O Brasil na Arte Popular – Acervo Museu Casa do Pontal.

A exposição O Brasil na Arte Popular – Acervo Museu Casa do Pontal está em cartaz no Museu Nacional de 18 de maio a 26 de junho e trata-se da maior mostra do gênero já realizada no país.

São 1.500 obras de 70 artistas populares organizados sob a curadoria de Ângela Mascelani, diretora do Museu Casa do Pontal. O evento é patrocinado pelo BNDES e o Museu Casa do Pontal com o patrocínio institucional da Vale e da Petrobras, além do Ministério da Cultura.

As obras são provenientes da coleção de Jacques Van de Beuque, designer francês  que viajou durante 40 anos pelo país e formou o maior acervo de arte popular do Brasil, com cerca de oito mil peças de mais de 200 artistas reunidas após viagens por todas as regiões, reunidas no Museu Casa do Pontal, localizado no Recreio dos Bandeirantes no Rio de Janeiro.

A mostra homenageia o Mestre Vitalino, um dos mais representativos artistas populares brasileiros, que completaria 102 anos e também ao ex-Vice Presidente José de Alencar, falecido recentemente, e um entusiasta do Museu Casa do Pontal. A montagem da exposição tem design de Evelyn Grumach e transmite a idéia de uma viagem que remete às jornadas de Van de Beuque à procura das obras que integraram sua coleção.

Na entrada, há um painel azul com 20 metros de extensão com barcos suspensos que fazem referência ao Rio São Francisco, eixo vital na produção da arte popular, com suas carrancas e mitos, que percorrem cinco estados – Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Sergipe e Alagoas. É como se o espectador embarcasse por outros rios até atingir o Vale do Jequitinhonha e suas famosas bonecas que fazem uma ode à figura feminina. Do Jequitinhonha para Caruaru com a célebre escola de bonecos de cerâmica do Mestre Vitalino.

A diversidade religiosa ganha destaque com as festas religiosas católicas realizadas em Juazeiro do Norte, no Ceará, a umbanda no Rio de Janeiro e o candomblé na Bahia.

Os subúrbios cariocas acentuam o espírito alegre e colorido do Carnaval, que vai das ruas e praças ao Sambódromo.

A mostra foi dividida em núcleos. O primeiro Vitrine de Terra indica a entrada pelos caminhos da cerâmica e da arte do Vale do Jequitinhonha. Em seguida, a Arte Incomum e Visionária, onde as figuras antropozoomorfas se destacam ao lado de mandalas de formas rigorosas, que abordam o ciclo infindável da vida.

Lampião-sereia de Manuel Galdino. Região: Alto do Moura/Caruaru (PE). Foto: Aníbal Sciarretta. Divulgação.

Com um grande painel fotográfico de Mestre Vitalino como pano de fundo, o público adentra o núcleo História da Arte Popular. Já no Cangaço o destaque fica por conta da espetacular obra Lampião Sereia, do artista Manuel Galdino, que funde os princípios masculinos e femininos dizendo que “se Lampião tivesse conhecido o mar teria abrandado sua natureza violenta”.

Enfim é apresentado o Ciclo da Vida, com o foco em obras que celebram os nascimentos e a infância com suas brincadeiras, assim como namoros, a prosa nas feiras, as músicas e os casamentos. Ao final a religiosidade é abordada com ênfase na fé e sua diversidade de manifestações.

Roda de bumba-meu-boi de Nhozim. Região: São Luiz (MA). Foto: Rômulo Fialdini. Divulgação.

Serviço: O Brasil na Arte Popular – Acervo Museu Casa do Pontal

Abertura: 17 de maio de 2011 (terça) às 19 horas
Visitação: 18 de maio a 26 de junho de 2011
Local: Museu Nacional de Brasília (Esplanada dos Ministérios, Setor Cultural Sul_
Telefone: (61) 3325.6410
Visitação: De terça a domingo, das 9:00 às 18:30
Entrada franca.