Imagens da capital são apresentadas em dois momentos distintos. A fotógrafa Débora Amorim retrata a arquitetura moderna e espetáculos de dança, música, teatro e cultura popular e seu pai, Márcio Amorim, apresenta registros de sua chegada à nova capital e a construção da cidade.
O livro tem o objetivo de buscar uma leitura particular da relação de uma família com a fotografia contemporânea e o registro histórico e imagético da contrução de uma cidade como Brasília.
As fotos de Marcio visam a experimentação, seu olhar é, portanto, testemunho de ritos familiares como aniversário das crianças, passeio no parque, passeio na cidade, carnaval, etc. Seu registro congela a transitoriedade do tempo: os momentos domésticos, a vida em família, os ritos cívicos e públicos (primeiro aniversário de Brasília em 1961, chegada da seleção tricampeã mundial de futebol em 1970, posse do presidente Jânio Quadros em 1961). Ao fotografar Brasília, Márcio registra a cidade sendo construída, mas ela é parte indissociável de seus ritos familiares, a arquitetura da cidade não está separada da paisagem familiar, ela é parte da vida doméstica em família, a cidade é protagonista das fotos tanto quanto a família, esta é a arquitetura familiar.
As fotos de Débora selecionadas para este livro são, em sua ampla maioria, registros profissionais de eventos diversos que aconteceram na cidade. As demandas de sua profissão contribuíram para que a cidade seja a protagonista privilegiada das fotos, diferentemente das fotos de seu pai, que tem em seu acervo um número muito maior de cenas privadas e domésticas, em que os integrantes da família são os principais personagens. A câmera da fotógrafa testemunhou momentos marcantes da história de Brasília, como o desfile da seleção pentacampeã mundial de futebol em 2002, a posse do presidente Lula em 2003 e a posse de Dilma, a primeira mulher eleita presidente do Brasil, em 2011. Espetáculos de dança, teatro, música e diferentes eventos da cultura popular da cidade foram registrados por Débora nos últimos anos. Algumas de suas fotos dialogam casualmente com os registros que seu pai fez da cidade e dos eventos que nela ocorreram, décadas atrás. Outras revelam a poesia do corpo humano em movimento, totalmente entregue à performance das diversas formas de arte e acabam por se transformar, uma vez publicadas, em um legado sensível e carinhoso da cena cultural brasiliense.
Serviço: Lançamento do livro Brasília, uma Arquitetura Familiar
Data: 12 de março (sábado) às 19 horas
Local: Balaio Café (201 norte)
Discotecagem de Marta Crioula.
