Peça tem como inspiração as relações entre cidadãos comuns e os serviços públicos e privados.

De 14 de junho a 10 de julho.

Fotos: Diego Bresani. Divulgação.
Fotos: Diego Bresani. Divulgação.

O espetáculo A Máquina que Matava Fascistas ganha temporada de 14 de junho a 10 de julho 2, e passa pelas unidades do Sesc de Ceilândia, Taguatinga e Gama, e em julho pelo Espaço E.T.C.A. (711 norte). A peça é inspirada nas obras “1984”, de George Orwell, “O Matadouro 5”, de Kurt Vonnegut e na HQ “A Piada Mortal”, de Alan Moore, e surge de recortes de cenas extraídas da realidade, de forma a apresentar uma realidade bem mais absurda que a ficção. Com tom irônico, a montagem cria um ambiente sombrio, como um arremedo caricato de nossas instituições.

Idealizado em 2014, ano que marcou os 50 anos do Golpe de 1964, o espetáculo foi elaborado à luz de temas antigos para a construção de um novo e atual produto artístico. “A Máquina que Matava Fascistas”, segundo o diretor e ator, Gustavo Reinecken, “é uma produção que insiste na importância de se conhecer os fatos do passado para que os mesmos erros não voltem a ser cometidos”.

A montagem recorre a avaliações históricas que denunciam o equivoco moral do holocausto nazista e o legado pejorativo, em nossa história, decorrente do regime militar ditatorial brasileiro, para tratar temas como extermínio em massa e os cerceamentos das liberdades. Em contraponto, o espetáculo traz à cena a atual sensação de liberdade com o advento da internet. Para Reinecken, “é importante que os grupos de teatro abordem esses temas”, uma vez que a liberdade publicada e compartilhada exacerbadamente em Rede Sociais, em sua avaliação “nunca será suficiente”.

Temas como estes já foram abordados em outras produções da E.T.C.A., no entanto, em “A Máquina que Matava Fascistas” os artistas propõem trazer à tona a falta de embasamento político e de conhecimentos históricos, explicitado em rasas discussões em Redes Sociais. “Isso se obse+rva em ambos os lados de um diálogo político, neste sentido, a peça não defende nem ataca posicionamentos A ou B. Mas sim, aposta na politização do espectador”, comenta o ator Ricardo Cruccioli.

Impactados com a insistência de ideias políticas, que vêm sendo retomadas como o apoio a um novo golpe militar, o conceito de “boa família”, a necessidade de moralizar a população, e ainda, o surgimento de grupos neonazistas, somados à aparente insanidade do ser humano em guerrear entre si, a dramaturgia da peça “faz um paralelo entre os jovens de hoje, a noção dos brasileiros sobre eles mesmos e a inerente necessidade à guerra e ao conflito”, comenta a atriz e também produtora Georgia Rafaela.

“Mais do que falar sobre um Estado Fascista, ‘A Maquina que Matava Fascistas’ elucida o fascista que existe dentro de cada um e o fascismo existente em instituições, justificado pela burocracia”, conclui o diretor.

A Maquina que Matava Fascistas Foto Diego Bresani
Serviço: A Máquina que Matava Fascistas
Locais e datas:
Teatro Sesc Paulo Autran, de Taguatinga: Dias 14 e 15 de junho, às 17h e às 20h, entrada gratuita.
Teatro Sesc Newton Rossi, em Ceilândia: Dia 16 de junho, às 17h e às 20h, entrada gratuita.
Teatro Sesc Paulo Gracindo, do Gama: Dia 21 de junho, às 16h e às 19h30, entrada gratuita.
Sala Chacovachi – E.T.C.A. (SCLRN 711 Bloco C Loja 05): Temporada de 1º a 10 de julho, de sexta a domingo, sempre às 21h, ingressos a R$ 30,00 (inteira), e R$15,00 (meia)
Classificação indicativa: 16 anos.
Informações: (61) 3274-8160.