Lula inaugura beijódromo na UnB.

José Mujica e Lula improvisam nas rabecas. Foto: http://www.destakjornal.com.br.

Os presidentes do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e do Uruguai, José Mujica, e os ministros brasileiros da Cultura, Juca Ferreira, e da Educação, Fernando Haddad, além do ministro de Educação e Cultura do Uruguai, Ricardo Ehrlich, inauguraram hoje (6) o Memorial Darcy Ribeiro, na Universidade de Brasília (UnB). A construção do espaço, chamado pelo próprio Darcy como Beijódromo, é resultado de um convênio entre o Ministério da Cultura (MinC) e a Fundação Darcy Ribeiro (Fundar), com o investimento de R$ 8,5 milhões por parte do MinC.

“Nós estamos lembrando a memória de um grande brasileiro. Se queremos saudar a UnB, temos que saudar Darcy”, reverenciou Juca Ferreira, no começo de seu discurso. “Toda obra de Darcy estará disponível aqui, para todos”, lembrou.

“O Memorial é um presente para essa cidade que completou 50 anos e se tornou definitivamente a capital dos brasileiros e a UnB, universidade sonhada por Darcy e que ele ajudou a fundar”, acrescentou o ministro.

O presidente Lula elogiou a iniciativa. “Creio que a UnB e o MinC encontraram uma maneira muito feliz de manifestar a importância de Darcy para as ciências, para a universidade e para o Brasil”, disse Lula. Sobre a falta que o antropólogo faz para a sociedade brasileira, o presidente contou que “havia a ideia de que ia faltar Brasil para tantas ideias de Darcy. Brasil não vai faltar, ele que faz falta”.

Para o presidente do Uruguai, Jose Mujica, o antropólogo ainda está vivo. “Todo o homem é um animal social porque precisa do outro, da sociedade. Darcy lutou pela universidade, pelo mundo universitário, pela democracia. Creio que esses valores ainda estão vivos”. Mujica e Darcy tornaram-se amigos quando o antropólogo, então vice-presidente da República, foi deposto pelo regime militar e se exilou no Uruguai.

A inauguração do Memorial foi prestigiada, além de autoridades, pelo reitor da UnB, José Geraldo Sousa Júnior, e pela comunidade acadêmica.

O espaço foi projetado pelo arquiteto e parceiro de Darcy em diversos projetos, João Filgueiras Lima, o Lelé. Os que passam em frente enxergam um misto de nave espacial e oca indígena – referência ao fato de que Darcy estudou e conviveu com várias tribos brasileiras. Dispõe-se ali de biblioteca, espelho d’água, salas de aula e climatizador natural – em parte inspirado no sistema de circulação de ar próprio das ocas indígenas. Há também um espaço para descanso e apresentações, que o próprio antropólogo batizou de Beijódromo, já na concepção do local. Tudo isso distribuído em dois andares, numa área total de 2 mil m².

A biblioteca tem em seu acervo mais de 30 mil exemplares do professor e educador e de sua primeira esposa, a antropóloga Berta Gleizer Ribeiro, além de disponibilizar documentos pessoais, como cartas trocadas com Oscar Niemeyer e o filósofo francês Jean-Paul Sartre. Haverá também exposição de obras de arte brasileiras, que vão desde quadros de Portinari a artefatos indígenas.

Fonte: Assessoria de Imprensa do Ministério da Cultura.