Beatriz Águida lança “Água e Som” nesta terça no Sesc Garagem.

15 de outubro.

Foto: Juliana Ribeiro.

A cantora brasiliense Beatriz Águida lança o seu segundo disco no dia 15 de outubro, no Sesc Garagem (913 Sul). A abertura fica por conta da multi-instrumentista Daniela Vieira.Sete anos após o lançamento de “INSólido”, Água e Som apresenta uma Beatriz mais madura em suas composições. O som, mais moderno, mescla o orgânico da voz, da guitarra e do baixo com uma base eletrônica, que promete ser o diferencial no trabalho que vem fazendo por quase duas décadas.

Ao longo das 10 faixas autorais, ela mantém sua língua mater, que fala livremente sobre tesão, paixão e desejos. Porém, os novos arranjos e parcerias impedem que se forme uma zona de conforto em torno de sua autobiografia, apontando para uma mudança de referencial e para a presença de universos alheios ao seu.

Talvez o exemplo mais claro disso seja a música “Aquarela”, na qual Beatriz divide os vocais com a rapper Lídia Dallet, e o pandeiro versátil de Larissa Umaytá se destaca. Em “Gosto de Mar”, ela também se desapega do seu próprio estilo para cantar o poema homônimo de Marina Mara. Já “Rubi” sintetiza sua parceria, de longa data, com Léo Ribeiro.

Quem acompanha a artista desde os tempos dos festivais de hardcore e punk rock nos clubes de Brasília, lá nos idos dos anos 2000, enxerga facilmente o pacote de inspirações que vêm e vão, no novo repertório. Para quem chega agora, “Água e Som” é o ambiente perfeito para conhecer a “Bia” de hoje, romântica, consciente e antenada.

No campo das referências, Cazuza, Adriana Calcanhoto e Marisa Monte cedem espaço e passam a dividir as odes com uma turma mais próxima, independente e atual. Só Marina parece ficar intacta. As guitarras, gravadas pela primeira vez por Beatriz, acabam levando até as altas temperaturas da cantora de Fullgás, como bem observou Florencia Saravia, responsável pela masterização da obra.

Enquanto o álbum anterior trazia aquele sentimento salutar de “primeira vez”, do rodopio inicial rumo ao grande vôo, em “Água e Som”, Beatriz se desprende de expectativas e cria um espaço sinestésico sem alturas, um universo íntimo que te envolve e faz fechar os olhos para escutar melhor.

O disco – A composição da banda, com o produtor de música eletrônica Ramiro Galas e o baixista Léo Ribeiro, aconteceu por acaso, nos preparativos do festival LBT Quanta!, em 2018, onde foi apresentado um pocket com algumas das novas faixas. Desde então, o disco vem sendo preparado e em agosto deste ano, no Festival CoMA, uma amostra mais generosa foi divulgada ao público.

Gravado na Casa Cajá, no Afra Estúdio e na casa do Ramiro, “Água e Som” estará disponível a partir do dia 10 de outubro, nas plataformas digitais.

Lançamento de “Água e Som” de Beatriz Águida
15 de outubro (terça) às 20 horas
Sesc Garagem (913 sul)
Ingressos: R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia-entrada) no local.