O mestre do Grafite brasileiro Alex Vallauri ganha mostras na Galeria Index e Museu Nacional da República

Alex Vallauri. Divulgação.

O underground paulistano do anos 70 e 80 certamente teve a marca de Alex Vallauri estampada nas ruas. Quando se pensa nos primórdios do Grafite brasileiro, o artista etíope que aportou no país em 1965 é considerado o precursor do movimento da arte dos muros.

Vallauri partiu cedo, aos 37 anos, no dia 27 de março de 1987. Um ano após sua morte, artistas e amigos já pensaram em instituir o Dia do Grafite nesta data, o que ocorreu de fato em 2004 com a aprovação de lei municipal.  

Sem título (Salto alto). Fotos: Bruno Santiago.

Com uma estética Kitsch, irônica e repleta de personagens icônicos, eternizou “A Rainha do Frango Assado” e criou um repertório que reunia símbolos da sociedade de consumo, fetiche, Pop Art, mensagens de amor e militância política.

Duas exposições em Brasília celebram a arte de Alex Vallauri e reconhecem sua forte influência para além dos muros. “O projeto pretende levantar questões que até hoje são ‘interditadas’ e que foram muito latentes na vida e obra de Vallauri, como a sexualidade e a marginalidade”, explica a curadora Fabrícia Jordão. “As demandas atuais de homofobia e heteronorma tornam inevitável situar a obra de Vallauri como resultado de atravessamentos do universo gay e do homoerotismo”, completa.

Sem título (Frango Assado).

A Galeria Index (SCS) e o Museu Nacional da República recebem obras históricas em mostras complementares que resgatam a poética e o pensamento do artista falecido em decorrência de complicações ocasionadas pelo HIV.

Ambos os espaços estão temporariamente fechados para o público por conta da pandemia, mas uma ação online celebra o Dia do Grafite. A conversa ao vivo traz a curadora Fabrícia Jordão e a idealizadora do projeto e diretora da Galeria Index, Monica Tachotte. Neste sábado (27 de março), às 11 horas, no Instagram do @museunacionaldarepublica

Saturno.

As exposições estarão disponíveis para tour virtual pelo site da galeria: galeriaindex.com a partir de 6 de abril.

O conjunto de obras apresentadas contemplam as décadas de 1970 e 1980 e abordam desde a fase do experimentalismo gráfico da década de 1970 até sua institucionalização, a partir de 1977. Além disso, por meio do repertório urbano e popular Kitsch de Vallauri. Na Galeria Index, as obras serão mostradas de maneira inusitada, por meio de uma grande instalação que simula uma estrutura de outdoor. A ideia é levar a urbanidade tão latente da pesquisa de Vallauri para dentro do espaço que hoje funciona como uma ocupação em um edifício histórico moderno em Brasília.

Cupido.

A Galeria Index e o Museu Nacional encontram-se com suas atividades suspensas, em caráter de urgência, devido à crise de saúde pública decorrente da pandemia do Covid-19 (Decreto Distrital 41.842, de 26 de fevereiro de 2021). Em breve, serão divulgadas as datas para visitação presencial do público.

Produção nos anos 80.

Projeto Alex Vallauri
Galeria Index (Edifício Morro Vermelho, 12o andar. Setor Comercial Sul)
Agendamento prévio via (61) 99686-8213
Instagram
Facebook
Site

Museu Nacional da República (Setor Cultural Sul, Lote 2)
Horário de visitação: Sextas, sábados e domingos das 10h às 16h – Horário reduzido em atendimento
ao protocolo de segurança para enfrentamento da pandemia conforme Portaria SECEC-DF no 179 de
16 de setembro de 2020 (O horário de visitação poderá sofrer alteração)
Telefone: (61) 3325-5220
Instagram
Facebook