Brasiliense de Coração.

Vladimir Carvalho (Rock Brasília), Evanildo Jr. (Monumenta Comunicação), Pedro Eugenio (FENAE), Duda Scartezini (Brasiliense de Coração), Sany Silveira (Caixa Seguros), Frederic Kessler (Rossi) e Márcio Macedo (Tork). Foto: Renato Acha.

Renato Acha

O movimento Brasiliense de Coração foi lançado em coletiva de imprensa no Bar Brasília e apresentou as boas novas da realização de uma série de parcerias em prol da imagem que todos os brasilienses, natos ou adotados, querem ver restabelecida.

A proposta que visa a renovação da auto estima é proveniente de um grupo de pessoas que se uniu para fazer a mediação entre os projetos que podem ser sugeridos pelos moradores e o apoio financeiro de grandes empresas, com vistas a um produto coletivo que enriqueça a cultura e colabore para a consolidação de uma identidade  em constante construção.

Duda Scartezini aceitou o convite para assumir a presidência da associação:

“Quando esta ideia começou, percebemos que seria muito fértil e foi sugerido o apoio de diversas empresas, que aderiram prontamente. Iniciamos uma campanha de credenciamento no site, que era para durar uma semana e foi concluída em 12 horas. Estamos abertos para que as pessoas se juntem para gerar projetos para a cidade, com a mobilização gerando ação. A partir da mobilização da comunidade podemos ajudar o poder público a manter nosso patrimônio”.

A campanha publicitária tem veiculação de comerciais na TV e mostra amantes da cidade que vestem a camisa da coletividade, como no mosaico de fotos disponível no site, em que os colaboradores podem adicionar sua imagem para formar um álbum virtual. A empreitada conta com o apoio de empresas como a Caixa Seguros, Blumenau, Brasília Shopping, CTIS, Dudu Camargo, Dular, Giraffas, Grupo JJ Ferreira, Monumenta Comunicação,  Par Corretora de Seguros, Rock Brasília, Rossi e Tork.

Esta iniciativa autêntica tem desdobramentos positivos que se expandem para diversos âmbitos no que concerne ao aprimoramento da qualidade de vida. A capital se vê diante de um crescimento populacional ininterrupto e vertiginoso, que lhe confere sérios problemas estruturais. Ao mesmo tempo tem na sua pauta a realização de eventos internacionais de grande porte e o desafio de concluir obras grandiosas que vão colocar definitivamente o DF no roteiro esportivo, cultural e turístico mundial.

Nascida na pranchetas de Lúcio Costa e Oscar Niemeyer,  Brasília já passou por sucessivos governos e consequentes ocupações de território e transformações radicais no sua estética urbana original. Um dos preceitos do movimento é preservar esta memória por meio da recuperação de espaços sugeridos pelos habitantes e o termômetro vai ser medido via votação em redes sociais.

A cultura local também ganhou atenção especial e vai proporcionar realização de shows gratuitos e o apoio à realização do documentário de Vladimir Carvalho, intitulado Rock Brasília, que aborda a marca registrada da cultura brasiliense na cena nacional. O rock de Brasília semeou bandas importantes que escreveram seu nome no história da música e que tem um registro audiovisual marcante produzido por um cineasta que adotou a cidade como lar e deu um depoimento repleto de paixão e história:

“Quero manifestar meu regozijo de estar aqui. Como qualquer outra pessoa que venceu a cidade, sempre me fascinou sua mítica. Desde quando Dom Pedro manifestou a ideia de lançar a capital para o centro do país, nesta ‘Marcha para o Oeste’ que ganhou o centro geográfico do país. Qualquer brasileiro acompanhou esta saga que foi a construção de Brasília. Em 1969, tive a oportunidade de vir apresentar meu primeiro filme no Festival de Cinema. Me sinto um peixe dentro d’água e tenho orgulho de ser incorporado a esta cruzada de brasilienses no coração. Participei, para meu orgulho, da prata fina da arte e cultura produzida em Brasília, nesta área em que foi externalizado o verdadeiro sentido da capital.

Acompanhei de perto, como professor da UnB, o surgimento de muitos movimentos. O segmento que mais ganhou visibilidade foi o rock de Brasília, pela razão e sensibilidade dos jovens que integravam este movimento. Tive a sorte de começar a filmar, já em 1987, a banda Capital Inicial abrindo para o Sting. Foi algo estraordinário que aconteceu no Ginásio Mané Garrincha e me deu a certeza de que ali estava algo que poderia ser constituído como orgulho máximo. É a auto estima que vem em primeiro lugar na ação destas bandas de rock. Concluímos um filme que junta esta memória à contemporaneidade do rock”.

Brasiliense de Coração também vai realizar um concurso de fotografias via Instagram para selecionar fotógrafos profissionais e amadores que representem a cidade em anúncios publicitários que vão revelar Brasília em diferentes olhares, sob curadoria de Kazuo Okubo.

Informações: http://www.brasiliensedecoracao.com.br/