Cine Brasília exibe filmes raros para celebrar aniversário da cidade.

21, 22 e 24 de abril.

Amor e Desamor. Divulgação.
Amor e Desamor. Divulgação.

Como parte das celebrações dos 56 anos de Brasília, a Secretaria de Cultura, em parceria com o Arquivo Público do Distrito Federal, exibe nos dias 21, 22 e 24 de abril, sempre às 21 horas, no Cine Brasília, o primeiro longa-metragem de ficção inteiramente rodado na nova capital.

O filme Amor e Desamor, de Gerson Tavares, uma produção de 1966, marca a estréia de Betty Faria no cinema. O filme é um drama existencialista que narra uma noite na vida de um casal, vivido por Leonardo Villar e Leina Krespi. As sessões do longa serão acompanhadas do curta “Brasília, Capital do Século”, do mesmo diretor, realizado em 1959. Um documento também raro da impressionante construção de Brasília.

Projeto de resgate idealizado pelo professor e pesquisador da Universidade Federal Fluminense (UFF), Rafael de Luna Freire, essas duas pérolas do cinema brasileiro fazem parte de um DVD que revisita toda a obra do diretor fluminense,GersonTavares. São dois longas-metragens e nove curtas realizados entre os anos 50 e 70. A iniciativa torna acessível ao público a obra deste importante diretor que andava esquecida e corria o risco de desaparecer.

Na solidão de Brasília – Rodado com o apoio da extinta Fundação Cultural do Distrito Federal, Amor e Desamor marcou a estréia da atriz Betty Faria no cinema. Antes, ela só havia feito uma pequena ponta como dançarina de uma boate no drama de 1964, O beijo.

Autêntico produto de seu tempo, Amor e Desamor capta com precisão narrativa o desconforto existencial das pessoas que moravam em Brasília naqueles primeiros anos de 1960. Ele é Alberto, um arquiteto e professor universitário que acabou de deixar a UnB. Ela, Norma, uma mulher casada moderna e interessada em uma aventura amorosa casual. “Amor e Desamor” tem trilha sonora do maestro Rogério Duprat.

“Você não se libertou dos números cabalísticos de Brasília, das siglas”, brinca a personagem de Leina Krespi. “Conheço todos os bares de Brasília, mas não gosto de nenhum”, desabafa amargurado Leonardo Villar, então surpreendendo num papel contemporâneo, sofisticado e urbano.

Embora boa parte da trama se passe entre as quatro paredes de uma casa no Lago Sul, alguns pontos emblemáticos da nova capital do país surgem estáticos e silenciosos na rotina dos personagens, como a Catedral Metropolitana, o saguão do mítico Hotel Nacional, o Congresso, a Esplanada e o Eixo Rodoviário.

Serviço: Exibição dias 21, 22 e 24 de abril, às 21 horas, do filme “Amor e Desamor”, de Gerson Tavares. (Drama/Brasil/68min/1966).