Brasília ganha o menor centro cultural, instalado em um contêiner na Funarte.

De quarta a domingo, de 16:00 à 00:00.

Foto: Muhammad Bazilla.

Você se lembra do MimoBar? A ocupação urbana na comercial da 105 norte trazia um ótimo ponto de encontro de gente descolada e permaneceu na quadra até outubro. A proposta itinerante agora migrou para uma nova área e ganhou um espaço dedicado à arte.

O Centrinho Cultural Contém/MimoBar (CCCM) aterrisa no Complexo Cultural Funarte como o mais novo e menor centro cultural da capital. Para inaugurar o espaço, a série de aquarelas Strike the Pose, do artista Muha Bazila. A inauguração ocorre neste domingo (26 de novembro), a partir das 16 horas. O espaço fica instalado numa praça de contêineres. É o terceiro contêiner a integrar o projeto que começou com o MimoBar, se expandiu para outro contêiner de lojas pop up e agora ganha uma mini galeria.

O CCCM nasceu para ser mini em tudo e caber dentro de um contêiner (e dos pequenos). Neste anti-Guiness da cultura, a caixa de 6m por 2,5m vai se dedicar a tantas artes quanto possível. Será sempre cultural e sempre centrinho. Por dentro, galeria de artes visuais. Por fora, tela de cinema. Em cima, palco para apresentações musicais, teatro e discotecagem. Seu interior também vai abrigar lançamentos de livros e outras publicações, oficinas, palestras, dança, performances.

“Desde que criamos o projeto, o centro cultural é um sonho. Como produtores culturais, nada mais tentador e ao mesmo desafiador do que ter o próprio espaço para promover a arte. E como o projeto foi sucesso desde o início, achamos que devíamos esse mimo ao público”, conta Sandro Biondo, que junto com a produtora Ana Júlia Melo, é o idealizador do projeto.

A mostra “Strike the Pose” traz desenhos, linhas, simetrias, formas ora precisamente geométricas, ora elengantemente fluidas. Podia ser arte visual. Mas é Vogue. E sim, agora também, arte visual. A dança queer americana inventada nos ballrooms de Nova Iorque, sempre na periferia e em especial no Harlem, era uma forma livre, negra e cheia de verve de se comunicar com o mundo.

O brilho, a luz, o estilo, a apresentação, a performance. A cena altamente estilizada ganhou fama pelos pés, mãos, articulações, coluna vertebral e alma do lendário Willi Ninja, uma espécie de embaixador mundial do voguing. Na série que inaugura a galeria, o artista Muha Bazila desfila uma dezena de aquarelas que sublinham os passos de Ninja e seus seguidores, tingem silhuetas, delineados, posturas e antiposturas. Strike the pose!

Dança negra, queer (ou não), periférica, dura e fluida a um só tempo… é o Vogue. Mas é também o Passinho do funk carioca. Investigando movimentos, o artista encontrou diversos paralelos entre a expressão novaiorquina e nosso subúrbio (des)encantado chamado Rio de Janeiro. Achou Nova Iorque na alma carioca. E criou também duas telas sobre o universo funkeiro do lado de cá do Equador.

Muhammad Bazila e Sandro Biondo.

Serviço: Strike the Pose! Aquarelas de Muhammad Bazilla
Local: Centrinho Cultural Contém/MimoBar (CCCM), no Complexo Cultural da Funarte
Data: De quarta a domingo, de 16:00 à 00:00
Informações: (61) 98112-7979.