONGO, Portugal, ficção, 15min, 2013, Livre
Dir: Tiago Souza
Armindo e Helena celebram o aniversário de casamento.

POSFÁCIO NAS CONFECÇÕES CANHÕES, Portugal, ficção, 30min, 2012, Livre
Dir: António Ferreira
Posfácio trabalha na fábrica de confecções da Madame Canhão e namora com a sua filha Claudete. Tudo parece correr lindamente para o Posfácio não fossem os planos de terrorismo dos seus colegas da fábrica Marques e Mendes.

RAFA, ficção, 20min, 2012, 12 anos
Dir: João Salaviza
Às seis da manhã, Rafa descobre que a mãe está detida pela polícia. Na moto de um amigo, cruza a ponte e vai a uma esquadra no centro de Lisboa para visitá-la e esperar pela sua libertação. As horas passam. E Rafa não quer voltar para casa sozinho.
Prêmios: Urso de Ouro Curtas – Festival de Berlim 2012; Prêmio Uppsala em Memória de Ingmar Bergman – Uppsala Int. Film Festival 2012; The Small Camera – 33rd Manaki Brothers Film Festival 2012; Melhor Curta Metragem Estrangeira – FIC Luanda 2012; Melhor Som – Janela Int. de Cinema de Recife, Brasil 2012.

SUPER VODKA, Portugal, ficção, 20min, 2012, 14 anos
Dir: Leandro Silva
Três homens decidem tentar ser de novo “homens”. O escritorário, o vendedor de santas e o dono de casa fazem as malas e decidem viajar… para um bar. A mal ou a bem, esta vai ser a “noite-zero” para eles. Este é um filme sem palavras onde a comunicação acontece através do olhar. E alguma violência também…

VAZANTE, Portugal, ficção, 14min, 2012, Livre
Dir: Pedro Flores
Rita vive num universo de silêncio e fantasia. Todos os dias retorna aos mesmos lugares e aguarda o regresso de quem partiu. Mas como sabem os mais velhos: o que o mar leva, o vento não traz.

A Cara Que Mereces.
A Cara Que Mereces.

Serviço: 2ª Mostra Cinema Português Contemporâneo

Data: 12 a 19 de dezembro 

Local: Cine Brasília (EQS 106/107 sul)

Entrada Franca

Classificação Indocativa: Ver sinopses.