Artistas se unem para revitalizar a Babilônia Norte.

Os Jardins Suspensos da Babilônia se celebrizaram com uma das sete maravilhas do mundo antigo. Foram construídos no século VI a.C.,  pelo Rei Nabucodonosor II, como presente a sua esposa predileta, Amitis, que sentia saudades do verde de sua terra natal.

Em Brasília, um grupo de jovens e artistas se preparam para revitalizar a “Babilônia Norte”, como foram apelidadas as quadras comerciais da 205/206 da Asa Norte. O termo faz referência aos jardins suspensos presentes na arquitetura e que pelo projeto original, deveriam decorar as janelas. Inevitável também não remeter Babilônia ao mosaico de pessoas, culturas e ideias que a quadra adquiriu ao longo dos anos.

A comercial foi criada em 1979, com um projeto que pretendia ser inovador, com quiosques envidraçados, um jardim no terraço e duas passagens subterrâneas que ligam uma comercial a outra. Mas o espaço se viu degradado pelo tempo.

“Especulações à parte, o que importa é que a Babilônia Norte é de fato a quadra mais peculiar do Plano Piloto”, declara Fred Gallo, gerente multimídia do projeto, que tem início nesta quarta (27), às 19:30, com a exibição do documentário intitulado “Babilônia Norte”, com direção de Renan Montenegro, que convidou artistas para apresentar o espaço por meio de seus trabalhos, mostrando a relação entre a arte e o espaço arquitetônico inusitado.

Entre os personagens do filme estão os poetas Nicolas Behr e Patrícia Del Rey, o fotógrafo Humberto Lemos, as artistas plásticas e artesãs Vera Guadalupe e Alessandra Cardoso, o ator  João Antônio, a grafiteira Juliana Borgê e o trio de DJs Criolina.

“A 205/206 norte tem algo que você jamais veria em uma outra comercial, com um caráter único de desvio e de surpresa. Dificilmente um morador de Brasília ou um visitante não se surpreenderia com este momento em a capital fugiu do plano”, conta Patrícia Del Rey.

O doc é o pano de fundo para ações que retratam o perfil multifacetado da quadra, onde artistas, comerciantes e comunicadores criaram um movimento para revitaliza-la e torná-la um centro cultural. Além da avant première do documentário ao ar livre, o evento terá exibição uma mostra fotográfica, experiências multimídia com QR Codes, uma parede poética interativa, performance teatral, grafite ao vivo e apresentação musical. Ao final, o espaço terá uma edição especial da festa Criolina Champagne, em parceria com o Criolina e o Espaço Cena.