Cinema ao Ar Livre de graça no CCBB.

Houve uma vez um verão.
Houve uma vez um verão.

A mostra Cinema ao Ar Livre estreia temporada no CCBB de 29 de julho a 16 de agosto, com entrada franca. A programacao traz 34 filmes que se destacaram na cinematografia mundial, em duas sessões diárias, no Cinema do CCBB e também nos jardins.

A coleção de títulos vem da curadoria formada pelo produtor José Da Mata, pelo jornalista, crítico e cineasta Sérgio Moriconi, pelo produtor e artista plástico Eduardo Cabral, pelo grande documentarista Vladimir Carvalho e pelo poeta Nicolas Behr. Eles elegeram títulos que compõem a lista dos maiores filmes da história do cinema de grande parte da crítica internacional. Mas que, apesar disso, estão fora do mercado cinematográfico e só podem ser vistos em formato de telas de televisão. A oferta imperdível é vê-los numa tela grande de cinema.

Grande parte das sessões acontecerá dentro do Cinema do CCBB. A produção reservou para a área externa projeções nas noites do sábado e domingo, sempre às 20 horas. Será possível assistir ao ar livre a títulos como Sonhos, de Akira Kurosawa, ou Meu Tio, de Jacques Tati.

Hiroshima Mon Amour.
Hiroshima Mon Amour.

Criada com a proposta de tornar acessíveis ao público de Brasília filmes que são referenciais da história do cinema, desde os primórdios aos dias atuais, CINEMA AO AR LIVRE CCBB exibirá os 34 filmes procurando seguir uma ordem cronológica. Desta forma, será possível ao espectador ter, ao final do período, um grande e completo painel da cinematografia mundial ao longo dos séculos XX e XXI.

Fazem parte da programação clássicos como Aurora, de Murnau, Outubro, de Eisentein, e Um Homem com a Câmera, de Dziga Vertov, todos eles realizados na alvorada do cinema, ainda na década de 1920. Também da primeira metade do século XX, estão títulos como Monsieur Verdoux, de Charles Chaplin, o comovente Ladrões de Bicicleta, de Vittorio De Sica, e Crepúsculo dos Deuses, a obra-prima de Billy Wilder.

Alguns dos mais prestigiados diretores da história estão contemplados na mostra: de Bergman está Morangos Silvestres, de 1957, mesmo ano de Noites de Cabíria, do genial Federico Fellini. De 1958, que se provou um ano muito fértil em grandes produções cinematográficas serão exibidos filmes como Cinzas e Diamantes, de Andrzej Wadja, e Meu Tio, de Jacques Tati. E ainda da década de 1950, os belos Hiroshima Meu Amor, de Alain Resnais, e De repente, no último verão, de Mankiewicz, ambos realizados em 1959.

A década de 1960 está comtemplada com grandes produções de gênios do cinema como Jean-Luc Godard (O Desprezo), Luis Buñuel (A Bela da Tarde) e Stanley Kubrick (2001, uma odisseia no espaço). E o passeio segue pelas décadas de 1970, exibindo filmes como Terra de ninguém, de Terrence Malick; pelos anos 1980, em obras-primas como Asas do Desejo, de Win Wenders; e pelos 1990 – Estamos todos bem, de Giuseppe Tornatore, O Jogador, de Robert Altman, e Fargo¸de Joel Coen e Ethan Coen.

CINE AO AR LIVRE NO CCBB chega ao século XXI em produções de inegável qualidade, como Cidade dos Sonhos, de David Lynch, Um Filme Falado, de Manoel de Oliveira, Um Conto Chinês, de Sebastián Borensztein, A Invenção de Hugo Cabret, de Martin Scorsese, e de O som ao redor, do brasileiro Kléber Mendonça – além deste, a mostra também exibirá o primeiro filme de Arnaldo Jabor, o grande A Opinião Pública. Um passeio pelo cinema, conduzido por quem entende do assunto.

Aurora.
Aurora.

PROGRAMAÇÃO

QUARTA, 29/07
18h – Aurora (10 anos/95min) – Cinema do CCBB
20h – Outubro (Livre/103min) – Cinema do CCBB

QUINTA, 30/07
18h – Um Homem com a Câmera (Livre/68min) – Cinema do CCBB
20h – Monsieur Verdoux (Livre/124min) – Cinema do CCBB

SEXTA, 31/07
18h – Segredo das Joias (Livre/115min) – Cinema do CCBB
20h – Rio Vermelho (Livre/133min) – Cinema do CCBB

SÁBADO, 1º/08
18h – Um Conto Chinês (12 anos/93min) – Cinema do CCBB
20h – Sonhos (Livre/119min) – Área externa

DOMINGO, 2/08
18h – Gata em Teto de Zinco (12 anos/108min) – Cinema do CCBB
20h – Asas do Desejo (12 anos/128min) – Área externa

SEGUNDA, 3/08
18h – Crepúsculo dos Deuses (Livre/110min) – Cinema do CCBB
20h – Noites de Cabíria (16 anos/115min) – Cinema do CCBB

QUARTA, 5/08
18h – Hiroshima meu Amor (14 anos/90min) – Cinema do CCBB
20h – Os Eternos Desconhecidos (14 anos/111min) – Cinema do CCBB

QUINTA, 6/08
18h – Cinzas e Diamantes (12 anos/105min) – Cinema do CCBB
20h – O Bandido Giuliano (12 anos/185min) – Cinema do CCBB

SEXTA, 7/08
18h – O Desprezo (14 anos/103min) – Cinema do CCBB
20h – De Repente, No Ultimo Verão (12 anos/114min) – Cinema do CCBB

SÁBADO, 8/08
18h – Opinião Publica (14 anos/70min) – Cinema do CCBB
20h – Invenção de Hugo Cabret (Livre/126min) – Área externa

DOMINGO, 9/08
18h – A Bela da Tarde (Livre/100min) – Cinema do CCBB
20h – Ladrões de Bicicleta (Livre/90min) – Área externa

SEGUNDA, 10/08
18h – Terra de Ninguém (16 anos/95min) – Cinema do CCBB
20h – O Homem do Prego (14 anos/114min) – Cinema do CCBB

QUARTA, 12/08
18h – As Baleias de Agosto (Livre/88min) – Cinema do CCBB
20h – Estamos Todos Bem (10 anos/122min) – Cinema do CCBB

QUINTA, 13/08
18h – Houve uma vez um Verão (16 anos/103min) – Cinema do CCBB
20h – O Som ao Redor (16 anos/130min) – Cinema do CCBB

SEXTA, 14/08
18h – Um Filme Falado (14 anos/118min) – Cinema do CCBB
20h – Cidade dos Sonhos (16 anos/140min) – Cinema do CCBB

SÁBADO, 15/08
18h – Morangos Silvestres (14 anos/91min) – Cinema do CCBB
20h – Meu Tio (Livre/120min) – Área externa

DOMINGO, 16/08
18h – Fargo, Uma Comédia de Erros (18 anos/98min) – Cinema do CCBB
20h – 2001 Uma Odisseia no Espaço (Livre/148min) – Área externa

SINOPSES

OUTUBRO (Oktyabr) – URSS, 1928, drama, P&B, 95min, livre
dir. Grigori Aleksandrov e Sergei Eisenstein
Sinopse: Em tom de documentário e rodada ainda sem captação de som, a produção de Grigori Aleksandrov e Sergei Eisenstein relata os acontecimentos em Petrogrado desde o fim da monarquia, em fevereiro de 1917, até o fim do governo provisório em novembro do mesmo ano. Lênin retorna em abril e, em julho, os contrarrevolucionários mandam prendê-lo. Em outubro, os bolcheviques estão prontos para atacar. Também conhecido como “Os dez dias que abalaram o mundo”, o filme conta com a participação de personagens envolvidos na revolução.

AURORA (Sunrise: A Song of Two Humans) – EUA, 1927, drama, P&B, 94min, 10 anos
dir. Fredrich Wilhelm Murnau
Sinopse: Férias de verão. Em uma excursão, uma mulher chega a um bucólico vilarejo às margens de um lago. O grupo se vai e a mulher permanece, pois havia se tornado amante de um fazendeiro local. Certa noite, ela sugere ao namorado que venda sua fazenda para viver com ela na cidade. Eles tramam matar a esposa dele afogada, simulando um acidente.
Apontado como um dos mais importantes filmes da cinematografia mundial, e até então a película mais cara lançada pela Fox, Aurora ganhou três Oscars em 1929. Em 1967, foi considerado pela revista Cahiers du Cinéma “a maior obra-prima da história do cinema”. Recebeu, em 1989, a classificação de ‘Significância histórica, estética e cultural’, concedida pela Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos e foi selecionado para preservação pelo British Film Institute. Numa pesquisa feita entre críticos para este mesmo instituto, a produção de F. W Murnau foi considerada o sétimo maior filme da história do cinema, ao lado de O encouraçado Potemkin, de Sergei Eisenstein.

UM HOMEM COM UMA CÂMERA (Man with the movie camera) – URSS, documentário, 1929, P&B, 68min, livre
dir. Dziga Vertov
Sinopse: Um cinegrafista (Michail Kaufman) filma um dia despretensioso na vida da cidade moderna. Ao amanhecer, as ruas vazias vão gradualmente sendo povoadas. Em seguida o filme passa a mostrar o dia a dia dos moscovitas ou de outra cidade soviética: pessoas comuns vivendo a verdade da vida cotidiana.
Dizga Vertov foi um dos primeiros cineastas russos a usar técnicas de animação e a desenvolver princípios fundamentais da montagem no cinema.

MONSIEUR VERDOUX (Monsieur Verdoux) – EUA, 1947, comédia, P&B, 124min, livre
dir. Charlie Chaplin
Sinopse: Severa e polêmica crítica ao capitalismo e ao militarismo, o filme se passa no final dos anos 20. Henri Verdoux (Charlie Chaplin), um bancário francês que perde o emprego depois de 35 anos de trabalho, torna-se um assassino em série. Suas vítimas são mulheres de meia-idade, solitárias, e que possuem algum tipo de propriedade ou renda. Assim que as convence a retirar do banco suas economias, Verdoux as elimina, vende as propriedades e fica com o dinheiro.
Indicado em 1948 ao Oscar de Melhor roteiro original, o filme foi inspirado na história real do assassino em série Henri Désiré Landru, sentenciado à morte em 1921 e decapitado no ano seguinte. A história original de Monsieur Verdoux, escrita por Charles Chaplin, foi baseada na ideia de Orson Welles.

RIO VERMELHO (Red River) – EUA, 1948, faroeste, P&B, 133min, livre
Dir. Howard Hawks e Arthur Rosson
Sinopse: Thomas Dunson (John Wayne) é um rude criador de gado do Texas, que no passado teve a namorada morta em um ataque dos índios comanches. Depois da tragédia, Dunson e seu parceiro Nadine Groot (Walter Brennan) adotam o jovem órfão Matthew Garth (Montgomery Clift), que também fora vítima dos índios. Juntos, e com apenas um par de cabeças de gado eles entraram no Texas atravessando o Rio Vermelho. Lá, Dunson declara que toda a terra que ali vê é sua. O filme marca a estreia de Montgomery Clift no cinema.

LADRÕES DE BICICLETA (Ladri di biciclette) – Itália, 1948, drama, P&B, 90min, livre
dir. Vittorio De Sica
Sinopse: Na Roma do pós-guerra, Antonio Ricci (Lamberto Maggiorani), um trabalhador humilde, luta para sustentar a família. Para comprar uma bicicleta e começar em um novo emprego como colocador de cartazes, penhora as roupas de cama da casa. A bicicleta é então roubada e Antonio sai com o filho Bruno (Enzo Staiola) para procurá-la pela cidade.
Um dos clássicos do neorrealismo italiano, Ladrões de Bicicleta ganhou, em 1950, o Oscar honorário de melhor filme estrangeiro, prêmio que ainda não figurava em categoria própria. No mesmo ano, levou o Globo de Ouro de Melhor Filme Estrangeiro, além de vencer outras 16 premiações.

CREPÚSCULO DOS DEUSES (Sunset Boulevard) – EUA, 1950, drama, P&B, 110min, livre
dir. Billy Wilder
Sinopse: Joe Gillis (William Holden) é um roteirista com muito pouca sorte e Norma Desmond (Gloria Swanson) é uma atriz decadente que atrai Gillis para seu mundo fantasioso em que sonha em fazer um triunfante retorno às telas.
Considerado uma das mais notáveis produções do cinema de todos os tempos, Crepúsculo dos Deuses recebeu 21 prêmios em 1951. Foi indicado a 11 Oscars e venceu três. No mesmo ano, arrebatou quatro Globos de Ouro. Foi incluído no primeiro grupo de filmes selecionados para preservação pela Secretaria Nacional de Cinema dos Estados Unidos e em 1998 foi considerado pelo American Film Institute o décimo segundo melhor filme norte-americano de todos os tempos.

O SEGREDO DAS JOIAS (The asphalt jungle), EUA, 1950, policial, P&B, 112min, livre
dir. John Huston
Sinopse: Recém-saído da prisão, Doc Riedenschneider (Sam Jaffe), um mulherengo gênio do crime, planeja seu próximo assalto milionário: um roubo de joias no valor de um milhão de dólares. Para isso, recruta seus homens de confiança – Louis (Anthony Caruso), Gus (James Whitmore), Emmerich (Louis Calhern) e Dix Handley (Sterling Hayden). Pequenos erros, no entanto, comprometem o sucesso da missão.
Indicado a quatro Oscars, traz no elenco a então desconhecida Marilyn Monroe. O roteiro, escrito por Ben Maddow e John Huston, é baseado no romance The asphalt jungle de W.R. Burnett. Em 2008, por ser considerado “culturalmente, historicamente, ou esteticamente significante”, foi selecionado para preservação pela Biblioteca do Congresso Norte-Americano.

MORANGOS SILVESTRES (Smultronstället) – Suécia, 1957, drama, P&B, 91min, 14 anos
dir. Ingmar Bergman
Sinopse: Ao longo da vida, o acadêmico Isak Borg (Victor Sjöström), evitou contato com outras pessoas. Ao viajar com sua nora Marianne (Ingrid Thulin) de Estocolmo a Lund para receber um prêmio por seus 50 anos de carreira, relembra os principais momentos de sua vida, temendo a morte que se aproxima.
Em 1958, Morangos silvestres recebeu o Urso de Ouro de Melhor Filme no Festival de Berlim e em 1960 venceu o Globo de Ouro na categoria de Melhor Filme Estrangeiro, além de ser indicado ao Oscar, no mesmo ano, na categoria Melhor Roteiro original.

NOITES DE CABÍRIA (Le notti di Cabiria) – Itália/França, 1957, drama, P&B, 115min, 16 anos
dir. Federico Fellini
Sinopse: Cabiria (Giulietta Masina) é uma prostituta que vive em uma região pobre de Roma. Tem uma casinha, uma conta bancária e sonha com um milagre: encontrar um grande amor. Após ter tentado de tudo, inclusive apelado para a ajuda divina, Cabíria encontra um pretendente em local e hora inapropriados. Seria ele o amor de sua vida?
Em 1957, Giulietta Masina ganhou o prêmio de Melhor Atriz no Festival de Cannes enquanto Federico Fellini recebeu Menção especial. O filme foi indicado à Palma de Ouro e arrebatou o Oscar de melhor filme estrangeiro em 1958, além de outros 14 prêmios do cinema internacional.

GATA EM TETO DE ZINCO QUENTE (Cat on a hot tin roof) – EUA, 1958, drama, cor, 108min, 12 anos
dir. Richard Brooks
Sinopse: Brick (Paul Newman), uma ex-estrela do futebol americano, resiste aos insistentes apelos sexuais de sua esposa Maggie (Elizabeth Taylor), a quem culpa por ter abandonado sua carreira profissional. No dia do aniversário do pai de Brick, (Burl Ives), que está morrendo de câncer, toda a família está reunida, prestes a testemunhar a revelação de grandes segredos.
Gata em teto de zinco quente é a quinta peça do dramaturgo Tennessee Williams a ser produzida no cinema. Com ela, Williams venceu o Prêmio Pulitzer em 1955.

OS ETERNOS DESCONHECIDOS (I soliti ignoti) – Itália, 1958, comédia, P&B, 111min, 14 anos

dir. Mario Monicelli

Sinopse: Cinco desajeitados e insignificantes ladrões arruínam um assalto a uma loja de penhores: Peppe (Vittorio Gassman), um ex-boxeador, organiza a invasão. O fotógrafo desempregado Tiberio (Marcello Mastroianni), o receptor Mario (Renato Salvatori), o siciliano Michele (Tiberio Murgia) e o ex-jockey Capannelle (Carlo Pisacane), são os outros membros da gangue. O plano envolve cavar um túnel de um apartamento para chegar às lojas vizinhas e perfurar um caminho que os leve até o local do crime.

CINZAS E DIAMANTES (Popiół i diament) Polônia, 1958, drama, P&B, 105min, 12 anos
dir. Andrzej Wajda
Sinopse: No último dia da Segunda Guerra Mundial, Maciek (Zbigniew Cybulski), um jovem rebelde ligado à frente nacionalista, recebe a missão de assassinar Szczuka (Waclaw Zastrzezynski), um líder comunista. Perturbado pela transformação repentina dos aliados em inimigos, ele decide aproveitar a vida por uma noite, quando se apaixona pela garçonete Krystyna (Ewa Krzyzewska), o que o leva a pensar em desistir de sua missão.
No Festival de Veneza de 1959, Andrzej Wajda, venceu, por Cinzas e diamantes, o prêmio da Federação Internacional dos Críticos de Cinema.

MEU TIO (Mon oncle) – França/Itália, 1958, comédia, cor, 120min, livre
dir. Jacques Tati
Sinopse: Monsieur Hulot (Jacques Tati) mora em um bairro pobre e antigo de Paris, enquanto sua irmã e seu cunhado vivem em uma casa supermoderna e automatizada. Charles Arpel (Jean-Pierre Zola) é o abastado dono de uma fábrica de plástico. Lá, Hulot começa a trabalhar, em um emprego arranjado pelo cunhado que não deseja que seu sobrinho cresça sob a má influência do tio Hulot, um sujeito bom, mas desengonçado.
Vencedor do Grande Prêmio do Júri do Festival de Cannes, em 1958, Meu tio recebeu ainda o Oscar de Melhor Filme de Língua Estrangeira em 1959.

DE REPENTE, NO ÚLTIMO VERÃO (Suddenly, Last Summer), EUA, 1959, drama, P&B, 114min, 12 anos

dir. Joseph L. Mankiewicz

Sinopse: Violet Venable (Katherine Hepburn), uma rica senhora da aristocracia, planeja realizar uma lobotomia em Catherine Holly (Elizabeth Taylor), sua sobrinha e supostamente doente mental. Violet teme, na verdade, que Catherine traga à tona segredos sobre a homossexualidade de Sebastian, filho de Violet, que morreu violentamente.
Em 1960, por De repente, no último verão Elizabeth Taylor ganhou o Globo de Ouro, na categoria Melhor Atriz.

HIROSHIMA MEU AMOR (Hiroshima mon amour) – França/Japão, 1959, drama, P&B, 90min, 14 anos
dir. Alain Resnais
Sinopse: Hiroshima, 1959. Uma atriz francesa casada (Emmanuelle Riva) chega de Paris para estrelar um filme sobre a paz e acaba tendo um caso amoroso com um arquiteto japonês (Eiji Okada) também casado. Nos dias que passam juntos, várias lembranças vêm à tona enquanto esperam, de forma aflita, a hora da partida da atriz.
Considerado um dos filmes mais importantes da história do cinema, Hiroshima meu amor analisa a memória e os traumas que afligem seus personagens. Apontado como um dos grandes ícones do cinema francês e um dos mais famosos e influentes da Nouvelle Vague.

O BANDIDO GIULIANO (Salvatore Giuliano) – Itália, 1962, policial, P&B, 125min, 12 anos

dir. Francesco Rosi

Sinopse: Em 1950, Salvatore Giuliano, um foragido da polícia, é encontrado morto a tiros na Sicília. Partidário do separatismo e controvertido herói da região, Giuliano fora acusado de assassinar um policial. Foge para as montanhas, onde organiza um bando. Ao alistar-se no Exército Separatista, comete crimes bárbaros em nome da liberdade.
Em 1962, o filme ganhou o Urso de Prata na categoria de Melhor Diretor no Festival de Berlim.

O DESPREZO (Le mépris) – França/Itália, 1963, comédia/drama, cor, 103min, 14 anos

dir. Jean-Luc Godard

Sinopse: Camille (Brigitte Bardot) é casada com Paul (Michel Piccoli), um escritor que, por 10 mil dólares, foi contratado pelo produtor americano Jeremy (Jack Palance) para escrever o roteiro de um filme. Camille desconfia que o marido tentou vendê-la a Jeremy, quando Paul insiste que a bela mulher fique sozinha com Jeremy. Uma série de mal-entendidos faz com que a relação do casal comece a se deteriorar.

O HOMEM DO PREGO (The Pawnbroker) – EUA, 1964, drama, P&B, 114min, 14 anos

dir. Sidney Lumet

Sinopse: De uma família inteira confinada em um campo de concentração durante a Segunda Guerra, o professor universitário judeu Sol Nazerman foi o único a sobreviver. Findo o conflito, Nazerman migra para os Estados Unidos para trabalhar em uma loja de penhores no bairro do Harlem, em Nova Iorque. Vinte e cinco anos se passam quando ressurgem lembranças de momentos traumáticos de quando estivera nas mãos dos nazistas.
Considerado o primeiro filme norte-americano a retratar o holocausto do ponto de vista de um sobrevivente, em 1964, Sidney Lumet recebeu Menção Honrosa da Federação Internacional de Críticos de Cinema e Rod Steiger ganhou o Urso de Prata na categoria Melhor Ator, ambos no Festival de Berlim.

A BELA DA TARDE (Belle de jour) – França/Itália, 1967, drama, cor, 110min, livre

dir. Luis Bruñel

Sinopse: Séverine (Catherine Deneuve) é uma jovem rica e bonita e infeliz. Ama o marido Pierre (Jean Sorel), um médico, mas eles não têm tanta intimidade quanto ela gostaria. Para realizar suas fantasias eróticas e atingir o prazer que seu marido não consegue lhe proporcionar, Séverine procura um discreto bordel, comandado por Madame Anaïs (Geniviève Page). Lá, passa a trabalhar como prostituta à tarde para, à noite, retomar à vida de casada.
Por A bela da tarde, no Festival de Veneza de 1967, Luis Buñuel arrebatou o Leão de Ouro e o Prêmio Pasinetti.

A OPINIÃO PÚBLICA (A opinião pública) – Brasil, 1967, drama, P&B, 65min, 14 anos
dir. Arnaldo Jabor
Sinopse: A juventude, a família burguesa, os fenômenos sensacionalistas, o misticismo, a política e os meios de comunicação de massa são os temas abordados no documentário e primeiro longa-metragem do diretor Arnaldo Jabor. Gravado segundo as regras do cinema-verdade da década de 60 a produção fala sobre a classe média carioca, examinada através dos depoimentos dos seus próprios membros.

2001: UMA ODISSEIA NO ESPAÇO (2001: A space odyssey), EUA/Reino Unido, 1968, ficção, cor, 148min, livre
dir. Stanley Kubrick
Sinopse: Desde a pré-história, um misterioso monólito negro parece emitir sinais de outra civilização interferindo no planeta Terra. No século 21, uma equipe de astronautas liderados pelo experiente David Bowman (Keir Dullea) e por Frank Poole (Gary Lockwood) é enviada a Júpiter para investigar o enigmático objeto. A equipe viaja a bordo da nave Discovery, controlada pelo computador HAL 9000. Entretanto, no meio da viagem, HAL entra em pane e tenta assumir o controle da nave.
Em 1969, o filme ganhou o Oscar na categoria de Melhor Efeitos Visuais, além de outros 14 prêmios, em 10 diferentes festivais.

HOUVE UMA VEZ UM VERÃO (Summer of ’42) – EUA, 1971, drama romântico, cor, 103min, 14 anos
dir. Robert Mulligan
Sinopse: Em 1942, os amigos Oscy (Jerry Houser), Benjie (Oliver Conant) e Hermie (Gary Grimes) passam as férias de verão na Ilha Nentucket. Enquanto a preocupação principal de Oscy gira em torno de sua vida sexual, Hermie se apaixona por uma mulher mais velha, que espera notícias do marido, um piloto do exército que luta na Segunda Guerra Mundial.
Em 1972, o filme arrebatou o Oscar de Melhor Trilha Sonora para Michel Legrand.

TERRA DE NINGUÉM (Badlands) – EUA, 1973, drama policial, cor, 95min, 16 anos
dir. Terrence Malick
Sinopse: Fort Dupree, Dakota do Sul, 1959. Kit Carruthers (Martin Sheen) é um peão psicologicamente desequilibrado, que mata o pai da namorada Holly Sargis (Sissy Spacek). Kit foge e a leva como cúmplice iniciando uma onda de assassinatos pelo estado de Montana. A narração de Holly, descrevendo suas aventuras com Kit, sobrepõe clichês românticos à realidade cruel do apetite sociopata do companheiro.
Terra de ninguém foi o primeiro longa-metragem dirigido por Terrence Malick.

ASAS DO DESEJO (Der Himmel über Berlin) – Alemanha/França, 1987, drama/fantasia/romance/biografia, cor, 128min, 12 anos

dir. Win Wenders

Sinopse: Na Berlim do pós-guerra, dois anjos – Damiel (Bruno Ganz) e Cassiel (Otto Sander) perambulam pela cidade. Invisíveis aos olhos dos homens comuns, eles leem os pensamentos dos humanos e tentam confortar a solidão e a depressão das almas que encontram pelo caminho. Ao se apaixonar por uma trapezista (Solveig Dommartin), um dos anjos passa a querer ser humano para experimentar as dores e alegrias dos mortais.
Asas do Desejo venceu 21 prêmios, incluindo Melhor Diretor no Festival de Cannes em 1987.

AS BALEIAS DE AGOSTO (The Whales of August) – EUA, 1987, drama, cor, 88min, livre

dir. Gindsay Anderson

Sinopse: Verão no estado do Maine e as baleias já não passam tão perto do litoral como na infância de Libby (Bette Davis) e Sarah (Lillian Gish). As duas irmãs viúvas têm uma casa perto do mar, onde veraneiam há 50 anos. Libby é cega e, aparentemente, prepara-se para morrer. Sarah toma conta da irmã, mas está interessada em um aristocrata russo que pesca nas redondezas. Libby desconfia que o estrangeiro está apenas querendo se aproveitar das duas, enquanto Sarah pensa em vender a casa e encontrar um novo lar para a irmã.

SONHOS (Dreams) – EUA/Japão, 1990, fantasia/drama, cor, 119min, livre
dir. Akira Kurosawa
Sinopse: Uma coleção de histórias baseada em sonhos reais do diretor Akira Kurosawa: oito curtas-metragens independentes – Um raio de sol através da chuva, O jardim das pessegueiras, A tempestade, O túnel, Corvos, Monte Fuji em vermelho, O demônio que chora e O vilarejo dos moinhos – cujos personagens e temas acabam por se sobrepor.

ESTAMOS TODOS BEM (Stanno tutti bene) – Itália/França/EUA, 1990, comédia dramática, cor, 118min, 10 anos

dir. Giuseppe Tornatore

Sinopse: Matteo Scuro (Marcello Mastroianni) é um burocrata aposentado siciliano que espera seus filhos para comemorar seu aniversário. No entanto, após cancelarem a visita, Matteo decide ir vê-los de surpresa, viajando de cidade em cidade para encontrá-los. Durante a busca, passa por Nápoles, Roma, Florença, Milão e Turim e acaba fazendo várias descobertas.
Por Estamos todos bem, em 1990, Giuseppe Tornatore recebeu o Prêmio do Júri Ecumênico do Festival de Cannes.

O JOGADOR (The player) – EUA, 1992, comédia/policial/drama, cor, 124min, 16 anos
dir. Robert Altman
Sinopse: Griffin Mill (Tim Robbins) é um produtor bem-sucedido de Hollywood que sofre ameaças de morte enviadas por um roteirista anônimo. Obcecado com as mensagens, Mill assassina quem ele acredita ser o responsável pelas ameaças e passa a tentar driblar as investigações da polícia.
Crítica ao esquema hollywoodiano, o filme conta com a participação de dezenas de famosos em pontas especiais e é considerada a produção que reuniu o maior número de vencedores do Oscar: Cher, James Coburn, Louise Fletcher, Whoopi Goldberg, Joel Grey, Anjelica Huston, Jack Lemmon, Marlee Matlin, Tim Robbins, Julia Roberts, Susan Sarandon e Rod Steiger.
O jogador venceu 32 prêmios, incluindo os Globos de Ouro de Melhor Filme e de Melhor Ator para Tim Robbins. Arrebatou também os prêmios de Melhor Ator e Melhor Diretor no Festival de Cannes.

GABBEH (Gabbeh) – Irã/França, 1996, drama, cor, 75min, livre
dir. Mohsen Makhmalbaf
Sinopse: Às margens de um riacho, um casal de idosos lava um gabbeh – um pequeno tapete com um desenho de um casal de noivos. Enquanto os dois rememoram o passado, o tapete se transforma em uma jovem que passa a contar aos dois o seu drama: ela está apaixonada por um misterioso cavaleiro que não pertence ao seu clã.
Considerado uma das mais importantes produções do cinema persa, Gabbeh retrata a realidade iraniana após a revolução islâmica de 1979 e traça um panorama da cultura do deserto, apresentando simbologias étnicas da história do cinema daquela parte do mundo.

FARGO, UMA COMÉDIA DE ERROS (Fargo) – EUA/Reino Unido, 1996, policial/drama/suspense, cor, 98min, 18 anos
dir. Joel Coen, Ethan Coen
Sinopse: Ao se deparar com uma delicada situação financeira, Jerry Lundegaard (William H. Macy), gerente de uma revendedora de automóveis, elabora o sequestro da esposa Jean (Kristin Rudrud). Para executar o plano, faz um acordo com dois marginais – Carl Showalter (Steve Buscemi) e Gaear Grimsrud (Peter Stormare), que pelo serviço ganhariam um carro novo e metade dos 80 mil dólares que seriam pagos pelo resgate. O plano acaba por dar errado graças ao trabalho da policial grávida Marge Gunderson (Frances McDormand).
Vencedor de 70 prêmios, incluindo os Oscars de Melhor Atriz para Frances McDormand e Melhor Roteiro, Fargo arrebatou, ainda, em Cannes, o prêmio de Melhor Direção.

CIDADE DOS SONHOS (Mulholland Dr.) – França/EUA, 2001, 147min, fantasia/suspense/drama, cor, 16 anos
dir. David Lynch
Sinopse: Um acidente de carro na Mulholland Drive, em Los Angeles, é o ponto de partida da trama que envolve personagens misteriosos. Rita (Laura Harring) escapa da colisão, mas perde a memória e acaba por se esconder no edifício administrado por Coco (Ann Miller). Nesse mesmo prédio vai morar Betty (Naomi Watts), uma aspirante a atriz, recém-chegada à cidade, e que quando conhece Rita tenta ajudar a nova amiga a descobrir sua identidade. Em outra parte da cidade, após ter sido espancado pelo amante da esposa, o cineasta Adam Kesher (Justin Theroux), é roubado pelos sinistros irmãos Castigliane.
Cidade dos Sonhos venceu 49 premiações, incluindo a categoria de Melhor Diretor no Festival de Cannes.

UM FILME FALADO (Um filme falado) – Portugal/França/Itália, 2003, comédia/ drama/ficção, cor, 96min, 14 anos
dir. Manoel de Oliveira
Sinopse: Julho de 2001. Em Lisboa, Rosa Maria (Leonor Silveira), uma professora de História, embarca com a filha, Maria Joana (Filipa de Almeida), em um cruzeiro que atravessará o Mediterrâneo com destino a Bombaim, na Índia. Durante o percurso, visitam Marselha, Pompeia, Ceuta, Atenas, Cairo e Istambul, relembrando mitos, religiões, guerras e a importância histórica de cada local.
Em 2003, Um filme falado venceu o Prêmio Signis do Festival de Veneza.

UM CONTO CHINÊS (Un cuento chino, Argentina/Espanha, 2011, comédia dramática, cor, 93min, 12 anos
dir. Sebastián Borensztein
Sinopse: Em Buenos Aires, o amargo e metódico Roberto (Ricardo Darín) é o solitário dono de uma loja de ferragens que coleciona, em um álbum, recortes de jornal sobre notícias incomuns. Um dia, Roberto testemunha o chinês Jun (Ignacio Huang) sendo jogado de um táxi e o ajuda a se levantar. Roberto tenta encontrar um local para acomodar o chinês, mas, sem sucesso, acaba deixando o asiático viver com ele. Aos poucos, acaba por descobrir fatos dramáticos sobre a vida do oriental.
Em 2012, Um conto chinês venceu o Grande Prêmio do Cinema Brasileiro na categoria Melhor Filme Estrangeiro.

A INVENÇÃO DE HUGO CABRET (Hugo, EUA, 2011, drama, cor, 126min, livre
dir. Martin Scorsese
Sinopse: Paris, anos 1930. Hugo Cabret (Asa Butterfield) é um órfão que vive escondido nas paredes da estação de trem de Montparnasse e guarda consigo um robô quebrado, deixado por seu pai (Jude Law). Um dia, ao fugir do inspetor (Sacha Baron Cohen), ele conhece Isabelle (Chloe Moretz), uma jovem com quem faz amizade e descobre que ela tem uma chave com o fecho em forma de coração, exatamente do mesmo tamanho de uma fechadura que há no robô. O robô volta a funcionar, levando a dupla a tentar resolver um mistério mágico.
Indicado a 145 prêmios, A invenção de Hugo Cabret venceu 67, incluindo os Oscars de Melhor Fotografia, Melhor Mixagem de Som, Melhor Edição de Som, Melhores Efeitos Visuais e Melhor Direção de Arte.

O SOM AO REDOR (O som ao redor) – Brasil, 2013, drama/suspense, cor, 130min, 16 anos
dir. Kleber Mendonça Filho
Sinopse: A presença de seguranças privados em uma rua de classe média na zona sul do Recife acaba por mudar a vida dos moradores do local. Enquanto uns comemoram a tranquilidade trazida pelos guardas, liderados por Clodoaldo (Irandhir Santos), outros passam por momentos de tensão. Ao mesmo tempo, Bia (Maeve Jinkings), casada e mãe de duas crianças, tenta encontrar um modo de lidar com o barulhento cachorro do vizinho.
Em 2014, O som ao redor venceu o Grande Prêmio do Cinema Brasileiro na categoria Melhor Roteiro Original, além de arrebatar outros 30 prêmios.

De Repente, No Último Verão.
De Repente, No Último Verão.

Serviço: Cinema ao Ar Livre
Data: De 29 de julho a 16 de agosto
Local: Cinema do CCBB Brasília e área externa do CCBB
Horários: 18 e 20 horas
Entrada franca.