A mostra “Armadilhas Indígenas” ocupa o Memorial dos Povos Indígenas.

Até 30 de junho.

Foto: Glênio Lima. Divulgação.
Foto: Glênio Lima. Divulgação.

A mostra Armadilhas Indígenas ocupa o Memorial dos Povos Indígenas até 12 de outubro com obras de artistas indígenas e não indígenas, em um total de aproximadamente 150 peças, entre instalações, esculturas, vídeos, pinturas, desenhos, objetos, documentos e recortes de jornais.

Bené Fonteles, artista plástico e curador da exposição, afirma que a mostra reconta a história do próprio Memorial que, na década de 1980, quase foi transformado no Museu de Arte Moderna da capital.

“Fiz uma provocação, pois foi uma luta que tivemos para devolver o Memorial aos indígenas. Convidei artistas e eles fizeram obras com o acervo do museu e ficou muito interessante. Trouxemos a arte do índio também, adornos, tacapes, e não só artesanato. Tem objetos indígenas que são de uso em rituais, outros cotidianos”, conta Fonteles.

A mostra reúne obras de artistas como Ailton Krenak, André Vallias, André Santângelo, Ernesto Neto, Elyezer Szturm, Daiara Tukano, Flávia Carvalhinho, Glênio Lima, Luiz Gallina, Marcos Bentes e Rômulo Andrade; além de vídeos realizados nas aldeias.

Glênio Lima, um dos artistas convidados, conta como fez a instalação Canoa Quebrada, que está exposta na mostra. “Foi uma canoa velha, indígena, que encontrei no Rio Araguaia e cortei em quatro pedaços. Estão pendurados em cabos de aço e em níveis diferentes, como se estivesse flutuando”, conta.

Para Bené Fonteles, parte da sociedade brasileira quer tornar os indígenas invisíveis. Por esse motivo, ele ressalta a importância de se valorizar a arte feita por aqueles que são os guardiões das florestas e que influenciaram significativa a cultura brasileira.

“A arte indígena é do mais alto nível em qualidade estética e tem uma influência enorme na nossa cultura. É impressionante a influência indígena na arte brasileira, na música, nos costumes, no linguajar. Essa história a gente precisa reconhecer e não exterminar”, afirma Fonteles.

A abertura da exposição será às 20h e haverá apresentação do grupo aborígine australiano “Descendance”. Os aborígenes australianos descendem de emigrantes africanos que povoaram a Ásia e há 60 mil anos cruzaram o mar, utilizando canoas e embarcações toscas.

Serviço: Armadilhas Indígenas
Visitação: Até 30 de junho, de terça a sexta, das 9 às 17 horas
Local: Memorial dos Povos Indígenas (Eixo Monumental)
Entrada franca
Classificação indicativa: Livre.

Fonte: Agência Brasil.