Cine CPFL apresenta a mostra “Cinema e Reflexão” online de graça

De 4 a 31 de agosto.

Temporada. Divulgação.

Paralisado desde março, em razão da pandemia de coronavírus, o Cine CPFL retoma com a mostra Cinema e Reflexão em versão digital. A programação, disponível entre os dias 4 e 31 de agosto, reúne filmes aclamados pela crítica, além de dois debates com cineastas de longas apresentados na mostra. Os filmes ficarão hospedados na Looke, serviço de streaming brasileiro, e o acesso será gratuito através do site: www.mostracinemaereflexao.com.br.

Com o tema “Relações Pessoais no Século 21”, a seleção de agosto traz cinco longas-metragens recentes que colheram premiações e elogios da crítica especializada. A exibição dos filmes é precedida de uma breve apresentação feita pelos curadores do projeto, Francisco Cesar Filho e Lucas Reitano, contextualizando cada obra. “As discussões sobre relações pessoais são questões presentes na cinematografia internacional contemporânea e, nas mais elogiadas produções recentes, esta temática se desdobra em outros subtemas, como família, trabalho e sociedade”, explica Francisco Cesar Filho.

A nossa espera.

Para os debates, os cineastas Marcelo Gomes e Beatriz Seigner participam de lives sobre seus filmes nos dias 21 e 28 de agosto, respectivamente, às 16 horas. A transmissão ao vivo ocorrerá pelo perfil Mostra Cinema e Reflexão no Facebook.

Selecionado para o Festival de Cannes, “A Nossa Espera” (“Nos Bataille”, Bélgica/França, 2018, 99 min, 12 anos) tem como destaque a atuação do premiado ator francês Romain Duris, que interpreta Olivier. O personagem faz o melhor que pode para combater as injustiças em seu trabalho. Mas de um dia para o outro, sua esposa Laura inesperadamente abandona a família, e ele se vê sozinho tendo que lidar com as necessidades de seus filhos pequenos, os desafios do cotidiano e as demandas de seu trabalho. No elenco estão ainda Laure Calamy e Laetitia Dosch. O diretor belga Guillaume Senez assina aqui seu segundo longa-metragem que, assim como em sua estreia, “9 Meses”, tem como temática central a paternidade.

Em “Estou me Guardando para Quando o Carnaval Chegar” (Brasil, 2019, 86 min, 10 anos) o diretor pernambucano Marcelo Gomes volta suas câmeras para a cidade de Toritama, no interior nordestino. A localidade é um microcosmo do capitalismo implacável: a cada ano, mais de 20 milhões de jeans são produzidos em fábricas de fundo de quintal.  Os moradores trabalham sem parar, orgulhosos de serem os donos do seu próprio tempo. Durante o Carnaval – o único momento de lazer do ano – eles transgridem a lógica da acumulação de bens, vendem seus pertences sem arrependimentos e fogem para as praias em busca de uma felicidade efêmera. O filme foi selecionado para o Festival de Berlim, mereceu menção especial no Festival de Chicago e venceu o prêmio da crítica, além de receber duas menções honrosas (do júri oficial e do Prêmio ABD), no festival É Tudo Verdade.

Los Silencios.

Também selecionado para o Festival de Cannes, dentro da Quinzena dos Realizadores, a coprodução Brasil/Colômbia/França, “Los Silencios” (2018, 86 min, 12 anos), focaliza três integrantes de uma família – Nuria, Fábio e sua mãe Amparo –  que chegam a uma pequena ilha no meio da Amazônia. Eles fugiram do conflito armado colombiano, onde o pai desapareceu. Certo dia, ele reaparece na nova casa de palafitas. A família é assombrada por esse estranho segredo e descobre que a ilha é povoada por fantasmas. Enrique Diaz é destaque no elenco, ao lado de Marleyda Soto e María Paula Tabares Peña. Com este seu segundo longa-metragem, a cineasta brasileira Beatriz Seigner (de “Bollywood Dream – O Sonho Bollywoodiano”) conquistou o prêmio de melhor direção e o prêmio da crítica no Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, o prêmio especial do júri nos festivais de Lima, Kerala (Índia) e de Natal, melhor filme de estreia no Festival de Havana e o Prêmio ICFT Unesco – Ghandi no Festival Internacional da Índia. Já no Festival de Estocolmo, venceu o Prêmio Impacto por apresentar, segundo os jurados do evento, “personagens fortes e a maneira como lida com grandes problemas em um país em mudança, com uma abordagem íntima”.

“Elegia de Um Crime” (Brasil, 2018, 92 min, 14 anos), do diretor Cristiano Burlan, revisita um fato ocorrido na cidade de Uberlândia, Minas Gerais, em 24 de fevereiro de 2011. Foi quando Isabel Burlan da Silva, mãe do realizador, foi assassinada pelo parceiro. Diante da impunidade do crime, o filme mergulha numa viagem vertiginosa para reconstruir a imagem e a vida de Isabel. A obra encerra a “Trilogia do Luto”, com filmes que abordam a trágica história da família do cineasta, incluindo as mortes do pai e de um irmão. No festival É Tudo Verdade, foi o vencedor dos prêmios ABC-SP e EDT de documentário. No mesmo evento, em 2013, “Mataram Meu Irmão”, parte da trilogia, foi o grande vencedor da competição brasileira, tendo recebido o Prêmio CPFL Energia/É Tudo Verdade “Janelas para o Contemporâneo”.  

“Temporada” (Brasil, 2018, 113 min, 14 anos), do diretor mineiro André Novais Oliveira, foi selecionado para o prestigioso Festival de Locarno, na Suíça, e no Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, venceu os prêmios de melhor filme, atriz, ator coadjuvante, fotografia e direção de arte. No enredo, a personagem Juliana está se mudando de Itaúna, no interior de Minas Gerais, para a periferia industrial de Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte. Lá, vai trabalhar no combate às endemias e neste seu novo trabalho conhece pessoas e vive situações pouco usuais que começam a mudar sua vida. Ao mesmo tempo, ela enfrenta as dificuldades no relacionamento com seu marido, que também está prestes a se mudar para a cidade grande. Interpretando a protagonista está a atriz, diretora, curadora e dramaturga mineira Grace Passô. Completam o elenco: Russo Apr, Rejane Faria, Hélio Ricardo e Ju Abreu.

Cine CPFL – Mostra Cinema e Reflexão Online
De 4 a 31 de agosto
www.mostracinemaereflexao.com.br
Acesso gratuito
Debates: 21 e 28 de agosto, 16 horas: www.facebook.com/cinemaereflexaocpfl