O espetáculo “Biliri e o Pote Vazio” homenageia as crianças no CCBB.

O espetáculo infantil Biliri e o Pote Vazio tem estreia nesta sexta (7 de outubro) no Teatro do CCBB. A montagem tem assinatura do diretor multimídia Ricardo Karman, que utiliza de recursos multimídia que fundem a milenar técnica chinesa de teatro de sombras com animação computadorizada. Todos os recursos cênicos que unem tradição e contemporaneidade sob uma excelente direção de atores.

O enredo se insere em um tempo longínquo. O Imperador – sem herdeiros – de um reino cinza, devastado pela guerra, lança um desafio a todas as crianças. A cada uma ele dá uma semente de flor e ordena que seja cuidada com total dedicação para que a criança mais esforçada seja a herdeira do trono. Biliri, um garoto que adora flores e cores, cuida da sua semente com muito carinho, mas apesar de todo seu empenho ela não germina. Biliri, então, apresenta-se, ao Imperador apenas com seu vaso vazio e assume seu “fracasso”. E, para surpresa de todos, ele vence o desafio, cuja finalidade era justamente testar o grau de honestidade dos participantes.

“Esse diálogo entre o ‘bi’ e ‘o tri’ também ilustra dois lados da humanidade: o sombrio das guerras, reforçado em nossa história pela falta de herdeiros, e o lado colorido da esperança, da possibilidade de futuro, representado em O Pote Vazio pelo menino Biliri e pela criança como simbolismo de semente.”, afirma Ricardo Karman, cujo grande desafio desta montagem foi fazer desaparecer a emenda entre os elementos bidimensionais (tela usada no palco pra recursos de vídeo e teatro de sombras) e tridimensionais (atores em cena). Ele ainda explica que os atores, ou suas silhuetas bidimensionais, saem da tela e continuam como sombras tridimensionais no palco.

Outro recurso usado pelo encenador, para representar estas duas facetas da humanidade, é a utilização da “cor” na imagem cenográfica e teatral: quando a história se passa no “reino sombrio das guerras” as cenas são em preto e branco, já no mundo florido de Bliliri as cores se sobressaem. Para que tudo isto se materialize no palco, Ricardo Karman contou com o talento de seu velho parceiro José de Anchieta que criou uma cenografia com dois planos, o real e o virtual, dialogando com a animação computadorizada de Amir Admoni. Ao final do espetáculo, esta cenografia se estende até a plateia, invadindo-a de forma surpreendente.

Na peça existe também um narrador em off, que no caso da montagem de Ricardo Karman é também virtual; alguém que, hipoteticamente, teria presenciado a história. É ele quem introduz a lenda por meio da “semente das histórias”, plantada por uma criança em um pote, no começo do espetáculo, de onde brota Biliri e o Pote Vazio.

Há 20 anos no cenário artístico paulista, a Kompanhia do Centro da Terra se destaca pela trajetória calcada na pesquisa para integrar diferentes linguagens cênicas, performances e arte-tecnologia em grandes instalações interativas e montagens teatrais inovadoras. A proposta de encenação de O Pote Vazio vem de encontro a esta proposta ao utilizar cenicamente recursos multimídia – principalmente animação em vídeo, integrado a linguagem do teatro de sombras – em total consonância com atores em cena.

As sessões às 16 horas, de sexta a domingo e com sessão extra, às 11 horas, aos domingos.  As apresentações são gratuitas e as senhas devem ser retiradas um hora antes de cada sessão.

Serviço: Biliri e o Pote Vazio

Data: de 7 a 30 de outubro de 2011

Sextas e sábados, 16h e domingos, 11h e 16h

Apresentações especiais dias 12 e 13 de outubro, 16h

Entrada gratuita mediante retirada de senha uma hora antes de cada sessão

Local: Centro Cultural Banco do Brasil Brasília (SCES, Trecho 02, lote 22)

Bilheteria e Informações: 3108-7600 (de terça a domingo, das 9h às 21h).