Gilberto Gawronski revive o “canibal alemão” em monólogo no CCBB.

De 3 a 6 de março.

Foto: Paulo Severo e Jorge Etecheber. Divulgação.
Foto: Paulo Severo e Jorge Etecheber. Divulgação.

O monólogo Ato de Comunhão chega ao CCBB de 3 a 6 de março. No palco, o ator Gilberto Gawronski vive um homem que relembra três momentos de sua vida: o aniversário de oito anos, a morte da mãe e um jantar bastante peculiar com outro homem que conhecera pela internet. Livremente baseada num fato real que ficou conhecido na mídia como o do “canibal alemão”, a peça coloca no palco, com elaborada delicadeza, algumas complexidades perturbadoras da vida contemporânea. Tecnologia, conexão, solidão, instinto e civilização permeiam esta história verídica que oscila entre o moderno e o arcaico.

A performance de Gilberto Gawronski impressiona pela frieza e meticulosidade com que leva ao palco o relato feito pelo protagonista. O ator desenha traços psicológicos da figura representada, mantendo, quase que sempre, o mesmo tom de voz e a mesma cadência rítmica, tanto nas passagens mais horripilantes quanto naquelas em que o humor predomina. O uso de recursos audiovisuais, operados em cena por Gawronski, também tem recebido elogios da crítica especializada pelo refinamento na técnica.

Ato de Comunhao Creditos Paulo Severo e Jorge Etecheber  (2)
O texto do argentino Lautaro Vilo, com tradução de Amir Harif, é inspirado na história real de Armin Meiwes que, em 2001, na Alemanha, foi condenado à prisão perpétua após confessar e relatar seu crime. A montagem estreou em 2011, no Rio de Janeiro, e tem direção assinada por Gawronski em parceria com Warley Goulart.

A crítica teatral Bárbara Heliodora comparou a proposta de ATO DE COMUNHÃO com o conceito que Shakespeare dá ao fazer teatral: “ter no teatro aquilo para o que foi criado, apresentar ao mundo sua própria imagem (…) tudo numa atuação exemplar”.

“Ninguém vai ver carne no palco”, explica o ator, “há muita delicadeza artística para passar esta coisa tão sórdida, um fato tão bizarro e atroz”. A dramaturgia foi buscar na primeira infância cheia de traumas do personagem não uma justificativa, mas ao menos uma explicação para que ele chegasse a fazer o que fez. Meiwes, o “Canibal Alemão”, considera ter feito um favor à sua vítima, já que o outro desejava ser devorado. O encontro foi marcado através de um site de relacionamento.

Ato de Comunhao Creditos Paulo Severo e Jorge Etecheber  (1)

Oficina – Crônicas de uma testemunha quase emocionada, com com Gilberto Gawronski

Da leitura de textos jornalísticos, crônicas, relatos, contos e textos dramatúrgicos, a oficina tem por objetivo fazer vislumbrar um processo de criação de personagem e/ou narrador a partir de pontos de vista múltiplos: a do cronista, a dos que “sofrem” o fato, a dos que “vivenciam” a história. Para narrar o conto, os participantes também trabalharão com objetos e elementos de significado poético que sofrem transformações lúdicas no seu uso cênico. Partindo da crônica como gênero literário, a oficina disponibiliza aos atores dinâmicas que estimulam seu processo de pesquisa e trabalho sobre a palavra oral, as práticas narrativas, o ofício do contador de histórias e seus desdobramentos na performance e na cena teatral contemporânea. Com carga de 4 horas, a oficina apresenta a seguinte metodologia: Práticas Narrativas, Múltiplas Relações com as Narrativas, Recursos Disponíveis do Contador de Histórias, Qualidade do Comprometimento do Ator-Narrador, Ritmo e Musicalidade da Palavra, Intersecções entre Performance Oral e Cena, Intersecções entre oralidade e cultura escrita, paralelos com a escrita de Caio Fernando Abreu, Lautaro Vilo, Thorton Wilder.
Duração: 4 horas
Capacidade: 20 pessoas.
Público Alvo: Atores, performers, escritores, músicos, professores e artesãos.

Ato de Comunhao Creditos Paulo Severo e Jorge Etecheber  (4)
Serviço: Ato de Comunhão
Data: De 3 a 6 de março às 20 horas
Local: Teatro I – CCBB (Endereço: SCES Trecho 2)
Ingresso: R$ 20,00 (inteira) e R$ 10,00 (meia-entrada)
Os ingressos começam a ser vendidos dois domingos antes dos eventos da semana e podem ser adquiridos na bilheteria do CCBB de quarta a segunda, das 9 às 21 horas, pelo site www.ingressomais.com.br, ou pelo televendas 4003-2330, das 9 às 21 horas, de segunda a segunda.
Em todas as sessões serão oferecida a possibilidade de tradução para libras.
Informações: (61) 3108-7600
Classificação indicativa: 18 anos.
Oficina gratuita com Gilberto Gawronski: Dia 5 de março (sábado) das 14 às 18 horas. Currículos e carta de intenção devem ser encaminhados para o e-mail produzindo2011@gmail.com para o preenchimento das vagas.