Livro “Brasília Submersa” de Beto Barata é lançado hoje com exposição no Museu Nacional.


    Foto de Beto Barata.

    Depois de quase dois anos de muitos mergulhos, trabalho, organização e tempo, o projeto Brasília Submersa, idealizado e concretizado pelo fotógrafo e mergulhador Beto Barata, poderá ser conferido pelo público brasiliense.

    Hoje, 13 de outubro, a partir das 19h, Beto Barata lança o livro Brasília Submersa e abre a exposição fotográfica homônima no Anexo do Museu Nacional da República, na Esplanada dos Ministérios.

    O livro tem 120 páginas entre histórias e fotografias do Lago Paranoá no formato 21x28cm. Já a mostra conta com 51 fotografias em meio a aquários, luzes, vídeo e som, traz uma experiência multissensorial ao público e resgata uma parte da história da capital federal.

    O projeto Brasília Submersa é patrocinado pelo Fundo de Apoio à Cultura (FAC) e realizado pela Photo Agência e pelo Museu Nacional da República.

    O livro Brasília Submersa tem apresentação do poeta e jornalista Luís Turiba, textos da jornalista Clara Arreguy e projeto gráfico de João Campello.

    Ele é dividido por temas: Raia Norte, Raia Sul, História do Lago, A Barragem e Vila Amaury.

    Pedaços que, unidos e bem ilustrados contam, de uma maneira diferente e atrativa, um enredo antigo e importante para a formação da cidade como ela se apresenta hoje.

    Foi em uma Brasília pouco mencionada e escondida por mais de 400 milhões de metros cúbicos de água que Beto Barata – nascido Luiz Alberto Cortes Silva – encontrou sua inspiração para dar início, em 2009, a um trabalho autoral que tem por base a fotografia subaquática do Lago Paranoá.

    Com imagens captadas de dentro do lago, ora em cima de uma embarcação, ora total ou parcialmente dentro da água, o objetivo do projeto Brasília Submersa é documentar e divulgar um momento da história da cidade que repousa sob as águas do Paranoá, bem como a arquitetura presente em suas margens e sobre ele, as atividades esportivas e as questões ambientais.

    As narrativas dos pioneiros ainda vivos e que moram na cidade, documentos oficiais e relatos de pessoas com profundo conhecimento sobre o lago são os pilares de pesquisa do trabalho desenvolvido.

    O livro oferece instrumentos de referência histórico-cultural, contribui para a pesquisa sobre o tema e estará acessível e disponível ao público em bibliotecas e escolas de Brasília.

    Com curadoria de Eraldo Peres, pré-edição fotográfica de Marri Nogueira e cenografia de Luciana Nunes Heringer, a exposição Brasília Submersa transformará o espaço de dois andares do Complexo Cultural da República em um verdadeiro centro de memórias e descobertas.

    No térreo, o visitante terá acesso a 26 fotografias, das 51 disponíveis na exposição, sendo 24 delas no formato 60x90cm e dois painéis em tamanhos ampliados.

    Nessa fase da mostra, serão apresentadas fotos tiradas da superfície do lago e imagens que Barata gosta de chamar de “meia água”, isto é, com a câmera apenas metade submersa.

    Já no subsolo, um manequim usando escafandro e alguns objetos perfilados em uma mesa ao seu lado, formando um minimuseu, anunciam o que o visitante irá encontrar.

    O acervo do minimuseu pertence ao mergulhador José Ricardo Silva dos Santos e é composto por peças retiradas do Lago Paranoá no local onde foi um dia a Vila Amaury – um assentamento provisório dos operários que trabalhavam nas obras de Brasília, que chegou a abrigar mais de 16 mil pessoas.

    A Vila foi inundada aos poucos, até que o nível de água atingisse a cota mil (os mil metros de altitude que conformam o lago).

    Em uma das paredes desse espaço, será projetado um vídeo produzido por André Corrêa, que mostra imagens do projeto Brasília Submersa, trechos de entrevistas com os pioneiros e o making of de todo o trabalho de captação das imagens.

    Atrás de um grande painel, um espaço fechado com tecido negro e sonorização representando a respiração do mergulhador enquanto submerso, abriga o restante das fotos.

    O lugar, parcialmente escuro, iluminado apenas por luzes vindas de “aquários” finos, transmite a sensação de se estar no fundo das águas tranquilas do Lago Paranoá.

    Cada um dos doze recipientes abrigará duas fotografias de tamanhos 60x90cm, somando um total de 24.

    Neles estão imagens captadas debaixo da água, retratando curiosidades e mitos inerentes aos 51 anos de história que o lago carrega, tais como a “boneca vudu”, os fragmentos da Vila Amaury e sua participação na vida dos moradores da capital federal.

    Serviço:

    Lançamento do livro e da exposição Brasília Submersa – De Beto Barata

    Data: 13 de outubro, quarta-feira

    Horário: 19h

    Local: Anexo do Museu Nacional da República

    A exposição ficará aberta ao público de 14 de outubro a 05 de novembro, de terça-feira a domingo, das 9h às 18h30.