Museu Nacional recebe mostra itinerante da Bienal de São Paulo.

De 29 de agosto a 13 de outubro.

Claudia Fontes. Foto: Bernard G Mills.

O Museu Nacional da República vai exibir uma das mostras itinerantes da 33ª Bienal de São Paulo – Afinidades afetivas, que recebeu mais de 700 mil visitantes no Pavilhão da Bienal, no Parque Ibirapuera, entre setembro e dezembro do ano passado.

Estarão presentes 50 obras de autores importantes, como a da escultora brasileira Denise Milan, artista plástica e multimídia, que usa pedras de eixo criativo e executa obras nas áreas de arte pública, escultura, artes cênicas, poesia, impressão e vídeo-arte. Ela ministrará uma mesa redonda, no dia 30, sobre a sua peça “Ilha Brasilis” e como o cristal se converte em arte quando somos afetados por sua metáfora, que propõe um sentido para a humanidade.

Outra artista destacada na divulgação da mostra é Claudia Fontes, nascida em Buenos Aires e hoje radicada Brighton, no Reino Unido. Ela investiga modos alternativos da percepção da cultura, natureza, história e sociedade que derivam dos processos de descolonização.

Um nome póstumo em relevo é o do paraguaio Feliciano Centurión (1962-96), considerado fundamental na renovação artística ocorrida nos anos 1990 em Buenos Aires, em torno do Centro Cultural Ricardo Rojas. Os artistas desta geração exploraram a subjetividade de diversos modos, incorporando elementos do kitsch. Outro nome consagrado é o de Benjamín Palencia (1894-1980), influente pintor contemporâneo espanhol.

Feliciano Centurión. Foto: Rick Hall.

Os visitantes também poderão conferir o ensaio visual exclusivo do fotógrafo Mauro Restiffe, realizado durante a montagem da mostra. Ele observa e registra elementos que compõem as margens da cena. Com isso, cria representações baseadas em representações que destacam as circunstâncias vividas pelo protagonista.

Realizadas via Lei de Incentivo à Cultura, as Itinerâncias da 33ª Bienal de São Paulo foram concebidas pelo curador convidado Jacopo Crivelli Visconti como novas experiências em relação ao projeto original elaborado pelo curador geral da mostra, Gabriel Pérez-Barreiro.

As “itinerâncias” são constituídas por um conjunto de elementos: o conceito geral da exposição; as sete diferentes mostras organizadas por igual número de artistas-curadores; as participações individuais de artistas convidados e ainda as relações que se criavam entre todas essas instâncias.

Para o diretor do Museu Nacional, Charles Cosac, a vinda da mostra para a capital se justifica em razão também de “a criação da Bienal de São Paulo e a construção de Brasília serem frutos de uma mesma época, de um mesmo sonho, sob a égide do modernismo no Brasil”.

Sobre a exposição, Cosac diz que “a particularidade dessa edição da Bienal foi a diversidade de perspectivas curatoriais, proporcionando uma recepção baseada na experiência afetiva (e efetiva) do observador com a obra numa experiência dialógica”.

Artistas participantes:

Antonio Ballester Moreno (ESP, 1977)
Feliciano Centurión (PAR, 1962 – ARG, 1996)
Alejandro Cesarco (URU/EUA, 1975)
Alejandro Corujeira (ARG, 1961)
Claudia Fontes (ARG, 1964)
Oliver Laric (AUT, 1981)
Vânia Mignone (BRA, 1967)
Denise Milan (BRA, 1954)
Matt Mullican (EUA, 1951)
Benjamin Palencia (ESP, 1894 – 1980)
Ben Rivers (UK, 1972)
Katrín Sigurdardóttir (ISL, 1967)
Ladislas Starewitch (RUS, 1882 – FRA, 1965)

Alejandro Cesarco. Foto: Useful Art Services.

Itinerâncias – 33ª Bienal de São Paulo
De 29 de agosto a 13 de outubro
Complexo Cultural da República – Esplanada dos Ministérios
Terça a domingo, de 9:00 às 18:30
Entrada franca.