Aldeia SP revela o olhar de cineastas indígenas.

De 7 a 12 de outubro.

Cena de ETE Londres - Londres Como uma Aldeia (2016), de Takumã Kuikuro (Xingu - Mato Grosso). Divulgação.
Cena de ETE Londres – Londres Como uma Aldeia (2016), de Takumã Kuikuro (Xingu – Mato Grosso). Divulgação.

A Aldeia SP – Bienal do Cinema Indígena acontece em São Paulo, de 7 a 12 de outubro, no Centro Cultural São Paulo (CCSP) e nos Centros Educacionais Unificados (CEUs) do Circuito SPCine, com entrada franca. A mostra vai contar com 57 filmes, todos feitos por cineastas indígenas. O público vai ter uma rara oportunidade de ver o mundo pelo olhar destes povos originários do Brasil.

“A imagem já está pastel demais. Hollywood pasteurizou a imagem. Nós queremos despasteurizar, estamos fazendo uma espécie de revolução do olhar. É mais uma revolta do olhar que uma revolução. É um olhar que não aguenta mais a mesmice.” Assim o líder indígena brasileiro Ailton Krenak, idealizador da mostra, define a segunda edição do evento.

Cena da animação Konãgxeka - O Dilúvio Maxakali (2016), de Isael Maxakali (Minas Gerais).
Cena da animação Konãgxeka – O Dilúvio Maxakali (2016), de Isael Maxakali (Minas Gerais).

“É gente que vem numa plataforma ancestral chamada cinema de índio, com as visões do ayahuasca, outras visões. Os caras estão acostumados a ver um outro tipo de cinema, um cinema transcendental. É gente que está acostumada com imagens que não são controladas. Eles se relacionam com imagens descontroladas. É uma revolta do olhar”. Conta Krenak sobre os cineastas.

Em sua viagem do CCSP para os diversos CEUs paulistanos, a Aldeia SP apresentará públicos da região central e das periferias a um outro universo de formação e criação cinematográfica, bastante diferente de tudo que estamos acostumados a conhecer como cinema convencional. “Nós não estamos fabricando pastel, como dizia o cineasta Luis Buñuel. Não vamos entregar pastel, que tem que ser rapidinho, comer enquanto está quente”, brinca Ailton, que é cofundador da União das Nações Indígenas (1980) e do Núcleo de Cultura Indígena (1985) e teve atuação marcante da Assembleia Nacional Constituinte que resultou na Constituição Brasileira de 1988. “São filmes que você pode ver daqui a 500 anos, porque afinal de contas vão estar falando sobre um assalto que aconteceu há 500 anos.”

Nós e os Bravos.
Nós e os Bravos.

O antropólogo, cineasta e fotógrafo Pedro Portella, um dos curadores, define a seleção de filmes da Aldeia SP: “Pensamos na curadoria como uma maloca indígena, onde o ritual e o cotidiano dos ameríndios estivessem presentes, reunidos em um cinema artesanal. O importante, para nós, é reforçar o papel do cinema múltiplo indígena, um cinema artesanal e diverso, que traz o discurso direto de seus realizadores”.

“Perdi a conta dos filmes a que assistimos”, diz o outro curador, o cineasta e produtor Rodrigo Arajeju (Troféu Mucuripe de melhor direção neste ano pelo filme Índios no Poder, no 26º Festival Cine Ceará). “Para se ter uma ideia, a nossa seleção compreende produções que vão de filmes de protesto, sobre retomadas de terras tradicionais, até o cine-roça, o cine-xamanismo, videoclipes, programas televisivos e animações. As estéticas indígenas são múltiplas e refletem a diversidade vivenciada em matas e fronteiras urbanas por dezenas de coletivos e realizadores pertencentes a alguns dos 305 povos originários no Brasil, falantes de 274 línguas.”

Portella demarca o salto de cidadania vivido pelos realizadores, que passam agora à condição de contadores de suas próprias histórias. “Sabemos bem que um desejo antigo deles é fazer uma televisão coletiva na essência, que dialogue em diversas línguas para além do mundo dos brancos. Por mais que essa televisão ainda não exista, já existem canais de exibição, que encontraram fôlego na rede. A internet coletivizou os vídeos indígenas, assim como o whatsapp. São os casos da TV FOIRN de São Gabriel da Cachoeira, no Amazonas, do Departamento de Projeto Audiovisual do Conselho Indígena de Roraima e do Centro de Mídia Kokojagoti, dos jovens Kayapó do Pará, só para citar alguns dos muitos coletivos independentes selecionados.”

A coletividade é valor primordial de uma mostra que desafia os ditames dos circuitos “cara pálida” de festivais, segundo expõe Portella: “A necessidade de afirmação da coletividade é sem dúvida urgente, porque existem coletivos, como é o caso de alguns dos Guarani Kaiowá, que não participam de mostras competitivas de cinema, por discordarem desta forma de mostrar, decerto ocidental demais para eles. Eles desejam agregar ao invés de competir”.

Amne Adji Kapere Mba - Carta Kisedje para a Rio+20.
Amne Adji Kapere Mba – Carta Kisedje para a Rio+20.

Nesse espírito de coletividade não competitiva, a Bienal de Cinema Indígena abrange produções dos últimos seis anos e destaca, segundo observa Portella, uma forte amostra de produção feminina. “Só das etnias indígenas do rio Negro saíram 11 filmes, sobretudo de realizadoras indígenas como a Baniwa Elisangela Fontes Olímpio, com seu documentário mítico intitulado Nora Malcriada, e a Tukana Larissa Ye’padiho Mota Duarte, que estará presente pessoalmente na mostra apresentando o filme autobiográfico Wehsé Darasé – Trabalho da Roça. Além delas também teremos a Tariana Maria Claudia Dias Campos, com o belo e intimista As Manivas de Basebó – Histórias e Tradições, e o sensível Não Gosta de Fazer mas Gosta de Comer, da Tukana Maria Cidilene Basílio em parceria com a Baré Alcilane Melgueiro Brazão. Elas afirmaram e documentaram a prática sobretudo feminina tão importante que vemos em quase toda Amazônia: as casas de farinha, que alimentam os povos indígenas desde sempre.”

”As mulheres indígenas ocupam maior espaço no cinema porque sua afirmação de independência cresceu nas aldeias e o seu protagonismo no movimento indígena já se tornou marcante”, afirma Rodrigo Arajeju. Os cinco sentidos, além de outros mais, terão de estar bem aguçados para descortinar um Brasil visto pela revolta do olhar de representantes das mais antigas brasileiras e brasileiros.

A história da Cutia e do Macaco.
A história da Cutia e do Macaco.

O patrocínio da Aldeia SP é da Spcine, o escritório municipal de desenvolvimento, financiamento e implementação de programas e políticas para cinema, TV, games e web, com apoio das secretarias municipais de Cultura e Educação. A abertura da mostra está prevista para o dia 7 de outubro, às 16h, no CCSP (rua Vergueiro, 1.000, tel. 011/3397-4002), com a apresentação de um coral de crianças guarani, outras manifestações artísticas indígenas e uma roda de conversa com a participação de Ailton Krenak, o ex-ministro da Cultura Juca Ferreira, o documentarista Vincent Carelli e o ambientalista João Augusto Fortes. Às 20h, haverá sessões de exibição do filme convidado O Abraço da Serpente (2015), de Ciro Guerra.

A partir do dia 10 de outubro, a Aldeia SP entra em cartaz nos CEUs, com sessões já confirmadas nas unidades Alto Alegre, Aricanduva, Butantã, Casa Blanca, Inácio Monteiro, Parque Anhanguera, Parque Bristol, Pera Marmelo e Vila Atlântica.

Junto dos filmes, o festival trará a São Paulo dez de seus realizadores, com sessões de contato direto com o público durante a exibição dos filmes, no CCSP e nos CEUs. Também estarão nas salas de cinema moradores de aldeias locais guarani, pankararu e de outros habitantes da metrópole, “os parentes que estão aqui”, segundo Krenak, para integrar o coletivo. Entre os relaizadores indígenas confirmados estão Alberto Álvares (Guarani Nhandeva, Mato Grosso do Sul), Alexandre Pankararu (Pankararu, Pernambuco), Carlos Papá (Guarani, São Paulo), Cristiane Takuá (Takuá, São Paulo), Jerá Giselda (Guarani Mbya, São Paulo), Larissa Ye Padiho Mota Duarte (Tukano, Amazonas), Michely Fernandes (Guarani Kaiowa, Mato Grosso do Sul/Rio de Janeiro), Morzaniel Iramari Yanomami (Yanomami, Roraima/Amazonas), Patrícia Ferreira (Guarani Mbya, Rio Grande do Sul), Txana Isku Nawa (Huni Kuin, Acre), e Wera Alexandre (Guarani Mbya, São Paulo).

Konãgxeka - O Dilúvio Maxakali (2016), de Isael Maxakali (Minas Gerais).
Konãgxeka – O Dilúvio Maxakali (2016), de Isael Maxakali (Minas Gerais).

Sinopses dos filmes:

AJAKA PARA REGUA – CESTARIA GUARANI
São Paulo, Mbya Guarani, 2011, 16’18”
Produção: Jera Giselda.
Realização: Aldeia Tekoa Tenonde Porã.
Pequeno documentário sobre os saberes artesanais Guarani relacionados ao ajaka, cesto Guarani que tem a taquara como matéria-prima. O filme traz imagens das oficinas de fortalecimento dessa prática e entrevistas com os participantes.

AMNE ADJI KAPẼRẼ MBA – CARTA KĨSÊDJÊ PARA A RIO+20
Mato Grosso, Kĩsêdjê, 2012, 10’48”
Direção: Kamikia P.T. Kĩsêdjê.
Realização: Vídeo nas Aldeias.
Manifesto das mulheres Kĩsêdjê contra o desmatamento das florestas e a poluição dos rios, produzido para a RIO+20. As mulheres tomaram a frente dos depoimentos, expressando com contundência sua apreensão com relação à devastação da Amazônia e ao futuro dos seus netos.

ARA PYAU
São Paulo, Mbya Guarani, 2016, 2’06”
Direção e montagem: Wera Alexandre.
Tradução e legendas: Wera Alexandre e Yva Nilce.
É tempo novo Guarani, tudo se renova. Fazemos o que Nhanderu Kuery (deuses) fazem ou pelos menos tentamos retribuir com as práticas que nos deixaram para fazer. No entanto, no Ara Pyau fazemos com mais frequência as danças, cânticos, xondaro e outras práticas.

BORA PRA ROÇA
Amazonas, Baré, 2016, 61’25”
Direção, imagens e edição: Alberto Melgueiro e Josequison Melgueiro.
Recordando os ensinamentos de sua sogra, Laudicéia conta para seus filhos um pouco sobre a forma tradicional de trabalhar com a maniva em Campinas do Rio Preto. Os irmãos Melgueiro acompanham os pais durante a coivara e o plantio.

BRÔ MC’s
Considerado o primeiro grupo de rap indígena do país, o Brô MC’s surgiu no interior da maior aldeia em área urbana do país, a Jaguapiru–Bororó, na Reserva Indígena de Dourados, no Mato Grosso do Sul. Ali seus integrantes cresceram e depois se estabeleceram como porta-vozes das lutas, anseios e necessidades dos povos Guarani Ñandeva e Kaiowa Guarani.

a) KOANGAGUA
Mato Grosso do Sul, Guarani e Kaiowa, 2015, 3’52”
Brô MC’s: Bruno Veron, Clemerson Veron, Charlie Peixoto e Kelvin Peixoto
Imagens e edição: Yann Gross.
Produção: Canal Guateka.
Gravado na aldeia Jaguapiru–Bororó e nos acampamentos Tekoha Boqueron e Tekoha Nuh Vera, por iniciativa dos jovens indígenas que visam a propagar, por meio do audiovisual, os olhares múltiplos e a cosmovisão Guarani e Kaiowa das culturas indígenas presentes no interior da aldeia, bem como outros assuntos de interesse dos jovens.

b) NO YANKEE
Mato Grosso do Sul, Guarani e Kaiowa, 2011, 4’21”
Bruno Veron, Clemerson Veron, Charlie Peixoto e Kelvin Peixoto.
O clipe mostra a realidade dos indígenas Guarani Ñandeva e Kaiowa Guarani no Mato Grosso do Sul, ao tentar retomar áreas rurais que outrora eram terras indígenas. Quando as primeiras reservas indígenas da região começaram a ser demarcadas, eles foram espoliados de suas terras.

c) EJU ORENDIVE
Mato Grosso do Sul, Guarani e Kaiowa, 2010, 3’36”
Brô MC’s: Bruno Veron, Clemerson Veron, Charlie Peixoto e Kelvin Peixoto.
Produzido pela CUFA TV Dourados.
O videoclipe traz cenas peculiares da aldeia e as vivências dos jovens indígenas, evidenciando o dia a dia dos membros do grupo e suas práticas cotidianas, tais como o tereré (bebida à base de erva-mate, típica da área de fronteira com o Paraguai), o rolê de bicicleta e o futebol no final da tarde.

COMEMORAÇÃO DOS NETOS DE MAKUNAIMÎ: RAPOSA SERRA DO SOL, 32 ANOS DE LUTA!
Roraima, Makuxi e Wapichana, 2010, 20’51”
Coordenação audiovisual: Aldenir Wapichana.
Assistente de coordenação: Marizete Makuxi.
Produção executiva: Conselho Indígena de Roraima (CIR).
Filme comemorativo da homologação da Terra Indígena Raposa Serra do Sol, fruto do trabalho coordenado pelo cineasta Aldenir Wapichana, cuja equipe documentou, passo a passo, essa luta vitoriosa dos povos indígenas de Roraima.

ESPELHO PARTIDO
Bahia, Tupinambá, 2011, 3’19”
Direção: Coletivo Tupinambá.
Realizadores indígenas: Alessandra Mendes, Atauiny Amaral, Bruno de Jesus, Gabriel Santos, Helen Almeida, Hemerson Dantas, Kelly Almeida, Lucas Nascimento, Ludimila Rodrigues e Rodrigo Muniz.
Vídeo produzido na Oficina de Realização Audiovisual do Cine Kurumin.
O curta reflete a identidade Tupinambá. O que é ser índio?

ESSA TERRA NOS PERTENCE
Bahia, Tupinambá, 2015, 18’49”
Direção: Jaborandy Tupinambá, Thaís Brito e Wallace Nogueira.
Produção: Renata Lourenço e Curupaty Tupinambá.
Realização: Coletivo Espalha Semente.
Sinopse: Eu não conheço Cabral.

ETE LONDRES – LONDRES COMO UMA ALDEIA
Londres/Brasil, Kuikuro, 2016, 20’
Direção: Takumã Kuikuro.
Produção: People’s Palace Projects.
Apoio: Ministério da Cultura – Governo Federal.
ETE Londres acompanha a viagem do cineasta indígena Takumã Kuikuro a Londres, durante um mês. É um documentário bem-humorado e antropológico sobre a sociedade ocidental e suas muitas tribos escondidas sob os arranha-céus.

ETNOMAPEAMENTO TUPINAMBÁ
Bahia, Tupinambá, 2014, 10’
Direção: Coletivo Espalha Semente.
Coordenação da oficina: Thaís Brito.
Produção: Renata Lourenço e Curupaty Tupinambá.
Diante da não demarcação de suas terras pelo estado, indígenas Tupinambá fazem uma autodemarcação. O vídeo registra uma oficina de etnomapeamento na Aldeia Tamandaré, realizado como ação de autodemarcação.

EXTERMÍNIO SUTIL
Santa Catarina, Povos Indígenas Baianos, 2016, 4’30”
Imagens: Karai Mariano, Marlon Moreira, Rodrigo Arajeju, Elaine Tavares e Rubens Lopes.
Edição: Rubens Lopes.
Produção: Cristiano Mariotto.
O grupo musical Coisa de Índio foi criado por sete estudantes indígenas baianos: Andeson Cleomar, Edivan Fulni-ô, Emanuel Santana, Jonas Tuxá, Daniel Luan, Douglas Gomes e Daniel Pakararé. Suas músicas têm letras que falam da luta e da cultura dos povos originários. A equipe do Instituto de Estudos Latino-americanos (IELA/UFSC) editou o primeiro clipe da banda.

A Festa dos Encantados.
A Festa dos Encantados.

A FESTA DOS ENCANTADOS
Distrito Federal, Guajajara, 2016, 13’
Direção: Masanori Ohashy.
Animação: Pedro Francisco Tavares.
Realização: Projeto Coisa de Índio.
A saga de um índio Guajajara que, à procura do irmão, encontrou um mundo subterrâneo habitado por seres encantados, e ali ficou até aprender todos os rituais e cânticos de várias celebrações. Quando voltou para seu povo, passou a contar sua história e a ensinar, na sua aldeia de origem, tudo o que aprendera.

GRIN
São Paulo, Maxakali, 2016, 40’54”
Direção: Roney Freitas.
Codireção: Isael Maxakali.
Empresa produtora: Lusco Fusco Filmes.
Um cineasta Maxakali resgata memórias sobre a formação da Guarda Rural Indígena (GRIN) durante a ditadura militar, com relatos das violências sofridas pelos seus parentes.

GUAIRAKA’I JA – O DONO DA LONTRA
São Paulo, Mbya Guarani, 2012, 11’15”
Direção: Wera Alexandre.
Produção: Centro de Trabalho Indigenista.
Segundo os Guarani Mbya, todos os seres que habitam este mundo têm algum espírito-dono que zela por eles, inclusive os animais de caça. Alguns desses “donos” podem ser especialmente vingativos, caso se sintam desrespeitados.

A HISTÓRIA DA CUTIA E DO MACACO
Mato Grosso/São Paulo, Kawaiwete, 2011, 12’
Direção: Wisiô Kawaiwete.
Coordenação pedagógica: Mari Corrêa e Tata Amaral.
Realização: Instituto Catitu.
Curta-metragem baseado em uma história tradicional do povo Kawaiweté, feito a partir do material capturado na segunda edição da Oficina de Formação Audiovisual das Mulheres Indígenas, realizada em junho de 2011, na aldeia Kwarujá, Parque Indígena do Xingu, no Mato Grosso.

INICIAÇÃO DOS FILHOS DOS ESPÍRITOS DA TERRA
Minas Gerais, Maxakali, 2015, 40’
Direção, fotografia e som: Isael Maxakali.
Montagem: Isael Maxakali, Carolina Canguçu e Sueli Maxakali.
Produção: Aldeia Verde.
Os meninos da Aldeia Verde Tikmu´un (Maxakali) são iniciados pelos espíritos que vivem na Terra. A partir desse momento, eles poderão frequentar o kuxex (casa de religião), conviver, se alimentar e aprender com os Yâmiyxop.

KARA’I HA’EGUI KUNHA KARAI ETE – OS VERDADEIROS LÍDERES ESPIRITUAIS
Santa Catarina, Guarani, 2014, 67’22”
Direção, fotografia e som: Alberto Álvares.
Montagem: Alberto Álvares e Guilherme Cury.
Produção: Marina França.
O cineasta Alberto Álvares conta a história de Alcindo Moreira, líder espiritual Guarani, de 105 anos, e de dona Rosa Poty-Dja, sua esposa, que vivem na Aldeia Yynn Moroti Werá, Terra Indígena de Biguaçu, em Santa Catarina, e são exemplos de sabedoria e espiritualidade do povo Guarani.

KONÃGXEKA: O DILÚVIO MAXAKALI
Minas Gerais, Maxakali, 2016, 13′
Direção e roteiro: Charles Bicalho e Isael Maxakali.
Direção de animação: Jackson Abacatu.
Realização: Pajé Filmes.
Konãgxeka na língua indígena Maxakali quer dizer “água grande”. Trata-se da versão Maxakali da história do dilúvio. Como um castigo, por causa do egoísmo e da ganância dos homens, os espíritos Yãmîy enviam a “grande água”.

MANIAKA UMBAKA YANDÉ / KAINE WEEMAKARONAPE / MANDIOCA, SUSTENTO DA VIDA
Amazonas, Baniwa, 2016, 17’11”
Direção, imagens e edição: Emerson Ricardo da Silva Baniwa e Frank Bittencourt Fontes Baniwa.
Narrativa construída por dois alunos Baniwa demonstra a relação das várias etnias dessa região com o sistema agrícola tradicional no rio Negro. Destacam-se elementos da cultura material como o aturá, paneiros e peneiras e a sensibilidade dos realizadores na documentação dos processos que compõem esse sistema.

MANIFESTO: POR QUE FECHAMOS A BANDEIRANTES?
São Paulo, Mbya Guarani, 2013, 3’
Realização: Comissão Guarani Yvyrupa.
O curta registra o fechamento da Rodovia dos Bandeirantes pelos Guarani das aldeias de São Paulo. A estrada passa por cima de uma aldeia existente no Pico do Jaraguá. A manifestação, pacífica, teve vários objetivos, como o arquivamento da PEC 215 e a publicação das portarias declaratórias das Terras Indígenas Jaraguá e Tenondé Porã.

AS MANIVAS DE BASEBÓ: HISTÓRIAS E TRADIÇÕES
Amazonas, Tariana, 2016, 44’56”
Direção, fotografia e montagem: Maria Claudia Dias Campos.
Tukana, Maria Aparecida migrou com o marido de Marabitana para a cidade de Barcelos, em 1998. Quando chegou, suas vizinhas estranharam sua forma de trabalhar a terra. Não entendiam que as roças crescem exuberantes se plantadas em agosto, sob a força da lua cheia.

MIRANDELA KIRIRI
Bahia, Kiriri, 2016, 31’
Direção: Coletivo Kiriri de Cinema.
Coordenador da oficina audiovisual: Bernard Belisário.
Vídeo produzido na Oficina de Realização Audiovisual do Cine Kurumin.
A memória dos Kiriri de Mirandela sobre a retomada de suas terras, primeiro território indígena demarcado na Bahia, em 1990, mistura-se à vida cotidiana da aldeia no sertão.

NÃO GOSTA DE FAZER MAS GOSTA DE COMER
Amazonas, Baré, 2016, 43’14”
Direção e fotografia: Alcilane Melgueiro Brazão e Maria Cidilene Basílio.
Edição: Alcilane Melgueiro Brazão e Maria Cidilene Basílio, Julia Bernstein e Pedro Portella.
Todo dia, dona Irene, indígena Baré da cidade de Barcelos, vai à roça, atravessando a fronteira entre o universo urbano e o rural. Em atos e palavras, defende a preservação de suas origens: nas discussões com sua filha, que não gosta de ouvi-la falar em língua indígena, e em sua forma ancestral de trabalhar e enxergar o mundo.

NHAMOMBARAETE NHANDEROPY’I – FORTALECENDO NOSSA CASA DE REZA
São Paulo, Mbya Guarani, 2015, 9’40”
Produção: Grupo Audiovisual Tenonde Porã.
Realização: Programa Aldeias.
O fumo de corda – petỹ – é parte essencial da cultura Guarani Mbya. Através da fumaça, os xeramõi kuery se comunicam com as divindades, em rituais sagrados. Atualmente, o fumo de corda é comprado na cidade, o que traz preocupações à saúde. Em 2013, a comunidade Guarani Tenonde Porã criou um projeto de cultivo do petỹ, viabilizado pelo Programa VAI I da Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo.

NHANHOTY – SEMENTE TRADICIONAL GUARANI
São Paulo, Mbya Guarani, 2015, 6’11”
Produção: Grupo Audiovisual Tenonde Porã.
Realização: Programa Aldeias.
Registro de um projeto da comunidade Guarani Mbya, das aldeias Tenonde Porã e Kalipety, na cidade de São Paulo, para apoiar o resgate e o fortalecimento do cultivo das sementes tradicionais do povo Guarani Mbya, tendo como público-alvo as crianças e jovens. Projeto concretizado pelo Programa VAI II da Secretaria municipal de Cultura de São Paulo.

NIXPU PIMA, RITO DE PASSAGEM HUNI KUIN
Acre, Huni Kuin, 2015, 36’48”
Direção: Pãteani Huni Kuin.
Incentivada pelo pai, Pãteani Huni Kuin torna-se a única cineasta de sua tribo. Ela o observa realizar suas pesquisas, entrevistar os mais velhos e planejar a festa de batismo tradicional Huni Kuin.

NO CAMINHO COM MARIO
Rio Grande do Sul, Mbya Guarani, 2014, 21’
Direção: Coletivo Mbya Guarani de Cinema.
Produção: Olívia Sabino.
Realização: Vídeo nas Aldeias.
Na Aldeia de Koenju, no Rio Grande do Sul, o jovem Mario tira onda com os desafios da realidade Mbya Guarani de hoje.

NORA MALCRIADA – KUPIXÁ YANÉKITIWARA
Amazonas, Baniwa, 2010, 7’16”
Direção, imagens e edição: Elisangela Fontes Olimpio.
A cineasta Baniwa narra o mito de Basebó em nheengatu (língua geral), ao mesmo tempo em que mostra o trabalho de seus parentes na roça: o passado e o presente se encontram, sob a sensibilidade do olhar feminino da primeira realizadora do rio Içana.

NÓS E OS BRABOS
Acre/São Paulo, Huni Kuin, 2012, 26’27”
Direção, som e imagem: Nilson Tuwe Huni Kuin.
Edição: Mari Corrêa.
Coprodução: Instituto Catitu – Aldeia em Cena e Comissão Pró-Índio do Acre.
O avanço da exploração madeireira e da mineração, entre outros fatores, obriga alguns povos indígenas que vivem isolados na fronteira com o Peru a se refugiar no Brasil. Nós e os Brabos faz parte de um projeto documentário, Notícias dos Brabos, do cineasta Nilson Tuwe, que mostra os desafios da relação com os “parentes brabos”.

OJEPOTA RAI VA’E REGUA – SOBRE AQUELE QUE QUASE SE TRANSFORMOU
São Paulo, Mbya Guarani, 2012, 14’18”
Produção: Programa Vocacional Aldeias.
Realização: Aldeia Tekoa Tenonde Porã.
Um jovem recém-casado vai constantemente à mata olhar suas armadilhas, até que um dia encontra sua cunhada, irmã mais nova de sua mulher.

OKY
São Paulo, Mbya Guarani, 2016, 2’36”
Direção e montagem: Wera Alexandre.
Tradução e legenda: Wera Alexandre e Yva Nilce.
No conhecimento Guarani a chuva tem dois sentidos. Como é um ato de um dos deuses, respeitamos.

A PROMESSA
Pernambuco, Truká, 2013, 14’26”
Elenco: Adelino Nascimento, Isabel Alves, Lorrayne Souza, Marta Alves e Luiz Sofia.
Direção de Produção: Maurílio Truká.
Realização: Mont Serrat Filmes e Projeto Cinema no Interior.
O filme, baseado em fatos reais, mostra uma família indígena, a de João Amaro, que nos anos 1960, sem ter o que comer, precisou viver da pesca. Como de costume, João Amaro deveria levar uma oferta para a Dona das águas, mas esqueceu. Por isso, em troca dos peixes, prometeu dar os dois olhos de quem primeiro encontrasse.

RESISTÊNCIA GUARANI SP – MANIFESTO: POR QUE OCUPAMOS O PÁTIO DO COLÉGIO?
São Paulo, Mbya Guarani, 2013, 3’
Realização: Comissão Guarani Yvyrupa
Registro da ocupação pacífica do Pátio do Colégio pelos indígenas Guarani das aldeias de São Paulo. O local é simbólico, pois foi o primeiro ocupado pelos brancos. A manifestação chamou a atenção para a necessidade de demarcar as terras indígenas tradicionais. Os Guarani vivem nas Terras Indígenas Jaraguá e Tenondé Porã, uma no Pico do Jaraguá e outra no extremo sul da Grande São Paulo.

RETOMADA ÑANDERU MARANGATU
Mato Grosso do Sul, Guarani e Kaiowa, 2015, 4’11”
Direção e realização: ASCURI em parceria com articulação do Aty Guasu.
No dia 29 de agosto de 2015, mais um indígena foi assassinado por ruralistas, em Mato Grosso do Sul. Simião Vilharva foi morto com um tiro no rosto por uma arma calibre 22. Membros da ASCURI estavam presentes, pois fazem parte dessa luta e compartilham da dor de seus entes queridos. A luta segue neste mundo ou no outro!

RETOMADA TEYKUE
Mato Grosso do Sul, Guarani e Kaiowa, 2016, 15’29”
Direção e realização: ASCURI, em parceria com articulação do Aty Guasu.
A luta dos Kaiowa e Guarani da aldeia Teykue, municipio de Caarapó, pela retomada do seu território tradicional é marcada pela violência. Em junho de 2016, o ataque de uma milícia armada, financiada por ruralistas da região, resultou em mais um indígena morto e quatro feridos, inclusive uma criança de dez anos.

RETOMAR PARA EXISTIR: A HISTÓRIA DO LÍDER INDÍGENA CACIQUE NAILTON PATAXÓ
Bahia, Pataxó, 2016, 20’54”
Direção, concepção, roteiro e imagens: Olinda Muniz Silva Wanderley.
Edição de vídeo: Davi Rocha e Olinda Muniz Silva Wanderley.
O documentário entrevista pessoas ligadas ao movimento indígena e relata parte da trajetória do cacique Nailton Muniz Pataxó, índio de descendência Tupinambá, e sua luta pela reconquista da Terra Indígena Caramuru-Paraguassu. Mostra, ainda, a importância dos torés e das pinturas corporais.

ROÇA DA SOGRA
Amazonas, Baniwa, 2016, 21’
Direção e imagens: Adilson Baniwa e Adenilson Mineirinho.
Edição: Adilson Baniwa, Adenilson Mineirinho, Ely Sarmento, Julia Bernstein e Pedro Portella.
Derrubada em sistema de mutirão, com o machado, é tarefa masculina e os conhecimentos sobre a roça, o plantio e a colheita são repassados para as mulheres. A sogra é a dona da roça e diz que não se devem deixar as mandioquinhas pequenas na roça, senão elas choram.

RODOVIA ROJOKO – O DIA EM QUE FECHAMOS A BANDEIRANTES
São Paulo, Mbya Guarani, 2013, 3’35”
Realização: Comissão Guarani Yvyrupa.
O curta registra o fechamento da Rodovia dos Bandeirantes pelos Guarani das aldeias de São Paulo. A estrada passa por cima de uma aldeia existente no Pico do Jaraguá. A manifestação, pacífica, teve vários objetivos como o arquivamento da PEC 215 e a publicação das portarias declaratórias das Terras Indígenas Jaraguá e Tenondé Porã.

SEMANA DOS POVOS INDÍGENAS
Pará, Kayapó, 2016, 30’45”
Autora, câmera e edição: Nhakangá Kayapó.
Produção: Kôkôjagõti, Centro de Mídia da aldeia A’Ukre e Kayapó-Mebengôkre (aldeia A’Ukre – Terra Indígena Kayapó).
Evento comemorativo da Semana dos Povos Indígenas 2016, gravado na Aldeia Mojkarakô. Índios Kayapó de várias aldeias participaram do evento.

SOMOS TUPINAMBÁ
Bahia, Tupinambá, 2012, 3’44”
Câmera, som e edição: Coletivo Oca Digital, Helder Câmara Jr. e Glauber Xavier.
Realização: Coletivo Oca Digital.
Canção feita por jovens da etnia Tupinambá de Olivença, cantadas aqui por Yaru e Lucas Tupinambá. Gravada nas Oficinas da Oca Digital, em Tupinambá de Olivença.

TEKOWE NHEPYRUN – A ORIGEM DA ALMA
Paraná, Guarani, 2015, 36′
Direção e fotografia: Alberto Álvares.
Montagem: Alberto Álvares e Guilherme Cury.
Para nós, Guarani, a alma é a conexão entre o corpo e o espírito. O documentário A Origem da Alma apresenta o depoimento dos mais velhos da aldeia Yhowy, em Guaíra, no Paraná, compartilhando conhecimentos sobre a origem do modo de ser Guarani.

TERRA NUA
Pernambuco, Pankararu, 2014, 20’07”
Direção: Graciela Guarani e Alexandre Pankararu.
Produção, imagens e edição: Alexandre Pankararu.
Trilha sonora: Ana Luiza Pankararu.
Relato histórico sobre a cultura agrícola Pankararu, Terra Nua aborda sua situação hoje, comparando-a com a anterior, e apresenta uma visão sobre sua cultura agrícola em futuro próximo, por meio do levantamento de problemáticas e possíveis soluções.

A TODO POVO DE LUTA – RAP GUARANI MBYA
São Paulo, Mbya Guarani, 2015, 4’18”
Rap Mbya Guarani do coletivo Tenonde Porã pygua: Karai Negão, Fabrício Tupã e Robert Tupã.
Música: Karai Negão e Pedro Droca Tupã Mirĩ.
Realização: Coletivo de Vídeo Tenonde Porã e Comissão Guarani Yvyrupa.
Rap feito por nossos jovens da Terra Indígena Tenondé Porã, em Parelheiros, extremo sul de São Paulo.

TUDO OK. OS ÍNDIOS PATAXÓ HÃ-HÃ-HÃE E O DESENVOLVIMENTO RURAL
Bahia, Pataxó Hã-Hã-Hãe, 2012, 24’47”
Direção: Fábio Titiá Baenã Hã-Hã-Hãe e Peter Anton Zoeettl.
Montagem: Fábio Titiá Baenã Hã-Hã-Hãe, Geraldo Alves, Paulo Rosa Titiá, Peter Anton Zoeettl, Wagner Titiá e Yonana Alves.
Produção: Cinehãhãhãe, Clube Índios Online Pataxó Hã-Hã-Hãe e Thydêwá.
Quando, no início dos anos 1980, a comunidade indígena Pataxó Hã-Hã-Hãe começou a reconquistar suas terras, dizia-se que sua volta seria a falência da economia regional. A equipe de filmagem vai a Pau Brasil, cidade vizinha à Reserva, para falar com os comerciantes e empresários locais e verificar se isso é mesmo verdade.

O TUKUMBO – A ARTE DOS XONDARO
São Paulo, Mbya Guarani, 2015, 15’
Direção: Marcio Mirim Vidal e Gianni Puzzo.
Edição: Marcio Mirim Vidal, Nhamandu – Guyrapaju e Ara Iracema – Guyrapaju.
Realização: Grupo de audiovisual de Guyrapaju.
Gravado durante uma oficina do Programa Aldeias realizada na aldeia Guyrapaju, o filme O Tukumbo mergulha na tradição dos Xondaro, guerreiros e cuidadores da Opy, a casa de reza da tradição Guarani Mbya. O tukumbo é um chicote, uma arma utilizada pelos Xondaro para segurança e para proteção espiritual da Opy.

TV FOIRN EPISÓDIO 1
Amazonas, Baré, 2010, 26’
Direção e reportagem: Nivaldo Silva Cordeiro Baré.
Imagens: Zeferino Namucurá Borges Tukano, Jackson Maia Barbosa Tariano, Evanildo Melgueiro Baré, Nivaldo Silva Cordeiro Baré.
Edição: Pedro Portella, Julia Bernstein e Nivaldo Silva Cordeiro Baré.
Programa de televisão indígena na cidade mais ameríndia do Brasil, São Gabriel da Cachoeira, no Amazonas. Neste episódio, Nivaldo Silva Cordeiro Baré mostra como é um dia típico na feira municipal, entrevista Valdemar Döw e acompanha uma passeata de protesto dos professores indígenas.

TV FOIRN EPISÓDIO 2
Amazonas, Baré, 2010, 26’
Direção e reportagem: Nivaldo Silva Cordeiro Baré.
Imagens: Zeferino Namucurá Borges Tukano, Jackson Maia Barbosa Tariano, Evanildo Melgueiro Baré, Nivaldo Silva Cordeiro Baré e Pedro Portella.
Edição: Pedro Portella, Julia Bernstein e Nivaldo Silva Cordeiro Baré.
Programa de televisão indígena, na cidade mais ameríndia do Brasil, São Gabriel da Cachoeira, no Amazonas. Neste episódio, Nivaldo Silva Cordeiro Baré mostra como é o ensino das línguas indígenas na escolas municipais e acompanha o segundo turno da eleição presidencial na cidade.

URIHI HAROMATIPË – CURADORES DA TERRA-FLORESTA
Roraima, Yanomami, 2014, 60’
Direção, fotografia e som: Morzaniel Iramari.
Montagem: Pedro Portella, Julia Bernstein e Morzaniel Iramari.
Produção: Pedro Portella.
Os trovões estão avisando, “a Terra está doente”. Para curá-la, Davi Kopenawa reuniu os xamãs Yanomami de diversas regiões. Com a ajuda do alimento dos espíritos, o rapé yakoana, eles vão tratar os males provocados pelas cidades e as doenças dos brancos.

UXI
Pará, Kayapó, 5’30”
Autora, câmera e edição: Nhakangá Kayapó.
Produção: Kôkôjagõti, Centro de Mídia das aldeias A’Ukre e Kayapó-Mebengôkre (aldeia A’Ukre – Terra Indígena Kayapó).
O vídeo documenta a saga das mulheres Kayapó na coleta de uxi na floresta, com o qual é preparado o óleo utilizado nas cerimônias desse povo.

VETIDARESÉ – BENZIMENTO DE PROTEÇÃO
Amazonas, Tukano, 2010, 11’22”
Direção: Armindo Pena Seribhí Tukano.
Imagens: Armindo Pena Seribhí Tukano, Elisangela Fontes Olimpio, Julia Bernstein e Pedro Portella.
Edição: Armindo Pena Seribhí Tukano, Julia Bernstein e Pedro Portella.
Uma encenação do ritual de benzimento Tukano, no qual o kumu (xamã) nomeia o recém-nascido com o nome de seus antepassados.

VOZ DAS MULHERES INDÍGENAS
Pernambuco/Bahia, Pankararu e Tupinambá, 2015, 17’08”
Direção e produção: Cristiane Pankararu e Glicéria Tupinambá.
Imagens e edição: Alexandre Pankararu.
Trilha Sonora: Pankararu Nação Cultural.
O documentário, realizado durante a I Conferência Nacional de Política Indigenista, em Salvador, na Bahia, reúne depoimentos de mulheres indígenas de cinco estados acerca de suas trajetórias em prol de seus respectivos povos e no movimento indígena.

WEHSÉ DARASÉ – TRABALHO DA ROÇA
Amazonas, Tukano, 2016, 23’21”
Direção e edição: Larissa Ye’padiho Duarte Tukano.
Imagens: João Arimar Noronha Lana, Alberto Jeremias Gonçalves Lana, Edvann Gregório Maquirino, Adailton Videira Melgueiro e Larissa Ye’padiho Duarte
O filme mostra o universo do sistema agrícola tradicional no rio Negro sob os olhos de uma jovem Tukano, Larissa, que se constrói a partir de suas reflexões sobre a relação com os antepassados, como a tia-avó. Aborda, ainda, a importância dos saberes da roça e leva o espectador a refletir sobre a relação entre gerações.

WEHSÉ DARAHSÉ WIHIPURI – CALENDÁRIO DO TRABALHO DA ROÇA
Amazonas, Tukano, 2016, 20’55”
Direção e edição: Alberto Isaías M. Castro.
Imagens: Alberto Isaías M. Castro e Flávio Meireles.
Mesmo perto de uma cidade como São Gabriel da Cachoeira, a maior do norte amazônico, observa-se a importância dos cultivos tradicionais e do conhecimento sobre os tempos da roça: o calendário de plantio, colheita e cuidados. O filme, falado em língua Tukano, traz ensinamentos de familiares mais velhos do realizador.

XONDARO HA’EGUI XONDARIA JEROKY – A DANÇA DOS XONDAROS E XONDARIAS
São Paulo, Mbya Guarani, 2014, 16’04”
Produção: Jerá Giselda.
Realização: Aldeia Tekoa Tenonde Porã.
Projeto de fortalecimento da dança Xondaro, realizado pela aldeia Guarani Tenonde Porã e a aldeia Rio Silveira. A dança do Xondaro e Xondaria é uma forma de defesa e de permanência da tradição Mbya Guarani. Ela contribui para a agilidade, a coragem e as forças física e espiritual. As atividades foram conduzidas sobretudo pelo mestre dos Xondaro, Pedro Vicente Karai.

ZAHY – UMA FÁBULA SOBRE O MARACANÃ
Rio de Janeiro, Guajajara, 2012, 5’03”
Elenco: Zahy Guajajara.
Roteiro: Felipe Bragança e Zahy Guajajara.
Direção, montagem e edição de som: Felipe Bragança.
Empresa produtora: Duas Mariola Filmes.
Zahy Guajajara, 23 anos, é umas das líderes indígenas de uma aldeia criada ao lado do Maracanã, no antigo Museu do Índio, no Rio de Janeiro, ameaçado de demolição. Nesse vídeo, criado a quatro mãos com Felipe Bragança, Zahy lança um novo olhar sobre o local onde viveu e resistiu.

Essa terra nos pertence.
Essa terra nos pertence.

Serviço: Bienal de Cinema Indígena – Circuito SPCine
Data: De 7 a 12 de outubro
Entrada franca
Local: CCSP (Rua Vergueiro, 1000, Paraíso) e CEUs (Aricanduva, Butantã, Casa Blanca, Heliópolis, Inácio Monteiro, Meninos, Paraisópolis, Parque Anhanguera, Parque Bristol, Pera Marmelo e Vila Atlântica)