Cena Contemporânea 2013.

66 Gallery Bérangère-Jannelle. Foto: Stéphane Pauvret La Ricotta. Divulgação.
66 Gallery – On the Road of Howl. Foto: Stéphane Pauvret La Ricotta. Fotos: Divulgação.

Renato Acha

A 14ª edição do Cena Contemporânea – Festival Internacional de Teatro de Brasília ocupa diversos espaços de 20 de agosto a 1º de setembro, com 24 espetáculos de dança e teatro, sob um recorte curatorial que privilegia a reflexão sobre representatividade política e identidade cultural aliados à poesia, temas recorrentes na realidade contemporânea.

A programação traz montagens da França, Espanha, Holanda, Escócia, Coréia do Sul, Uruguai, Moçambique, Polônia e Austrália. O Brasil está representado com grupos de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Pernambuco e Distrito Federal.

Domínio Público. Foto: Cristina Fontsaré.
Domínio Público. Foto: Cristina Fontsaré.

Vale destacar os espetáculos “Domínio público” e “Em votação” de Roger Bernat (Espanha), onde o espectador participa de debates e discussões políticas. O show experimental “66 Gallery – On the Road of Howl”, que resgata o polêmico poema Howl (O Uivo), do poeta americano Allen Ginsberg, dirigido por Bérangère Jannelle (França).

O coreógrafo sul-coreano Park Soon-ho apresenta duas coreografias: “Pattern & Variable” se inspira no judô e incorpora o significado simbólico da imagem do esporte. “Balance & Imbalance” foca no som produzido pelo organismo e os movimentos feitos a partir dele como as mais antigas formas de expressão humana.

Pattern & Variable.
Pattern & Variable.

“Recusa”, da Cia de Teatro Balagan (Brasil) trata do aparecimento de dois índios Piripkura, etnia então considerada extinta, mas que foi descoberta pelas gargalhadas que ecoaram na floresta. “Murga Madre” é um clássico do teatro popular que revela o carnaval original uruguaio transformado em peça, com direção de Fernando Toja, que trabalha a ausência e a ironia para falar de um momento festivo de maneira peculiar.

Clarice Lispector com tempero francês, ingredientes de “La Femme qui Tua les Poissons”. A adaptação de Bruno Bayen foi buscar trechos de “A descoberta do Mundo”, crônicas que Clarice assinou no Jornal do Brasil, de 1967 a 1973, que terminou com dois extratos de “A mulher que matou os peixes”, uma história infantil que fala de uma mãe que se esquece de alimentar os peixes de seu filho e sai de férias.

Foto: Pierre Grosbois.
La Femme qui Tua les Poissons. Foto: Pierre Grosbois.

Em “Materia Prima La Tristura” (Espanha), quatro atores infantis protagonizam textos crus, onde seres têm corpos históricos e políticos e uma eterna criança que se manifesta em qualquer idade.

A atividades paralelas trazem oficinas gratuitas de teatro, dança, maquiagem, fotografia, colaborações artísticas, debates com os grupos e os Encontros do Cena – Espaço Internacional para Intercâmbio Cultural e Artístico.

Guillaume Perret.
Guillaume Perret.

A música tem uma fina seleção com doze shows: Guillaume Perret é um ícone do jazz na França, que encerra o Festival em grande estilo. O polonês Pink Freud, funde jazz contemporâneo com rock e música eletrônica. O coreano Jambinai mistura música tradicional coreana com rock pesado. Baby Consuelo celebra 60 anos e revisita seus maiores sucessos.

Confira a programação completa:

ESPETÁCULOS

INTERNACIONAIS

20 a 22/08, às 20h
Teatro Funarte Plínio Marcos
PENDIENTE DE VOTO (EM VOTAÇÃO) – ROGER BERNAT (Espanha)
Texto: Roberto Fratini
Direção: Roger Bernat

O espetáculo transforma o teatro em parlamento, onde cada espectador, munido de controle remoto, é convidado a se posicionar, votando, sobre diferentes assuntos. “Você se sente capaz de utilizar o telecomando sem receber instruções?” Assim começa o jogo que vai demonstrar, na prática, o funcionamento da democracia e a complexidade de delegar poderes. “Acha que os trabalhadores da companhia e o teatro são irresponsáveis por deixarem que te escolhessem?” Segundo o autor, Roberto Fratini, “na política atual a função de palavra é não convencer ninguém, enquanto as coisas mudam guiadas por poderes que não estão verbalizados, e que, depois de tudo, não dialogam. Vamos ver o que acontece se, de repente, na ausência de todo o poder eficaz, o papel da palavra volta a ser originalmente político, de convencer a quem ouve. Talvez o último espaço para a política real esteja nesta ausência total de poder prático”.
Pendiente de Voto é este último espaço. Não é a versão falsa de um debate parlamentar real, mas a versão verdadeira do falso debate vigente. Não é a ficção da política, mas a política da ficção: políticos verdadeiros contra os verdadeiros políticos; ou política verdadeira contra toda a forma de realpolitik – “política da realidade”, termo alemão para definir uma política exterior baseada em interesses práticos e necessidades imediatas e concretas, sem atender à teoria ou ética como elementos formadores da política.
Os espectadores se transformam em atores. Um jogo que leva a realidade para a cena teatral.
DURAÇÃO: 120 MINUTOS
CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: 16 ANOS

23 e 24/08, às 17h30 e 19h
Praça do Museu
25/08, às 18h e 20h
Teatro Newton Rossi do SESC Ceilândia

DOMÍNIO PÚBLICO – ROGER BERNAT (Espanha/Catalunha)
Direção: Roger Bernat

Domínio Público é como um jogo de tabuleiro em tamanho real, em que o espectador não é mais do que apenas um peão. Roger Bernat reúne um grupo de pessoas – o público – em uma praça. Quem são eles? De onde eles vêm? Qual a relação entre eles? Eles caminham pela praça enquanto escutam uma série de perguntas e instruções em seus fones de ouvido. Alguns são mais inocentes do que outros. O mesmo não pode ser dito sobre o resultado: através dos participantes e movimentos simples, pequenos grupos começam a se formar na plateia. Estas microcomunidades expõem padrões sociais subjacentes e contam um conto que Bernat orquestra cuidadosamente.

Enquanto Domínio Público começa parecendo uma enquete 3D trazida à vida real, o projeto acaba se transformando em uma ficção bizarra. O diretor catalão desafia o espectador, que desempenha um papel central neste projeto, exigindo-lhe movimento para descobrir a si mesmo como um indivíduo.
DURAÇÃO: 60 MINUTOS
CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: 16 ANOS

De 23 a 25/08, às 21h
Teatro Sesc Garagem
66 GALLERY ­ ON THE ROAD OF HOWL – CIA LA RICOTTA (França)
Direção: Bérangère Jannelle
Com o ator/performer Doug Rand e o músico/compositor Jean Damien Ratel
Produção: Companhia La Ricotta/França

“Eu vi os expoentes da minha geração, destruídos pela loucura, morrendo de fome, histéricos, nus, arrastando-se pelas ruas do bairro negro de madrugada em busca de uma dose violenta de qualquer coisa, hipsters com cabeça de anjo ansiando pelo antigo contato celestial com o dínamo estrelado da maquinaria da noite, que pobres esfarrapados e olheiras fundas, viajaram fumando sentados na sobrenatural escuridão dos miseráveis apartamentos sem água quente, flutuando sobre os tetos das cidades contemplando o jazz,
que desnudaram seus cérebros ao céu sob o Elevado e viram anjos maometanos cambaleando iluminados…” – Allen Ginsberg em Uivo

Howl (“Uivo”), o lendário poema do autor americano Allen Ginsberg (parte do livro Howl and others poems, de 1956) é o tema do espetáculo 66 Gallery – On the road of Howl, que será apresentado no Brasil pela primeira vez no CENA CONTEMPORÂNEA 2013. Produção francesa assinada pela jovem diretora Bérangère Jannelle, o espetáculo busca recriar o clima daquele 7 de outubro de 1955, na Six Gallery de San Francisco, quando se organizou uma noite de performances poéticas da qual participaram nomes como Jack Kerouac e sobretudo Allen Ginsberg, que leu, declamou pela primeira vez seu poema Howl. Era o nascimento do que passou a ser chamado Geração Beat, que sacudiu todas as convenções e certezas da sociedade norte-americana. Conhecido no Brasil como Uivo, é considerada a obra poética mais significativa e um dos pilares da cultura da Geração Beat na literatura, juntamente com Naked Lunch (1959) de William S. Burroughs e On the road (1957) de Jack Kerouac.

No espetáculo, o ator norte-americano Doug Rand declama o poema, juntamente com o próprio Ginsberg, que aparece em projeção, interpretando Howl. A encenação começa com um prelúdio, no qual são projetadas imagens de Ginsberg em suas atividades criativas subversivas. Assim, o público toma contato com a personalidade do poeta. Depois, o ator Doug Rand declama o poema, respeitando o princípio proposto por Ginsberg: cada linha representa uma unidade rítmica ininterrupta e deve ser lida de um só fôlego. A performance poética é acompanhada pela performance musical de Jean Damien Ratel, que utiliza um computador e um instrumento especialmente concebido para o espetáculo e que foi batizado como Totem.

Geralmente visto como uma espécie de roteiro para compreender a cultura Beat, o poema é, muito mais que isso. Fala da obtusidade mental dos EUA na era macartista e a consequente exclusão e marginalização de muitos artistas ou pessoas comuns que não puderam desenvolver todas as suas potencialidades como seres humanos e acabaram arrastados à loucura, ou a um beco-sem-saída na sociedade.
DURAÇÃO: 75 MINUTOS
CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: 18 ANOS

Dias 27 e 28/08, às 21h
Sala Martins Pena (TNCS)
LA FEMME QUI TUA LES POISSONS (A MULHER QUE MATOU OS PEIXES)
– BRUNO BAYEN (França)
De: Clarice Lispector
Direção e adaptação: Bruno Bayen
Com Emmanuelle Lafon e Vladimir Kudryavtsev

O espetáculo criado no Théâtre de La Bastille por ocasião do Festival de Outono de Paris traz um tipo de personalidade, uma mulher culta que, segundo Georges Pérec, sabia portar o cigarro entre os dedos médio e o anular e fazia crônicas de seu tempo como ninguém jamais ousou fazer: longe da pressão da mídia, dos acontecimentos cotidianos, mais perto daquilo que faz o coração bater e, sobretudo, que apresenta uma escuta refinada das preocupações de seus leitores. Assim, o encenador Bruno Bayen costuma apresentar Clarice Lispector (1920-1977), figura das maiores da literatura brasileira do século XX. Apaixonado pela obra da autora brasileira, Bruno Bayen levou para a cena uma adaptação de trechos de A descoberta do mundo, as crônicas que Clarice assinou aos sábados no Jornal do Brasil, de 1967 a 1973, terminando com dois extratos de A mulher que matou os peixes, uma história infantil que fala de uma mãe que se esquece de alimentar os peixes de seu filho e sai de férias.

Bruno Bayen é romancista, dramaturgo, tradutor e diretor. Publicou sete romances, ensaios e oito peças teatrais. Já dirigiu cerca de 40 espetáculos, na França, Itália, República Tcheca, Suíça e é tradutor de obras de autores como Sófocles, Goethe, Peter Handke, Fassbinder. Para o Théâtre de la Bastille, dirigiu também Weimarland (1992) e Qu’une tranche de pain, de R. W. Fassbinder (1995).
DURAÇÃO: 80 MINUTOS
CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: 14 ANOS

De 30/08 e 31/08, às 21h. 01/09, às 20h
Sala Martins Pena (TNCS)
MATÉRIA PRIMA ­ LA TRISTURA (Espanha)
Criação e texto: Itsaso Arana, Pablo Fidalgo, Violeta Gil, Celso Giménez
Com Ginebra Ferreira, Gonzalo Herrero, Siro Ouro e Candela Recio
Se você tem 9 anos na Europa
É provável que tenha filhos
Prometeram-lhe coisas que não se poderão cumprir
E como foi prometido tudo
Você também prometeu
E agora você sabe que os que lhe prometeram coisas
Não poderão cumprir nunca
E você também não vai poder cumprir
Aquelas coisas com as quais se comprometeu
Eram coisas importantes
Coisas que iam mudar o mundo
E você não vai poder cumprir

Matéria Prima é o resultado de um longo estudo da herança, da educação e do futuro, que começou em 2004 e chega com este espetáculo ao fim da trilogia chamada Educação Sentimental. Na obra, as cenas, textos e ações se entrecruzam e são contaminados e transformados por quatro pequenos intérpretes que nasceram depois do ano 2000. O trabalho tem a intenção de ver os seres como corpos históricos e políticos desde seu nascimento, carregados de significado. Mensageiros que em seu infinito potencial para se tornar um homem ainda nos ensinam que nós também somos crianças, nos ensinam a recordar e pensar.
Quatro atores infantis protagonizam textos crus. Foram cuidadosamente ensaiados pelos atores da companhia La Tristura, que anteriormente montaram Nascimos para ser estrellas e Actos de Juventud. Eles propõem à plateia o questionamento: será a consciência histórica e política dessas crianças capaz de nos assustar? Acharemos estranho ouvi-los falar como adultos ou acharemos comum?
DURAÇÃO: 75 MINUTOS
CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: 12 ANOS

27 e 28/08 às 20h
Teatro Funarte Plínio Marcos
PATTERN AND VARIABLE E BALANCE AND IMBALANCE ­ BEREISHIT DANCE COMPANY (COREIA DO SUL)
Coreografia: Park Soon-ho
Intérpretes: Bereishit Dance Company

Inspirada no judô, Pattern & Variable incorpora o significado simbólico da imagem do esporte, que harmoniza ritmo, movimentos e espaço. Para o coreógrafo Park Soon-ho, a agressão, o instinto humano, permanecem dentro de nós e precisam continuamente de uma saída e o esporte atua como uma possibilidade de emitir impulsos violentos sem conflito social. A obra está focada na fusão de ritmos e movimentos de Ásia e África, criando um ritmo distinto.

Balance & Imbalance, também coreografado por Park Soon-ho, trata de movimentos corporais e sons do corpo como as mais antigas ferramentas de expressão dos seres humanos. Neste trabalho, a companhia olha para o som produzido pelo organismo e os movimentos feitos a partir deste som.
Pattern & Variable foi criada para o programa de Intercâmbio de Dança Ásia-África e realizada por dançarinos africanos e asiáticos e um músico no Seoul International Dance Festival 2008. Recebeu o prêmio Performing Arts & Film Review Award for Choreography 2009.

Park Soon-ho é um dos criadores coreanos de maior destaque nacional e internacionalmente. Tem colaborado em projetos com criadores de diversos gêneros, como artistas de instalação, multimídia e músicos. Recebeu diversos prêmios como coreógrafo, entre eles os de coreografia do ano pela Performing Arts and Film Review, em 2009, e o prêmio de coreógrafo do ano pelo International Modern Dance Festival também em 2009.
DURAÇÃO: 55 MINUTOS
CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: LIVRE

28 e 29/08, às 21h
CCBB ­ Teatro I
SESC Gama
30/08, às 21h
Teatro Paulo Autran SESC de Taguatinga
TEMPO E ESPAÇO: OS SOLOS DA MARRABENTA ­ PANAIBRA GABRIEL (MOÇAMBIQUE)
Coreografia: Panaibra Gabriel
Música: Jorge Domingos

Tempo e Espaço: Os Solos Marrabenta explora uma crise de identidade. Desconstrói representações culturais de um corpo “puro” africano, em particular, o corpo de Moçambique. Desde a independência de Portugal em 1975, Moçambique tem sido uma terra de fendas sociais e políticas que vê um modelo comunista inflexível gradualmente abrir caminho para uma democracia frágil. A performance explora a ideia de corpo africano de hoje: um corpo pós-colonial, plural, que absorveu os ideais de nacionalismo, modernidade, socialismo e liberdade de expressão, o próprio corpo do coreógrafo Panaibra Gabriel.
A obra é acompanhada pelo guitarrista Jorge Domingos, que explora a música marrabenta, uma forma musical nascida na década de 1950 a partir de uma mistura de influências locais e europeias, especialmente a guitarra portuguesa.
O coreógrafo Panaibra Gabriel Canda nasceu em Maputo e teve formação artística em teatro, música e dança. Recebeu treinamento avançado em dança contemporânea em Lisboa e começou a desenvolver seus projetos artísticos em 1993. Em 1998, criou CulturArte, que vem gerando vários projetos artísticos, incluindo criações, showcases e projetos de formação para incentivar um desenvolvimento da cena de dança local. Alguns de seus trabalhos foram premiados em Paris na African choreographic Meeting /França-2006 e também na Suíça, África do Sul e Alemanha.
DURAÇÃO: 60 MINUTOS
CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: 12 ANOS

28 e 29/08, às 20h30
Teatro da Caixa
30/08, às 20h30
Teatro Newton Rossi SESC Ceilândia
31/08, às 20h30
SESC Gama
MURGA MADRE – FERNANDO TOJA (URUGUAI)
Direção: Fernando Toja
Com Edú Pitufo Lombardo e Pablo Pinocho Routin

Murga Madre é o conceito do carnaval original uruguaio plasmado em obra de teatro por dois murguistas inveterados, tornados atores pelas mãos do diretor Fernando Toja. Ao contrário do show carnavalesco uruguaio, a Murga, na obra teatral não há multidão no palco, apenas dois atores. Tampouco há coros ou figurino. No entanto, são a ausência e a ironia que dão o tom divertido ao show. Os dois artistas conseguem transmitir o sabor e a intensidade que cada fevereiro é capaz de criar. Em 10 anos, Murga Madre se tornou um clássico do teatro popular. Em 2012, celebrou uma década, com a única função na sala Campodónico de Teatro El Galpón para 800 pessoas e um pequeno ciclo no emblemático Café Vinilo de Buenos Aires.

Pablo “Pinocho” Routín e Edú “Pitufo” Lombardo são murguistas de longa carreira, dedicando sua vida a isso. Routín, em seu incessante andar pelo carnaval uruguaio, foi premiado melhor “coupletero” em várias ocasiões e é também oficineiro de Murga. Tem três álbuns musicais solo: Noches de Carnaval, Peligro de Murga e o mais recente, Flores. Lombardo é oficineiro de Murga e de percussão em setores estatais e privados, já foi eleito alta figura do Carnaval, é co-fundador do programa de Matthew x 6 e trabalhou como percussionista com uma série de músicos, incluindo Fernando Cabrera e Jorge Drexler. Em 2012, lançou seu segundo álbum solo, Ilustrados y Valientes e foi novamente eleito o melhor compositor do ano.
DURAÇÃO: 55 MINUTOS
CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: 12 ANOS
NACIONAIS

21 e 22/08, às 21h
CCBB ­ Teatro I
CINE_MONSTRO – ENRIQUE DIAZ (RJ)
Tradução: Barbara Duvivier e Enrique Diaz
Direção e Elenco: Enrique Diaz

Pela primeira vez num espetáculo-solo, Enrique Diaz é o intérprete de CINE_MONSTRO (Monster, no original), a mais nova incursão do diretor na obra do autor canadense Daniel MacIvor – e que já rendeu In On It (2010), apresentada no Cena em 2010, e A Primeira Vista (2012), que também será apresentada no festival em 2013. Com a encenação, Enrique Diaz encerra a trilogia baseada na obra do autor. Em cena, histórias em que a crueldade e a violência caminham ao lado do humor e da mais fina ironia. O texto mescla drama, suspense e comédia. Diaz interpreta 13 papeis. A encenação opta pelo audiovisual – além das projeções, o espetáculo conta com efeitos sonoros e um delicado trabalho de microfonia, como associação com o cinema e, em especial, com o gênero terror, presente no texto.

Enrique Diaz é fundador e diretor da Cia. de Atores e do Coletivo Improviso. Dirigiu, além da trilogia, as peças Ensaio.Hamlet (2004) e O Rei da Vela (2000). Atuou em vários filmes como Noites de Reis (2011), A Casa de Areia (2005) e O Auto da Compadecida (2000) e nas séries televisivas Filhos do Carnaval (2006) e A Muralha (2000).

A primeira fase da pesquisa de CINE_MONSTRO teve subsídio do Festival de Curitiba e Itaú Cultural. MONSTER foi apresentado pela primeira vez por Da Da Kamera no Du Maurier World Stage, em Toronto, em 1998. MONSTER é licenciado por Pam Winter, Gary Goddard Agency – www.garygoddargency.com
DURAÇÃO: 75 MINUTOS
CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: 16 ANOS

21 e 22/08, às 21h
Sala Martins Pena (TNCS)
A Força da Terra – Grupo Sonhus Teatro Ritual (GO)

O espetáculo é composto por três momentos. No início, o humor das coisas coisificadas, como diria Manoel de Barros, das formas tornando e ganhando ânima. A origem pura e ingênua, o coito brincado em circo. Do caos à ordem num ritual de preparação do território, permeado de memórias, ausências e humor. No outro, recomeços, novos caminhos e descobertas. No terceiro, a passagem para uma nova vida. Em um ato teatral, livremente inspirado no filme “Vidas Secas” de Nelson Pereira dos Santos, os atores se lançam numa aventura performática de sonho, imagem, drama, sentimento e vida.
No encontro entre os atores Grupo Sonhus Teatro Ritual e a direção de Hugo Rodas, se concretiza a imersão na força da criação coletiva que tenta ser perene como a terra e imponente como a vida, viajando sem mapas com amor e sem medos por infinitos roteiros, deixando rastros de memória vivida, como pegadas na terra por onde existimos um dia.
Elenco: Pablo Angelino, Nando Rocha, Ilka Portela e Jô de Oliveira
Texto e Concepção: Hugo Rodas e Grupo Sonhus Teatro Ritual
Direção: Hugo Rodas
Trilha sonora: Carlos Brandão e Hugo Rodas/Grupo Sonhus Teatro Ritual
Produção: Grupo Sonhus Teatro Ritual
DURAÇÃO: 60 MINUTOS
CLASSIFICAÇÃO ETÁRIA: 16 ANOS

24/08, às 21h e 25/08, às 20h
Sala Martins Pena (TNCS)
À PRIMEIRA VISTA ­ ENRIQUE DIAZ (RJ)
De Daniel MacIvor
Direção: Enrique Diaz
Com: Drica Moraes e Mariana Lima

Encontros, desencontros e, fundamentalmente, reencontros. Depois do sucesso de In on It, Enrique Diaz retornou à obra do canadense Daniel MacIvor, neste texto que monta um quebra-cabeça divertido e comovente da amizade entre duas mulheres. A estreia marcou também o retorno de Drica Moraes aos palcos e à parceria com o diretor, com quem fundou a Cia. dos Atores há mais de 20 anos. Ouvintes de rock e frequentadoras do universo musical local, as personagens de Drica e Mariana são amigas de alguns músicos e chegam, inclusive, a formar uma malsucedida banda. “Elas até têm ambições, mas nada vai muito para frente, são pessoas absolutamente comuns. A peça fala muito de libido, não somente a libido sexual, mas a energia que usamos para realizar ou não as coisas”, analisa Enrique Diaz. Esta aparente simplicidade será sublinhada por uma concepção despojada, com poucos elementos no cenário.

Projeto acalentado há dois anos, A Primeira Vista chega à cena embalado por uma série de trabalhos vitoriosos de seu trio principal de realizadores. Enrique Diaz venceu a edição 2010 do Prêmio Shell (Melhor Direção por In On It) e acumula êxitos no cenário internacional, com apresentações de espetáculos que levam sua assinatura (Ensaio.Hamlet, Gaivota – Tema para um Conto Curto) em importantes festivais mundo afora. Mariana Lima e Drica Moraes vêm de celebrados trabalhos no teatro. Mariana foi indicada aos principais prêmios teatrais por ‘Pterodátilos’, com direção de Felipe Hirsch, e, entre outros, levou o Shell em 2011. Já Drica rodou o País com seu primeiro e bem-sucedido monólogo: A Ordem do Mundo (2008), com direção de Aderbal Freire-Filho.
DURAÇÃO: 80 MINUTOS
CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: 14 ANOS

21 a 23/08, às 19h30
CCBB – Teatro II
24/08, às 20h30
Teatro Newton Rossi do SESC Ceilândia
25/08, às 20h
SESC Gama
ANTES DA CHUVA ­ CIA CORTEJO (RJ)
Texto, direção e iluminação: Rodrigo Portella
Co-direção: Léo Marvet
Com: Bruna Portella e Luan Vieira

Num decadente povoado às margens de um rio, um garoto de 12 anos vive uma estranha história de amor com uma jovem nativa alguns anos mais velha. É nesse contexto que se desenrola a trama adaptada pelo diretor Rodrigo Portella, inspirado na obra de Gabriel Garcia Márquez O Amor nos Tempos de Cólera, no livro O Leitor do alemão Bernhart Schlink e em experiências vividas na avó da atriz – uma índia peruana que desceu o Rio Amazonas fugindo do marido tirano. Destaca-se, principalmente, a aposta que o grupo faz na simplicidade, para que a sutileza das relações se sobressaia.

A opção pelo espaço vazio, sem aparatos cenográficos, convida o espectador a um mergulho no próprio imaginário, além de potencializar o trabalho dos atores na construção dos diferentes espaços: casa, praça, cais, tribunal, igreja, barco. Esses elementos fizeram de Antes da Chuva a grande surpresa do Festival de Curitiba em 2013.

A Cia Cortejo é originalmente do Rio de Janeiro, da cidade de Três Rios e da mineira Juiz de Fora, e já conquistou quatro categorias no 10° Festival de Teatro da Cidade do Rio de Janeiro (2012) com a peça Uma História Oficial estreada em 2011.
DURAÇÃO: 60 MINUTOS
CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: 18 ANOS

22,23 e 24/08, às 21h
Teatro Goldoni
BREVES ENTREVISTAS COM HOMENS HEDIONDOS – TEATRO SARCÁUSTICO (RS)
Direção: Daniel Colin
Elenco: Daniel Colin, Douglas Dias, Guadalupe Casal e Ricardo Zigomático

Uma adaptação dos contos homônimos do norte-americano David Foster Wallace, Breves entrevistas com homens hediondos dá voz a personagens que respondem às perguntas de uma mulher ausente. Todos revelam segredos hediondamente pessoais. São discursos contemporâneos, como o do homem que se apaixona no aeroporto ou o da mulher que questiona o embate entre os sexos. O texto é direto, seco e extremamente irônico. Além disso, a peça tem uma característica diversificada: a plateia é convidada a escolher as cenas-entrevistas que querem assistir. A estrutura dramática se constitui de seis cenas/entrevistas fixas e mais quatro escolhidas pelo público a cada noite, provocando o ineditismo do espetáculo, que é diferente a cada apresentação.
O Teatro Sarcáustico foi criado como resultado de um encontro para trabalho de conclusão de curso de artes cênicas em 2003 e desde então se firmou como um dos mais atuantes grupos teatrais da cena gaúcha. Já encenou espetáculos como Gordos, O (Mudo) Passeio do Dr. Quejando, Há vagas para moças de fino trato, A noiva quer casar, a trilogia InterCIDADES Consumidas, Jogo de Memória, A Vida Sexual dos Macacos, BE_once, Making Of e Wonderland e o que Mr. Jackson Encontrou Por lá, fartamente premiado.
DURAÇÃO: 120 MINUTOS
CLASSIFICAÇÃO: 16 ANOS

De 23 e 24/08, às 21h. 25/08, às 20h
CCBB ­ Teatro I
FOGO FÁTUO ­ COMPANHIA TEATRAL ARNESTO NOS CONVIDOU (SP)
Texto: Samir Yazbek
Coautoria: Helio Cicero
Direção: Antônio Januzelli
Com: Samir Yazbek e Helio Cícero

Num encontro com um escritor obcecado por sua obra, Mefisto se dá conta de que não há mais espaço para ele no mundo contemporâneo.

Após O Fingidor (Prêmio Shell 1999 de melhor autor) e As Folhas do Cedro (Prêmio APCA 2010 de melhor autor), Samir Yazbek, o primeiro dramaturgo latino americano a ter uma peça encenada no National Theatre de Londres (The Ritual, junho 2012), volta aos palcos, agora também como ator. O texto tem a coautoria de Helio Cicero, um dos grandes intérpretes da cena brasileira, com 35 anos de carreira, ganhador dos prêmios APETESP – Associação Paulista de Produtores Teatrais, INACEN – Instituto Nacional de Artes Cênicas e Mambembe de melhor ator.

A Companhia Teatral Arnesto nos Convidou tem realizado, desde 1999, espetáculos de destaque no teatro brasileiro, também apresentados no exterior, como O Fingidor, As Folhas do Cedro e Fogo-Fátuo (2012).
DURAÇÃO: 50 MINUTOS
CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: 14 ANOS

29/08 a 01/09, às 19h
Espaço Cultural 508 Sul
O DUELO – MUNDANA COMPANHIA (SP)
Texto: Anton Tchékhov
Direção: Georgette Fadel
Elenco: Aury Porto, Camila Pitanga, Carol Badra, Fredy Allan, Guilherme Calzzavara, Pascoal da Conceição, Sergio Siviero e Vanderlei Bernardino

Inspirada na novela do escritor e dramaturgo russo Anton Tchekhov, O Duelo aborda a desavença entre duas hombridades e duas ideologias em meio às supostas civilização e barbárie. Ou seja, traz o conflito entre duplos díspares, mas complementares. Rússia versus Cáucaso, humanismo versus determinismo. A história, inquietante e surpreendente, acontece sob o calor quase alucinógeno do litoral do lendário Mar Negro. O duelo revela-se, no entanto, uma guerra vã, tradição oca. Ou, como diz o próprio narrador: “o duelo é uma formalidade fútil e caduca”. A tempestade iminente vira chuvisco sutil e os personagens entram em processo de apaziguamento. Só Nadiejda, interpretada por Camila Pitanga, continua a ser um mistério indevassável, entre a modorra do Cáucaso e as suas volubilidades de mulher. Em O duelo, ela compõe uma figura sibilina, que lembra de perto as personagens femininas de Machado de Assis, principalmente Capitu.

A Mundana Companhia foi criada no ano de 2000, pelos atores e produtores Aury Porto e Luah Guimarãez, com a proposta de renovar seu quadro a cada montagem. Desde então, a Cia já encenou A Queda (2007), Das Cinzas (2009), O Idiota – uma novela teatral (2010), Tchekhov – uma experiência cênica (2010) e Pais e Filhos (2012).
DURAÇÃO: 180 MINUTOS
CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: 12 ANOS

31/08 e 01/09, às 20h30
Teatro da Caixa
DUAS MULHERES EM PRETO E BRANCO ­ REMO PRODUÇÕES (PE)
Direção: Moacir Chaves
Texto: Ronaldo Correia de Brito
Elenco: Paula de Renor e Sandra Possani

Duas mulheres que foram as melhores amigas se descobrem numa situação oposta: a de rivais, brigando pelo mesmo homem. O assunto não teria qualquer novidade não fosse uma narrativa tensa, cheia de mistérios, em que a vida de cada personagem se revela e desvela em meio a uma ação dramática, que chega a lembrar um romance policial. As referências ao passado são entremeadas de citações dos filmes de Fellini e da música de Nino Rota. Há imersões frequentes na recente história da contracultura brasileira e no sonho frustrado das esquerdas das décadas de sessenta e setenta.

Ronaldo Correia de Brito nasceu no Ceará e reside no Recife. É médico formado pela Universidade Federal de Pernambuco. Desenvolveu pesquisas e escreveu diversos textos sobre literatura oral e brinquedos de tradição popular. Publicou o romance Galiléia (2008), Prêmio São Paulo de Literatura/2009, Melhor Livro do Ano; os livros de contos Faca (2003) e Livro dos Homens (2005); e As Noites e os Dias (1997). Dramaturgo, é autor das peças Baile do Menino Deus, Bandeira de São João e Arlequim, encenadas em todo o Brasil.

Moacir Chaves começou sua carreira profissional trabalhando como ator e assistente de direção no Grupo Tapa, em 1985. A seguir, fundou o Cite-Teatro, no qual dirigiu os primeiros espetáculos. Diretor há mais de 25 anos, tem no currículo cerca de 40 espetáculos encenados.
DURAÇÃO: 70 MINUTOS
CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: 14 ANOS
30 e 31/08, às 20h e 01/09, às 19h
Teatro Sesc Garagem
RECUSA – CIA. TEATRO BALAGAN (SP)
Encenação: Maria Thaís
Dramaturgia: Luis Alberto de Abreu
Com: Antonio Salvador e Eduardo Okamoto

O espetáculo começou a ser desenhado a partir do interesse despertado pela notícia veiculada no Jornal Folha de S. Paulo, em 16 de setembro de 2008 sobre o aparecimento de dois sobreviventes, índios Piripkura – etnia considerada extinta há mais de vinte anos. Viviam nômades, perambulando por fazendas madeireiras no noroeste do Mato Grosso, próximo ao município de Ji-Paraná, em Rondônia, e ambos se recusavam a estabelecer qualquer contato com os brancos. Foram encontrados porque suas gargalhadas ressoaram na floresta e chamaram atenção: eles riam das histórias que contavam um ao outro enquanto davam conta de comer a caça recém abatida. Recusa é narrado, cantado, por dois olhares e seus múltiplos: dois índios Piripkura; dois heróis ameríndios, Pud e Pudleré, criadores dos seres; um padre que foi engolido por uma onça que resolveu morar dentro de um lugar inesperado; um fazendeiro que matou um índio e o mesmo índio que o matou; por uma cantora que se perde na mata; por Macunaíma e seu irmão; os heróis dos Taurepang e outros tantos.

O espetáculo rendeu prêmios APCA 2012 de melhores atores para Antonio Salvador e Eduardo Okamoto.

Criada em 1999, a Cia Balagan estreou o primeiro espetáculo, Sacromaquia, em 2000. E, desde então, outras quarto obras foram criadas: A Besta na Lua (2003-2004), Tauromaquia (2004-2006), Západ – A Tragédia do Poder (2006-2007) e Prometheus – a tragédia do fogo (2010-2012). Em 2007 e 2008, realizou o projeto Do Inumano ao mais-Humano que integrava duas ações de formação: uma voltada para os artistas da Cia e outra, a Formação do Olhar para o Teatro, voltada para o espectador. Dois dos temas pesquisados ali, inumano-Trágico e inumano-Animal geraram dois espetáculos: Prometheus – a tragédia do fogo e Recusa, respectivamente.
DURAÇÃO: 80 MINUTOS
CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: 14 ANOS
31/08, às 21h e 01/09, às 20h
Teatro do CCBB
O HOMEM VERMELHO ­ MARCELO BRAGA (RJ)
Criação, movimento, texto, luz, figurino, espaço cênico: Marcelo Braga
Filme “O Homem Vermelho”: Walter Carvalho

Histórias que um corpo carrega e suas formas de comunicação são as questões trazidas neste projeto solo do bailarino Marcelo Braga para o espetáculo O Homem Vermelho, vencedor do Prêmio FADA 2011 e Klaus Vianna 2012. Há três anos afastado da cena como intérprete, Marcelo Braga passou a observar o mundo através de frestas em espaços privados. No lugar do palco aberto ao público, a casa se tornou o cenário para reflexão e observação de sua própria trajetória. Da janela de seu apartamento em Copacabana, pelos corredores e salas de espera de consultórios e hospitais durante o tratamento de um linfoma, o artista foi construindo pouco a pouco o percurso narrativo desta criação, que revisita com humor e otimismo fatos e histórias de sua vida. Como num jogo da memória, peças vão sendo viradas uma a uma a procura de seu par.

O espetáculo conta com a colaboração dramatúrgica da atriz Simone Spoladore, imagens do cineasta Walter Carvalho, trilha sonora do músico Domenico Lancellotti e assistência de direção da bailarina Laura Samy.
Marcelo Braga iniciou seus estudos de dança em 1979. Dez anos depois, passou a integrar o Atelier de Coreografia, dirigido por João Saldanha. Em 1999, recebeu o Prêmio RioDança de melhor bailarino do ano. Com o Atelier de Coreografia, vem se apresentando nos principais teatros do país e em diversos festivais no Brasil e exterior.
DURAÇÃO: 50 MINUTOS
CLASSIFICAÇÃO: 14 ANOS

DISTRITO FEDERAL

24/08, às 20h30 e 25/08, às 20h
Teatro Paulo Autran do Sesc Taguatinga
30 e 31/08, às 19h30 e 01/09, às 18h30
CCBB ­ Teatro II
ENSAIO GERAL ­ AGRUPAÇÃO TEATRAL AMACACA ­ A.T.A. (DF)
Direção: Hugo Rodas
Com: Camila Guerra, Diana Poranga, Flávio Café, Isumy Kudo, Márcia Duarte, Patrícia Meschick e Tulio Starling
Músicos: NobuKahi, Carla Aguiar e Hugo Carvalho

A montagem se estrutura em um grande ensaio de teatro musical e abusa de elementos como plasticidade, dança, teatralidade, musicalidade e expressividade, elaborando um teatro puramente corporal e irreverente. O espetáculo revive as nostalgias setentistas do diretor Hugo Rodas, quando estava à frente do bem sucedido Grupo Pitú, um dos mais relevantes grupos de teatro da década de 1970, envolvendo a pesquisa de aspectos que ele explorava em dialogo com uma safra de jovens atrizes e atores brasilienses. A montagem, com narrativa descontínua, apresenta um grande ensaio de teatro musical e discursa a partir de um apanhado de textos livremente adaptados pelo grupo de autores como Charles Chaplin, Caio Fernando Abreu, Carlos Drummond de Andrade, Hilda Hilst, dentre outros.

Integrando o Prêmio SESC de Teatro Candango, recebeu o Prêmio de Melhor Trilha Sonora e as indicações para Melhor Ator, Atriz e Melhor Iluminação. A peça já foi aplaudida por um público superior a 2.500 pessoas em um total de 25 apresentações.
DURAÇÃO: 60 MINUTOS
CLASSIFICAÇÃO: 16 ANOS

24 a 26/08, às 20h30
Teatro da Caixa
30/08, às 20h30
Teatro Paulo Autran do SESC Taguatinga
A VIDA IMPRESSA EM XEROX ­ TEATRO DE AÇÚCAR (DF)
Texto: Marco Michelângelo
Direção: Marco Michelângelo e Gabriel F.
Com: Luiza Guimarães, Ada Luana, Mirella Façanha, Eli Moura, Gercy Fernandes
Atriz convidada: Sheila Campos

Pouquíssimas pessoas sabem que existe um departamento criado pelo governo para tirar fotocópias para os demais órgãos públicos. Como todos os outros departamentos já têm sua própria máquina de Xerox, as funcionárias da instituição fotocopiadora acabam não tendo absolutamente nada para fazer. O espetáculo – o último de uma trilogia encenada pelo grupo – promove a batalha final entre os caprichos da arte e a obsessão pelo funcionalismo público num departamento localizado na cidade onde cada dia é a fotocópia do outro…

Depois dos espetáculos Além do que se vê e Tenho febre mas vou buscar nosso dinheiro, a companhia Teatro de Açúcar termina sua vida útil e fecha as portas concluindo a Trilogia Sobre o Tédio e o Tempo. O início do projeto coincidiu com a criação da companhia, em 2007.
DURAÇÃO: 70 MINUTOS
CLASSIFICAÇÃO: 12 ANOS

24/08, às 21h
SESC Gama
27 e 28/09, às 19h30
CCBB – Teatro II
IMAGENS DO SAGRADO – BLIMA – CIA. OS BURITI – TEATRO DE DANÇA (DF)
Concepção e interpretação: Eliana Carneiro
Músicas: Arvo Part, Behnam Manahedjl e Graham Fitkin

Inspirado em textos do Livro da Criação, que fundamentam a Kabala, datados do primeiro milênio, o espetáculo evoca também imagens bíblicas cristãs numa fusão arquetípica da eterna busca do sagrado através dos tempos e de culturas distintas. O sofrimento, o desespero, a entrega, a renúncia e o êxtase místico no encontro com o divino. A dança torna-se um ritual de conexões com as multidimensionais fontes de energia mencionadas nas tradições cabalísticas, nas pinturas sacras da renascença cristã, na relação com as seis direções do mundo e com os elementos da natureza. Busca-se o gesto simbólico e ritualístico que atravessa o tempo e as culturas para revelar o indizível, o incomunicável.

O interesse de Eliana Carneiro pelas manifestações corporais, do sublime e do sagrado, começa nos anos 80 com seus primeiros solos de dança, que receberam notórios prêmios em São Paulo: dois APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte) de Melhor Espetáculo de Dança e indicação ao Prêmio Shell Melhor Atriz São Paulo – entre outros ao longo de sua carreira. Atualmente, coordena com a sua filha Naira, a Caravana Buriti – Arte Educação na Estrada um projeto itinerante de arte educação com o seu grupo Os Buriti – teatro de dança, além de continuar apresentando espetáculos pelo Brasil e no exterior.
DURAÇÃO: 60 MINUTOS
CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: 14 ANOS

22 e 23/08, às 19h
Teatro do CCBB
SEXTON ­ RODRIGO FISCHER (DF)
Texto: Helena Machado e Julianna Gandolfe
Direção: Rodrigo Fischer
Assistente de Direção: Glauber Coradesqui
Com: Gaivota Neves, Jeferson Alves, Jessica Cardoso, Karol Oliveira, Mário Luz, Paulo Wenceslau

Espetáculo livremente inspirado na vida e na obra de Anne Sexton, poetisa confessional norte-americana, ganhadora do prêmio Pulitzer. A montagem tem início na infância de Anne e segue até sua morte. A história, entretanto, não é contada linearmente, mas de maneira poética onde vida e arte são entrelaçadas. O texto narra passagens da vida de Sexton abordando a relação dela com a família, amigos, psiquiatras, amantes e, principalmente, com a poesia. É a partir de encontros da poetisa com sua própria obra e com importantes nomes da poesia, como Robert Lowell, John Holmes e Sylvia Plath, que temas como suicídio, morte, vício, depressão, amor e sexo vêm à tona. A encenação propõe um diálogo com outras artes, como o cinema, e também com a tecnologia, presentes em projeções que compõem o espaço cênico da peça.

Uma das precursoras do confessionalismo, Sexton foi vanguardista ao inserir tabus femininos na poesia. Primeira poetisa cultuada como celebridade pelos americanos, ela fazia de suas declamações verdadeiras performances exuberantes de si mesma. O espetáculo foi apresentado no CCBB Brasília e no Rio de Janeiro, tendo sido visto por cerca de quarto mil pessoas.
DURAÇÃO: 100 MINUTOS
CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: 18 ANOS

26 e 27/09, às 20h
CCBB ­ Jardins
31/08, às 17h e 20h30 e 01/09, às 20h
Teatro Newton Rossi SESC Ceilêndia
À DERIVA ­ TEATRO DO INSTANTE (DF)
Direção: Giselle Rodrigues
Música e Sonoplastia: Jesuway Leão e Omar Amor
Projeções: Carlos Praude
Iluminação: Carlos Praude e Diego Borges
Colaborador: André Amaro
Produção: Caixote Produções
Elenco: Alice Stefânia, Cristiano Gomes, Diego Borges, Mônica Mello, Rachel Mendes, Raquel Feitosa, Rita de Almeida Castro
Músicos: Jesuway Leão, Omar Amor

Espetáculo concebido através de um processo colaborativo, tendo como motor criativo a sutil trama da memória, de lembranças que presentificam, acumulam, desvendam, acusam e arrastam. Memórias ancestrais e recentes. De cada um e do outro. A do corpo, da carta, do encontro ou espera. Memórias que transitam entre o pessoal e o ficcional, o cotidiano e o fantástico. Nesse tecido se entrelaçam vestígios de histórias e personagens em costuras que atravessam diversos tempos e espaços. O espetáculo é realizado em uma estrutura construída especialmente para a montagem.

O Teatro do Instante é um núcleo de investigação que reúne artistas pesquisadores de diferentes áreas em torno de processos de construção cênica.
DURAÇÃO: 60 MINUTOS
CLASSIFICAÇÃO: 16 ANOS

21 a 23/08, às 21h
Espaço Pé Direito – Vila Telebrasília
UMA ODISSEIA ­ CIA INSTRUMENTO DE VER (DF)
Direção: Thierry Tremouroux e Goos Meeuwsen
Intérpretes Criadores: Beatrice Martins, Daniel Lacourt, João Saenger, Camila Guerra, Elisa Teixeira, Willian Lopes, Maíra Moraes, Luiz Oliviéri e Julia Henning, Cícero Fraga

O espetáculo propõe, a partir do conceito de trajetória presente na obra de Homero, que cada artista observe seu cotidiano como ponto de partida para o diálogo com a obra mitológica. Todo o material é levantado e numa residência artística de 10 dias, orientada pelos diretores, os artistas são provocados a criar composições em diversas linguagens, cada um com sua ferramenta artística, que são trabalhadas em cima dos temas que circundam a Odisseia, de Homero: trajetória, espera, volta pra casa, hospitalidade, dentre outros; e são utilizadas para compor as cenas do espetáculo. A volta pra casa de Ulisses significa, metaforicamente, o reencontro do personagem com os nobres ideais humanos. O espetáculo é construído a partir do jogo cênico e de depoimentos pessoais, em uma mistura entre ficção e realidade, conduzindo a plateia a um mergulho no imaginário de uma mitologia e no cotidiano.
A peça estreou no dia 30/05, a partir de uma residência orientada pelo belga Thierry Tremouroux e o holandês Goss Meeuwsen com artistas integrantes do Coletivo Instrumento de Ver, com a participação de artistas convidados.
DURAÇÃO: 60 MINUTOS
CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: 16 ANOS

20 e 21/08, às 20h
Escola de Música de Brasília
O EMPRESÁRIO ­ ÓPERA BRASÍLIA (DF)
Adaptação: Vilma Bittencourt
Direção cênica: Manuela Castelo Branco

O espetáculo inédito conta a história de um empresário das artes que está falindo e encontra a oportunidade de continuar no mercado, só que de forma inescrupulosa. Mesmo com toda sua honestidade, seu assistente o convence a entrar no jogo. Um jogo de aparências, orgulho e ganância da hipocrisia humana, em busca do poder. O enredo aborda principalmente as preocupações e aflições de um empresário honesto e como ele lida com um grupo de artistas, especialmente as primas donnas (solistas principais) que deverão ser contratadas para participar de uma produção operística e a situação em que ele se envolveu, devido à ganância.

O Empresário (Der Schauspieldirektor), obra de Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791) com libreto original de Johann Gottlieb Stephanie (1741-1800) foi escrita por Mozart para participar de uma competição musical promovida pelo Imperador Romano Joseph II no Palácio de Schönbrunn contra a ópera buffa italiana Prima la musica e poi le parole (Primeiro a música e depois as palavras) de Antonio Salieri. Como opereta cômica, a obra foi retrabalhada por Louis Wilhelm Schneider (1805-1878) e estreada em Berlim a 25 de abril de 1846. Sucessivamente então em diversas versões, a obra foi difundida em todo o mundo. Ópera Brasília busca expandir a amostragem das produções feitas pela cidade, popularizando a ópera e promovendo seu acesso a outras plateias. O Empresário, de Mozart, foi escolhida para esta primeira edição do projeto.
DURAÇÃO: 60 MINUTOS
CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: LIVRE

DESTAQUES MUSICAIS

30/08, às 20h
Teatro Funarte Plínio Marcos
JAMBINAI (COREIA DO SUL)

Uma das mais surpreendentes novas bandas internacionais, JAMBINAI utiliza instrumentos tradicionais coreanos, mas não se pode considerar tradicional a música que produz. Com suas criações inovadoras, a banda está mais próxima do pós-rock do que da Dinastia Joseon. Mas os músicos da JAMBINAI usam os instrumentos tradicionais da música coreana para extrair um som incrivelmente assombroso e cativante. A banda lançou seu primeiro CD, Différance, em 2012. O sucesso foi imediato e enquanto as rádios só haviam recebido uma faixa, uma hora depois o vídeo já estava circulando na internet. JAMBINAI toca pela primeira vez no Brasil no dia 24 de maio, sábado, na Praça do Museu Nacional da República, dentro da programação musical do CENA CONTEMPOR NEA – FESTIVAL INTERNACIONAL DE TEATRO DE BRASÍLIA.
CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: LIVRE

PONTO DE ENCONTRO
Palco no Museu Nacional da República

24/08, às 22h30
Praça do Museu Nacional da República
OMAR MUSA (Austrália)

O som dançante do rapper Omar Musa, inédito no Brasil, abre a programação musical no Ponto de Encontro na Praça do Museu Nacional da República, no sábado, 24/08, com participação de D’Opus &Roshambo. Musa é australiano, de Caberra, e tem raízes malaias.É um multiartista: músico, poeta, dramaturgo e escritor. Suas letras lidam com violência, racismo, migração e solidão. Foi o vencedor dos concursos de poesia “Poetry Slam” australiano e indiano, lançou três álbuns de hip-hop, dois livros de poesia (um dos quais “Parang”) e apareceu no programa Q&A, da cadeia de televisão australiana ABC. No momento, trabalha em uma obra de teatro, Bonegatherer (Coletor de Ossos), cuja estreia está prevista para 2014. Faz parte do grupo de hip-hop internacional MoneyKat e o seu primeiro romance Here come the dogs (Aqui vêm os cães) será publicado pela Penguin Austrália em 2014.
CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: 18 ANOS
25/08, às 17h
Praça do Museu Nacional da República

JIBHAJAN – CONCERTO DE MÚSICA BRASILEIRA PARA CRIANÇAS

Jibhajan é um ser multiétnico, multi-instrumentista, que bebe na fonte da brasilidade musical, transforma e transborda sons para crianças de 0 a 100 anos. Direção musical: Cláudio Vinícius. Produção: Naná Maris.
CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: LIVRE
PASSO LARGO

A banda é formada por Marcus Moraes, Vavá Afiouni e Thiago Cunha, três renomados instrumentistas brasilienses reconhecidos por sua destreza técnica e criatividade. O grupo passeia pela música instrumental contemporânea, sem esquecer suas raízes roqueiras. Rock instrumental criativo e virtuoso.
CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: LIVRE
BABY DO BRASIL

O show Baby Sucessos marca o retorno da cantora Baby do Brasil aos palcos, em comemoração aos seus 60 anos de idade. Dirigido pelo filho de Baby, Pedro Baby, o show percorre a carreira da cantora, incluindo sucessos como Menino do Rio, Tudo Azul, Cósmica, Todo Dia Era Dia de Índio, Um Auê Com Você. Na banda, nomes que mais que grandes músicos são grandes amigos de Baby, além do filho Pedro. Um encontro memorável, para matar saudades da baiana que há décadas encanta o Brasil.
CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: LIVRE

* em parceria com o projeto TODOS OS SONS – DOMINGO CCBB

31/08, às 22h30
Praça do Museu Nacional da República
PINK FREUD (POLÔNIA)

A mais quente exportação musical da Polônia finalmente chega a Brasília. A banda PINK FREUD, apontada como renovadora do jazz polonês e que tem arrastado multidões de fãs em seus concertos pela Europa, vem pela primeira vez ao Brasil, em agosto, participando da programação do CENA CONTEMPORÂNEA — FESTIVAL INTERNACIONAL DE TEATRO DE BRASÍLIA. Os músicos se apresentam ao ar livre, em palco montado na Praça do Museu Nacional da República, no dia 31 de agosto.

O grupo nasceu em 1998, fundado pelo baixista Wojtek Mazolewski, e já conquistou todos os principais prêmios de música da Polônia. Recentemente, lançou o CD Horse & Power, de 2012, cuja turnê está sendo filmada para se transformar em documentário. PINK FREUD é considerada uma das forças motoras da mudança de cenário do jazz contemporâneo polonês e já ganhou diversos prêmios, como o Jazz Oscar, concedido pela Association Melomani; o Grand Prix no Yach Film Festival de 2007, pelo clipe da música Dziwny Tem Kraj, e, em 2005, pelo clipe de Come as you are; e foi considerada a melhor banda eletrônica pela revista Jazz Forum Magazine, em 2010, 2008 e em 2007. A banda já elaborou também trilhas sonoras para filmes mudos, como Strong Man, de Henryk Szaro.

Os quatro integrantes misturam o jazz clássico, sempre dando vida às improvisações típicas do gênero, com o ritmo eletrônico contemporâneo. Além de visitar o rock e o punk, o sax solitário pode ser acompanhado ora por drum’ n bass ou dub, ora por jungle ou música eletrônica experimental. Mas PINK FREUD não é banda de um só talento. Todos os integrantes são grandes músicos: além de Tomasz Duda, no saxofone, estão Adam Milwiw-Baron, no trompete e nos ritmos eletrônicos, Rafal Klimczuk, na bateria, e o criador da banda, Wojtek Mazolewski, no baixo. Depois de passar por países como México, Chile, Argentina, Peru, Marrocos, França, Suécia, Inglaterra, entre outros, a banda chega a Brasília no segundo semestre de 2013.
CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: 18 ANOS

01/09, às 21h
Praça do Museu Nacional da República
GUILLAUME PERRET & THE ELETRIC EPIC (FRANÇA)

“Um descobridor de sons”. Assim tem sido apresentado o jovem Guillaume Perret, atualmente o nome de maior sucesso do jazz na França. Com seu quarteto, o saxofonista toca usando pedais e efeitos elétricos, fazendo uma poderosa fusão do jazz com o rock e o metal. O trabalho contém solos virtuosos, composições brilhantes e arranjos criativos. Convidado a se apresentar no consagrado Olympia de Paris, por ocasião dos 10 anos do TSF Jazz (programa especialmente dedicado ao jazz na rádio 89.9 FM de Paris), ele e sua banda provocaram excitação no público, na crítica e mesmo entre os músicos presentes à apresentação. Uma coroação que chega depois de dois anos de muito trabalho.
CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: 18 ANOS

Serviço: Cena Contemporânea – Festival Internacional de Brasília
Data: De 20 de agosto a 1º de setembro

Local: Sala Martins Penna do Teatro Nacional, Teatro da Caixa, Teatro I do CCBB, Teatro II do CCBB, Teatro Funarte Plínio Marcos, Praça do Museu, Teatro Garagem, Teatro Goldoni, Espaço Pé Direito (Vila Telebrasília), Escola de Música de Brasília, Teatro Paulo Autran (SESC Taguatinga), Teatro Newton Rossi (SESC Ceilândia) e Teatro do SESC Gama.