Cine Brasília exibe mostra de filmes sobre a capital.

De 17 a 21 de abril.

Poeira e Batom no Planalto Central – 50 mulheres na construção de Brasilia. Divulgação.

A Mostra Brasília homenageia os 59 anos da capital com uma programação de curtas e longas em cartaz no Cine Brasília de 17 a 21 de abril. A ideia é dar um pouco de contexto à construção da cidade, contar suas histórias, trazer suas riquezas, mazelas e contradições pelo olhar de diretores e diretoras. As histórias vêm a partir, principalmente, do gênero documentário, mas também da ficção ou misturando as duas narrativas.

O programador do Cine Brasília, local da mostra, José DaMata, entende que a seleção da produção fílmica em torno da capital delineia o perfil da cidade inventada por Oscar Niemeyer e Lúcio Costa a um ano do sexagenário. “A presença forte dos documentários nos ajuda a pensar na história do tempo presente, algo cada vez mais importante num mundo que muda tão depressa”, diz ele. A Mostra Brasília vai de 17 a 21 de abril. Confira abaixo fichas técnicas, sinopses e programação.

As idades de Brasília.

Programação:

17, quarta-feira

16h – “Nove, uma Rua em Brasília” /“A Invenção de Brasília”
18h – “Brasília, a última Utopia”
20h – “Vidas Vazias Horas Mortas”

18, quinta-feira

16h – “Entre Eixo e Ilhas”/“A Cidade é uma só”
18h – “Brasília, contradição de uma Cidade Nova”/”Mário Fontenelle – A oração silenciosa”
20h – “Brasília, a última Utopia”

19, sexta-feira

16h – “Nove, uma Rua em Brasília”/“A Cidade é uma Só”
18h – “O último Raio de Sol”/“A Invenção de Brasília”
20h – “O outro lado do Paraíso”

20, sábado

16h – “Brasília, Contradição de uma Cidade Nova”/“Vidas Vazias Horas Mortas”
18h – “Brasília, a última utopia”
20h – “Poeira e Batom”

21, domingo

16h – “O Último Raio de Sol”/“Pra ficar de boa”
18h – “Braxília”/“Brasília a última utopia”
20h – “As Idades de Brasília”/“A Cidade é uma só”

O outro lado do paraíso.

Fichas técnicas e sinopses:

“A invenção de Brasília”
De Renato Barbieri (documentário, 55 min, 2001, Brasil)
Retrata a capital modernista desde a formação geológica do Planalto Central até os dias de hoje, passando pela saga de sua construção. Brasília é fruto de uma geração genial que desejou recriar o Brasil, então ainda arcaico, escravagista e colonial, em um Brasil moderno, autêntico e utópico.

“Vidas Vazias e as Horas Mortas”
De Pedro Lacerda (drama policial, 87 min, 2013, Brasil)
No leito de morte, um pai pede ao filho mais novo que vá atrás dos irmãos que partiram do Ceará para trabalhar na construção de Brasília, e assim reúna a família de novo. Mas ele nem imagina que, para atender ao pedido do pai, vai ter que sobreviver num mundo muito diferente do seu, habitado por policiais corruptos, traficantes de armas e assassinos.

“Brasília, Contradições de uma Cidade Nova”
De Joaquim Pedro de Andrade (documentário, 23 min, 1967, Brasil)
Imagens de Brasília em seu sexto ano e entrevistas com diferentes categorias de habitantes da capital. Uma pergunta estrutura o documentário: uma cidade inteiramente planejada, criada em nome do desenvolvimento nacional e da democratização da sociedade, poderia reproduzir as desigualdades e a opressão existentes em outras regiões do país?

“Brasília, A Última Utopia”
De Geraldo Moraes, Moacir de Oliveira, Pedro Anisio, Pedro Jorge de Castro, Roberto Pires e Vladimir Carvalho (documentário, 105 min, 1989, Brasil)
Em seis episódios, cada diretor aborda aspectos variados da capital federal. “A Paisagem Natural”, de Vladimir Carvalho, descortina o cerrado, o exuberante sistema natural que hospeda a cidade e que lhe proporciona mais qualidade de vida. Pedro Jorge de Castro assina “O sinal da cruz”, recontando de forma alegórica a história do Brasil, da colonização à construção da capital.”A Volta de Chico Candango”, de Roberto Pires, tem foco em operário que trabalhou na construção de Brasília e retorna à cidade, redescobrindo-a. Em “Além do Cinema do Além”, Pedro Anísio, tira “Spirit”, personagem de Will Eisner, dos quadrinhos para investigar o misticismo de Brasília.”Suíte Brasília”, de Moacir de Oliveira, é um passeio pela arquitetura monumental de Brasília ao som da música homônima de Renato Vasconcelos, que se tornou uma espécie de sinfonia da cidade.Por fim, em “A Capital dos Brasis”, Geraldo Moraes documenta a diversidade da capital a partir dos pontos de encontro da cidade, revelando a criação de um sotaque próprio, nascido da mistura dos diversos Brasil.

“A Cidade é uma só?”
De Adirley Queirós (documentário, 80 min, 2012, Brasil)
O filme reflete sobre o processo de exclusão territorial e social entre a capital e seu entorno. Alguns personagens desse longa presenciaram a criação de Ceilândia, outros, vivem o cotidiano da cidade. Um deles, Dildo, é um irreverente candidato a deputado distrital que pretende levar as incongruências da Ceilândia para a assembleia legislativa.

“O outro Lado do Paraíso”
De André Ristum (Drama/ficção histórica, 100 min, 2014, Brasil)
Antônio (Eduardo Moscovis) faz o que pode para conseguir dinheiro para o sustento do lar. Já tentou garimpo, bicos diversos e agora pensa ter encontrado finalmente seu lugar: Brasília. Atraído pelas promessas do presidente João Goulart e pela ampla oferta de emprego, ele se muda para a capital com a esposa e os filhos. O sonho da prosperidade, no entanto, é interrompido pelo golpe militar e Antônio, envolvido com o sindicalismo, começa a viver um pesadelo.

“As Idades de Brasília”
De Renato Barbieri (documentário, 31 min, 2011, Brasil)
O documentário convida a olharmos Brasília como um legado: a natureza generosa do Cerrado e a geografia privilegiada do Planalto Central, que atraíram para a região do Distrito Federal o homem pré-histórico e povos indígenas há onze mil anos; os ideias de interiorização da capital; a geração liderada por JK, que comandou a épica construção, demarcatória do novo Brasil de velhas constradições. Traz depoimentos de personagens fundamentais para a história da cidade, como Lucio Costa, Oscar Niemeyer, Ernesto Silva, TT Catalão, Rui Faquini, José Carlos Coutinho, Paulo Bertran, Cláudio Fonteles, Glenio Bianchetti, José Geraldo de Souza Junior, Sepúlveda Pertence, Vera Brant e Vladimir Carvalho.

“Poeira e Batom no Planalto Central – 50 mulheres na construção de Brasília”
De Tânia Fontenele Mourão e Tânia Quaresma (documentário, 58 min, 2011, Brasil)
Filme documentário com 50 mulheres que participaram da construção de Brasília. O documentário Poeira & Batom apresenta a saga da construção de Brasília contada por 50 mulheres que chegaram entre 1956 e 1960. Uma nova e feminina forma de recuperar a história dos primórdios de Brasília. Tempos de poeira e entusiasmo para contribuir para o sonho de JK, Niemeyer e Lucio Costa.

“Pra ficar de Boa”
De Núbia Santana (documentário, 75 min, 2008, Brasil)
Sinopse: Um perturbador retrato de crianças e adolescentes marginalizados pelo desafeto, descaso e exclusão. O filme aborda a falta de estrutura familiar, a influência das drogas e mostra as guerras entre gangues. A contradição entre a banalização dos crimes cometidos e a capacidade humana que permanece, de sonhar com um futuro melhor, confunde e emociona o espectador.

“Mário Fontenelle, a oração silenciosa”
De Pedro Jorge de Castro (documentário, 25 min, Brasil)
Sinopse: Fontenelle mostra ao mundo as primeiras imagens da capital brasileira que nasce das mãos dos candangos na terra vermelha do cerrado: o sinal da cruz, a primeira missa em terras de Brasília, os índios, os paus-de-arara, as autoridades , as igrejas e os palácios.

“Entre Eixos e Ilhas”
De Neto Borges (documentário, 30 min, Brasil)
Sinopse: O filme mergulha no universo poético de Brasília, reunindo notáveis poetas da literatura e da música. Sustenta que Brasília nasceu sob o signo da poesia.

“Nove, uma rua em Brasília”
De César Henrique Arrais, Michel de Oliveira Gomes, Otto Guimarães (documentário, 26 min, Brasil)
O filme narra a história da superquadra 109 sul, uma das quadras mais famosas de Brasília. Conta a história de bares e seus frequentadores.

“O último raio de sol”
De Bruno Torres (Documentário, 18 min, 2004, Brasil)
O último raio de sol é uma livre adaptação de uma história verídica e conta a história de dois jovens da alta classe brasiliense e que numa viagem a Chapada dos Veadeiros se divertem ameaçando e desmoralizando pessoas de classe social inferior.

“Braxília”
De Danyella Proença (documentário/ 18 min/2010/Brasil)
Braxília é um documentário sobre o poeta brasileiro Nicolas Behr e seu olhar sobre a cidade. Num livre ensaio em parceria com Behr, o filme mostra como a capital modernista inspirou a criação de Braxília, cidade inventada pelo poeta.

Braxília. Foto: Danyella Proença.

Mostra Brasília
De 17 a 21 de abril
Cine Brasília (EQS 106/107 – Asa Sul)
Ingressos: R$ 12,00 (inteira) e R$ 6,00 (meia entrada)
Informações: (61) 3244-1660.