Beatriz Azevedo lança “antroPOPhagia” com participações de Moreno Veloso e Vinícius Cantuária.

De 30 de setembro a 2 de outubro.

Beatriz Azevedo.  Foto: Leo Fontes. Divulgação.
Beatriz Azevedo. Foto: Leo Fontes. Divulgação.

O show de lançamento do CD antroPOPhagia traz Beatriz Azevedo e as participações especiais de Moreno Veloso e Vinícius Cantuária, no Teatro da Caixa Cultural, nos dias 30 de setembro, 1º e 2 de outubro. O show marca o lançamento em Brasília do disco antroPOPhagia e do livro “Antropofagia – Palimpsesto Selvagem”, no qual ela se debruça sobre o Manifesto Antropófago, a obra filosófica de Oswald de Andrade publicada em 1928. Um dos últimos lançamentos da editora Cosac Naify, o livro conta com capa e ilustrações de Tunga e prefácio do antropólogo Eduardo Viveiros de Castro.

“antroPOPhagia” traz repertório do seu primeiro disco ao vivo, gravado no palco do Lincoln Center em Nova York e lançado no Brasil pela Biscoito Fino e na Europa pela gravadora Discmedi, de Barcelona. O show foi concebido para fazer parte do projeto Celebrate Brazil, realizado por Film Society of Lincoln Center e ImageNation.

A performance de Beatriz no Lincoln Center foi gravada sem que ela própria soubesse: “No ensaio do show, o técnico de som Justin Bias encomendou, sem nos avisar, uma mesa que permitia gravar tudo em canais. No dia seguinte ele me disse: ´Beatriz, traga um HD pra copiar, porque está pesado!´. Foi quando me dei conta que ele havia gravado o show inteiro, em alta definição”, lembra Beatriz. “A rigor, a ´ideia` do CD foi do técnico de som!”.

As composições de Beatriz Azevedo já foram gravadas por Adriana Calcanhotto, Tom Zé e Zé Celso Martinez Correa. Entre seus parceiros estão os poetas Augusto de Campos e Hilda Hilst; os músicos Cristóvão Bastos e Vinicius Cantuária e a cantora Zélia Duncan. No roteiro do show, músicas de autoria de Beatriz Azevedo em parceria com Angelo Ursini (“Toda Sorte”), Vinícius Cantuária (“Alegria”) e Zélia Duncan (“Muda Musa”), além de composições para poemas de Hilda Hilst, Raul Bopp (“Coco de Pagu”) e Oswald de Andrade (“Erro de Português” e “Relicário”), além Cole Porter (“What is This Thing Called Love”) e “Insensatez” (Tom Jobim e Vinicius de Moraes, com arranjo original de Bia), entre outras.

A banda é formada pelos músicos Cristóvão Bastos (piano), Jorge Helder (contrabaixo), Angelo Ursini (sopros), Maurício Calmon (Bateria) e Miguel Jorge (guitarra). Moreno Veloso e Vinícius Cantuária participam do show de Beatriz Azevedo, cantando e interpretando textos da poeta.

Moreno Veloso. Foto: Caroline Bittencourt.
Moreno Veloso. Foto: Caroline Bittencourt.

O livro “Antropofagia – Palimpsesto Selvagem” é parte integrante do projeto multidisciplinar da atriz paulista – que, além do CD “antroPOPhagia”, inclui também um filme documentário e uma série para TV, com entrevistas de grandes nomes do movimento ou por ele influenciados, como Augusto de Campos, José Celso Martinez Correa, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Marcia Tiburi, José Miguel Wisnik entre outros. Beatriz assinou também a curadoria do Encontro Internacional de Antropofagia, no Sesc Pompéia em São Paulo, e ainda fora do país, participou do projeto Art Anthropophagie Aujourd’hui em Paris e ministrou conferência na Tulane University, nos Estados Unidos.

Neste livro, a autora coloca em cena reflexões contemporâneas a partir da antropofagia em perspectiva plural, abarcando desde o ritual Tupinambá antes da chegada dos colonizadores europeus em 1500, passando pela eclosão do movimento antropofágico durante o modernismo no século XX, o tropicalismo na década de 60, o mangue beat na década de 90, até as primeiras décadas do século XXI.

Tema central para se rever a história das ideias no Brasil, a antropofagia em realidade nunca saiu da pauta dos grandes criadores da cultura brasileira, da filosofia à crítica de arte, do jornalismo ao teatro, da poesia à antropologia, da música às artes visuais e à arquitetura. Os ouvidos do poeta Oswald de Andrade estavam ligados em Pindorama, um Brasil Ameríndio soberano antes da colonização. Ele queria ouvir o “homem nu”, ouvir os povos indígenas e que estes pudessem viver bem em meio ao presente tecnológico; no seu manifesto o poeta exaltou o “bárbaro tecnizado”.

Ao escrever seu Manifesto Antropófago, seu olhar estava voltado para o matriarcado de Pindorama, um território utópico valorizando a voz da mulher e seu protagonismo político, preferindo o matriarcado ao patriarcado.

“A Antropofagia é muito mais do que ‘atual’, na verdade ela inverte a perspectiva de tempo, como se o ‘futuro’ nos atravessasse, no presente, e ressignificasse o ‘passado’. O matriarcado de Pindorama, o território da Antropofagia, não é um ‘passado’, é uma utopia futura. Nesse momento de caos político, em pleno século XXI, ainda imperam as forças do patriarcado contra o matriarcado”, comenta Beatriz.

Vinícius Cantuária. Divulgação.
Vinícius Cantuária. Divulgação.

Serviço: Show: Beatriz Azevedo em “antroPOPhagia”, com as participações de Moreno Veloso e Vinícius Cantuária
Lançamento do livro: “Antropofagia – Palimpsesto Selvagem”
Local: Teatro da Caixa Cultural
Data: 30 de setembro (sexta), 1º de outubro (sábado), e 2 de outubro (domingo)
Horário: sexta e sábado às 20h, domingo às 19h
Ingressos: R$ 20,00 (inteira) e R$ 10,00 (meia-entrada)
Classificação indicativa: 12 anos