Renato Acha
Brasília ganhou um evento de peso que destaca a cultura queer em tempos infelicianos. O primeiro Brasília Queer Fest movimentou o Balaio Café no último domingo, em uma reunião divertida entre diversas tribos.
O termo queer tem origem na língua inglesa e se relaciona com gays, lésbicas, bissexuais e transgêneros, dentre outros grupos. Em princípio, a expressão tinha um caráter pejorativo, que poderia significar “estranho” ou “esquisito”, mas ao se relacionar com a palavra queen, ou “rainha”, o termo ganha contornos de glamour, como um homossexual masculino muito afeminado, ou quase uma rainha. Outro ponto a ser levado em conta seria que queer derivou da palavra quare do Inglês Antigo, que significava “questionado ou desconhecido”.
Hoje em dia a palavra ganha ressignificações e vira bandeira da comunidade LGBTT. Agora a ordem é romper com a caretice de uma suposta predominância heterossexual, que serve de maquiagem à sociedade contemporânea, e até mesmo com a ordem homossexual padronizante em alguns padrões caricatos.
A cena rocker se reafirmou com as presenças das bandas Teu Pai Já Sabe? (Curitiba) e dos grupos brasilienses: Terror Revolucionário, Rebel Shot Party, Que Pasa Cabron? e Dança da Vingança. O evento promete voltar em meados de novembro. Um exemplo de convivência pacífica entre gente de todas as cores, inclusive heterossexuais. E por que não? Afinal a arte está aí como veículo de transformação em luta contra o preconceito, onde a individualidade tem espaço independente da orientação sexual.