7ª Mostra Ecofalante de Cinema Ambiental chega a Brasília em setembro.

De 7 a 16 de setembro.

7ª Mostra Ecofalante de Cinema Ambiental
Sertão Velho Cerrado Foto: Divulgação

Após a realização de sua sétima edição em São Paulo, que exibiu 121 filmes de 31 diferentes países (todos os continentes estavam representados), atingiu público espectador de mais de 28 mil pessoas e ocupou, durante as duas primeiras semanas de junho, 32 espaços culturais, a Mostra Ecofalante de Cinema Ambiental, mais importante evento sul-americano dedicado à temática socioambiental, faz, pela primeira vez, uma itinerância em Brasília. O evento é uma realização da ONG Ecofalante em correalização com o Centro Cultural Banco do Brasil, com apoio institucional da Fundação Banco do Brasil. Ele conta também com o apoio do ICS – Instituto Clima e Sociedade e White Martins.

Entre os dias 7 e 16 de setembro, o festival ocupa a sala de cinema do Centro Cultural Banco do Brasil. Nesta itinerância, a Mostra Ecofalante de Cinema Ambiental apresenta um recorte da programação de sua sétima edição, que aconteceu em São Paulo, de 31/05 a 13/06. Estarão representados nos eventos de Brasília os seguintes programas: o Panorama Internacional Contemporâneo, a Competição Latino-americana, a Homenagem a Chico Mendes e o Concurso Curta Ecofalante (mostra competitiva de curtas universitários). Além das exibições de filmes, também será promovido um debate. Todas as atividades são gratuitas e abertas ao público.

No Panorama Internacional Contemporâneo, serão apresentados 12 títulos, entre curtas e longas-metragens, representando 14 diferentes países (há duas coproduções). Os filmes discutem temas como ‘campo’, ‘cidades’, ‘consumo’, ‘povos & lugares’, ‘preservação’ e ‘trabalho’.

7ª Mostra Ecofalante de Cinema Ambiental
Dedo na Ferida Foto: Divulgação

Dentre os destaques desta seção está o longa australiano “Triste Oceano” (de Karina Holden), documentário que é um alerta sobre o fato de que metade de toda a vida marinha do planeta foi perdida nos últimos 40 anos. O filme focaliza a luta de alguns ativistas para chamar a atenção sobre a necessidade de mudanças urgentes em nossas atitudes a fim de preservar a biodiversidade marinha. A projeção do filme acontece no dia 08/09, sábado, às 19h30.

Outro destaque é a coprodução entre Noruega e Reino Unido “Obrigado, Chuva” (de Julia Dahr), filme em que a cineasta acompanha um pequeno agricultor queniano para registrar os impactos das mudanças climáticas em sua vida. A obra foi selecionada para os festivais IDFA – Amsterdã, CPH:DOX e Hot Docs. Sua diretora foi eleita pela Forbes como uma das 30 personalidades jovens que estão definindo a mídia mundial. A sessão deste filme acontece no domingo, dia 09/09, às 19h30.

Outros nomes importantes são “Dinheiro Amargo” (dirigido pelo importante documentarista chinês Wang Bing, duplamente premiado em Veneza), “Cidadã Jane: A Luta pela Cidade” (de Matt Tyrnauer, longa-metragem sobre a ativista Jane Jacobs, que em meados do século 20 esteve envolvida em uma série de lutas contra o brutal processo de gentrificação da cidade de Nova York) e “Sociedade do Almoço Grátis” (de Christian Tod, que trata sobre a possibilidade de uma renda básica para todos os cidadãos, confrontando a opinião de especialistas e figuras-chave de diversas escolas de pensamento, da ala neoliberal à esquerda utópica).

O CCBB recebe ainda a Competição Latino-Americana, em que serão exibidos 23 dos filmes, entre longas e curtas-metragens, que concorreram ao Prêmio de Melhor Filme Latino-americano da 7ª Mostra Ecofalante. Entre os exibidos, destacamos os vencedores pelo júri das categorias Melhor Longa e Melhor Curta-metragem Latino-americanos, respectivamente: “Dedo na Ferida” (de Silvio Tendler) e “Abigail” (de Valentina Homem e Isabel Penoni). Também será mostrado o vencedor da categoria Melhor Filme pelo público, “Ser Tão Velho Cerrado” (de André D’Elia). O público ainda poderá apreciar os dois filmes que obtiveram a menção honrosa pelo júri: o média-metragem “Sob a Pata do Boi” (de Márcio Isensee e Sá) e o longa “Estado de Exceção” (de Jason O’Hara).

“Ser Tão Velho Cerrado” denuncia o processo de degradação que vem sofrendo o cerrado brasileiro, graças, entre outros, à invasão do agronegócio na região. O filme também aborda a luta e a busca de alternativas dos moradores da Chapada dos Veadeiros para a preservação e o desenvolvimento de sua região. A projeção deste filme acontece no dia do Cerrado, 11/09, terça-feira, às 18h15, e será seguida do debate “Cerrado, um bioma ameaçado”. Participarão da mesa André D’Elia, diretor de “Ser Tão Velho Cerrado”, Abílio Vinícius, do Programa Cerrado Pantanal da WWF, e Bruno Mello, fundador e presidente da Fundação Mais Cerrado.

Outro destaque importante é “Krenak”, de Rogério Corrêa, uma história da tribo indígena Krenak, desde a declaração da “guerra justa”, pelo rei português D. João 6º em 1808, até o desastre ambiental no Rio Doce, causado pela ruptura da barragem de minérios em Mariana, em 2015. A sessão do filme acontece no dia 16/09, domingo, às 17h30.

“Estado de Exceção”, que obteve Menção Honrosa de melhor longa pelo júri da 7ª Mostra Ecofalante, focaliza, às vésperas da Copa do Mundo da FIFA de 2014 e os Jogos Olímpicos Rio 2016, uma comunidade indígena urbana ameaçada de despejo. Filmado ao longo de seis anos, o filme retrata como, à medida em que os megaeventos começam a ameaçar uma série de outras comunidades, os residentes se unem para lutar em defesa dos seus direitos constitucionais. As sessões do filme acontecem na quarta-feira, 12/09, às 15h e no sábado, 15/09, às 19h30.

“Dedo na Ferida”, do veterano documentarista Silvio Tendler, de “Os Anos JK – Uma Trajetória Política”, “Jango” e “O Veneno Está na Mesa”, discute a financeirização da economia e o fim do Estado de Bem-estar Social, processos que vêm acarretando uma visível degradação na condição de vida da esmagadora maioria das pessoas e o aumento da desigualdade social no mundo. O filme será exibido no domingo, 09/09, às 15h.

Outro destaque é a produção carioca “Sob a Pata do Boi”, de Márcio Isensee e Sá, que trata da criação de gado na Amazônia (hoje, são 85 milhões de cabeças de gado, três para cada habitante da região) e de como a pecuária vem se tornando as bandeiras econômica e social da região. As sessões deste filme acontecem no sábado, 08/09, às 17h30 e na terça-feira, 11/09, às 15h.

O Melhor Curta-metragem da mostra competitiva, “Abigail” (de Isabel Penoni e Valentina Homem), retrata a indigenista Abigail Lopes, que, na década de 1950, travou contato com os índios Xavantes e esteve em missões comandadas pelo sertanista Francisco Meireles e hoje vive uma casa aberta de memórias quase extintas. O filme esteve na Quinzena dos Realizadores, em Cannes. Sua sessão acontece no dia 16/09, domingo, às 19h30.

A Competição Latino-americana conta ainda, entre outros, com os curtas “Estás Vendo Coisas”, de Bárbara Wagner e Benjamin de Burca, selecionado para o Festival de Berlim e vencedor do prêmio Canal Brasil no Festival de Vitória e “O Delírio é a Redenção dos Aflitos”, que esteve selecionado em Cannes, na seção Semana da Crítica e foi premiado no Festival de Brasília do Cinema Brasileiro como melhor direção, melhor roteiro e melhor direção de arte.

Completando a programação de longas latino-americanos, estão: “Água Mole Pedra Dura” (de James Robert Lloyd e Flávia Angélico), uma investigação sobre a maior crise hídrica da história de São Paulo; “Quilombo Rio dos Macacos” (de Josias Pires Neto) sobre o conflito pela propriedade daquela terra de uso tradicional, que é também reivindicada pela Marinha, o filme documenta graves violações de direitos humanos, registra processos de negociação e aspectos culturais, simbólicos e características do território; “Rio Verde, O Tempo dos Yakurunas” (de Alvaro Sarmiento e Diego Sarmiento), uma jornada poética pelas profundezas da Amazônia guiado por cantos ayahuasca; “Espólio da Cidade” (de Paulo Murilo Fonseca e André Turazzi), que aborda a tensão entre memória e desenvolvimento urbano, além da complexidade das questões ligadas a preservação e a conservação do patrimônio arquitetônico da cidade de São Paulo; e o chileno “Terra Solitária” (de Tiziana Panizza), sobre um dos mais isolados lugares habitados do planeta, a Ilha de Páscoa, destino turístico que já serviu de prisão.

A sessão em homenagem a Chico Mendes, que lembra os 30 anos de seu assassinato, traz o longa “Crianças da Amazônia” (de Denise Zmekhol). Nele, percorremos com a cineasta a rodovia BR 364, 15 anos após sua última passagem pela região, momento em que encontrou Chico Mendes, denunciando as mudanças e degradações ocorridas em nome do progresso.

A mostra competitiva Concurso Curta Ecofalante selecionou nove filmes, oriundos de instituições de ensino de Brasília, Mato Grosso, Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo. São eles: “Árvore de Sangue” (UFRJ – Universidade Federal do Rio de Janeiro), de Igor Leite Araújo; “Carne e Casca” (AIC – Academia Internacional de Cinema), de Dani Drumond; “Concreta Memória” (É Nóis na Fita – Curso Gratuito de Cinema), de Vitor Xavier; “Dos Antigos aos Filhos do Amanhã” (PUC-Rio – Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro), de Leonardo A. Gelio; “Òpárá de Òsùn: Quando Tudo Nasce” (Unirio – Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro), de Pâmela Peregrino; “Vazio do Lado de Fora” (UFF – Universidade Federal Fluminense), de Eduardo Brandão Pinto; “Outro Fogo” (de UnB – Universidade de Brasília), de Guilherme Moura Fagundes; “O Conto do Burro Amarelo” (UFMG – Universidade Federal de Minas Gerais), de Diana Mendes; e o grande vencedor do Prêmio de Melhor Curta Universitário, “Xavante: Memória, Cultura e Resistência” (UFMT – Universidade Federal do Mato Grosso), de Gilson Costa.

Programação Itinerância Nacional – Brasília

07 de setembro – sexta
15h30
A Terra Não Pôde Falar (EUA, 31′) 12anos
N-Água (Itália, 52′) 12 [P&L]
17h30
Nanã (Brasil, 25′)
Terras Brasileiras (Brasil, 55’) 12 [Latina]
19h30
Às Margens (Coréia, 12′) 12
Cidadã Jane: A Luta pela Cidade (EUA, 96′) [Cidades]

08 de setembro – sábado
15h
Quilombo Rio dos Macacos (Brasil, 120′) [Latina]
17h30
Berta Vive (Honduras, 30′)
Sob a Pata do Boi (Brasil, 49’) [Latina]
19h30
Natureza: Todos os Direitos Reservados (Holanda, 21′) [Consumo]
Triste Oceano (Austrália, 76′) 10 [Preservação]

09 de setembro – domingo
15h
Corp (Argentina, 9′)
Dedo na Ferida (Brasil, 90′) [Latina]
17h
Imigrantes Digitais (Suíça, 21′ ) [Consumo]
Sociedade do Almoço Grátis (Alemanha, 95′) [Trabalho]
19h30
Obrigado, Chuva (Noruega/Reino Unido, 87′) [Campo]

11 de setembro – terça
15h
Berta Vive (Honduras, 30′)
Sob a Pata do Boi (Brasil, 49’) [Latina]
16h40
Crianças da Amazônia (Brasil/EUA, 72′) [Homenagem]
18h15
Ser Tão Velho Cerrado (Brasil, 96′) [Latina]
20h00
Debate: Cerrado, um Bioma Ameaçado

12 de setembro – quarta
15h
O Delírio é a Redenção dos Aflitos (Brasil, 21′)
Estado de Exceção (Brasil/Canadá, 89’) 14 [Latina]
17h20
Às Margens (Coréia, 12′) 12
Cidadã Jane: A Luta pela Cidade (EUA, 96′) [Cidades]
19h30
Inhibitum: Boicotados (Bélgica, 8′) [Consumo]
Congo em Guerra (Canadá/EUA/Congo/Catar, 91’) 16 [P&L]

13 de setembro – quinta
15h
Árvore de Sangue (Brasil, 21’) 10
Dos Antigos aos Filhos do Amanhã (Brasil, 30’)
Òpárá de Òsùn: Quando Tudo Nasce (Brasil, 4’)
O Conto do Burro Amarelo (Brasil, 30’) [Concurso]
16h45
Dinheiro Amargo (China, 152′) [Trabalho]
19h40
Nanã (Brasil, 25′)
Terras Brasileiras (Brasil, 55’) 12 [Latina]

14 de setembro – sexta
15h30
Outro Fogo (Brasil, 21’)
Carne e Casca (Brasil, 17’)
Vazio do Lado de Fora (Brasil, 22’)
Concreta Memória (Brasil, 6’) 10
Xavante: Memória, Cultura e Resistência (Brasil, 19’) [Concurso]
17h30
Estamos Todos Aqui (Brasil, 20′) 12
Espólio da Cidade (Brasil, 78′) [Latina]
19h30
Plantae (Brasil, 10’)
Terra Solitária (Chile, 107′) [Latina]

15 de setembro – sábado
15h30
Ser Tão Velho Cerrado (Brasil, 96′) [Latina]
17h30
Estás Vendo Coisas (Brasil, 18’)
Água Mole Pedra Dura (Brasil, 68′) [Latina]
19h30
O Delírio é a Redenção dos Aflitos (Brasil, 21′)
Estado de Exceção (Brasil/Canadá, 89’) 14 [Latina]

16 de setembro – domingo
15h30
Histórias do Cumaru (Brasil, 8’) [Latina]
Fantasia de Índio (Brasil, 18’)
A Terceira Margem (Brasil/França, 56′) 10 [Latina]
17h30
Fronteira Invisível (Argentina/Bélgica, 28′)
Krenak (Brasil, 74′ ) [Latina]
19h30
Abigail (Brasil, 17′)
Rio Verde: O Tempo dos Yakurunas (Peru, 70’) 14 [Latina]

7ª Mostra Ecofalante de Cinema Ambiental – Itinerância Brasília
Data: 7 a 16 de setembro
Entrada franca
Local: Centro Cultural Banco do Brasil – Brasília
SCES – Setor de Clubes Esportivos Sul, Trecho 02, Lt 22, Edifício Tancredo Neves, Asa Sul,
Brasília – DF, 70200-002. | (61) 3108-7600