“Arquivo Brasília: cidade imaginário” abre no TCU no dia 06 de maio.

 

  

Fábio Baroli e Suzanna Aune - "Catedral Rosa" (2006) - Foto: Wanderson França

No ano em que Brasília completa cinco décadas de existência, o Espaço Cultural Marcantonio Vilaça propõe uma homenagem à capital, com destaque a sua produção artística: um acervo único formado por obras que contam e que fazem a história da cidade, ao agregar um novo valor poético a espaços urbanos desvalorizados. Essa é a proposta da exposição Arquivo Brasília: cidade imaginário, que, sob a curadoria de Renata Azambuja, procura reunir em um só espaço intervenções, obras e acontecimentos artísticos que marcaram a trajetória da capital, assim como prestigiar novos representantes da arte contemporânea que ousam ver a cidade e seus habitantes sob um ponto de vista inusitado.  

Grupo Entreaberto - "Juscelinomys candango" (2007)

O projeto de Arquivo Brasília: cidade imaginário é composto de duas vertentes: obras e memória. No mesmo ambiente em que estarão expostos diversos trabalhos como instalações, gravuras, cartazes e registros de performances e intervenções, também poderão ser conferidos recortes de jornais, entrevistas, fotos e outros registros da produção artística da capital. O visitante da exposição será convidado a conhecer a obra de artistas que expressaram suas visões sobre acontecimentos políticos e sociais que moveram e movem a cidade – como os movimentos estudantis e a questão indígena – assim como comentários sobre o próprio circuito de arte, intervindo criticamente na paisagem urbana. São obras e registros que representam a ocupação do espaço público como uma forma de questionamento aos limites do espaço de arte institucionalizado e um desejo de aproximação da linguagem da arte a um público que de outra forma não teria acesso a ela.  

Nicolas Behr, surfista a procura da piscina de ondas (1979) - Foto: Luís Turiba.jpg

A exposição procura não somente instigar uma reflexão sobre a celebração do cinquentenário de Brasília, como também propõe um novo olhar sobre locais bem conhecidos pelo brasiliense, como a Praça dos três Poderes, a Vila Planalto, a Universidade de Brasília e até mesmo os pontos de ônibus, superquadras e tesourinhas, por meio da apropriação desses espaços. “Pode-se dizer que dois fatores contribuem para a ocupação dos espaços de Brasília pelos artistas: o desejo de ocupar espaços em razão do próprio plano urbanístico do Plano Piloto e uma forma de resposta a um circuito artístico acanhado. Ora os artistas se apropriam desse espaço poeticamente, ora de uma forma transgressora”, esclarece a curadora e historiadora da arte Renata Azambuja. “Entretanto, independentemente da maneira como o artista interage com a cidade, mais ou menos criticamente, nessa ou naquela linguagem, percebe-se a vontade do de exercer uma reflexão sobre o local onde vive e que é a capital do Brasil – uma reflexão que se coloca, tanto de forma afetuosa como crítica. O recorte curatorial foi feito tendo em mente a cidade e as diferentes produções artísticas que surgem quando o artista se propõe a olhar atentamente para a cidade e devolvendo a ela novas possibilidades de sentido.”  

Paulo Andrade - "O Eterno Retorno" (1984)

A exposição será composta tanto de obras quanto de registros, que incluem fotos, recortes de jornais, vídeos e entrevistas. A abertura é no dia 6 de maio, às 19 horas.