Projeto Clausura ocupa a Funarte de 13 a 28 de novembro com uma rica programação.

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Baseando-se na idéia de permeabilidade, a principal proposta da ocupação é tornar a obra multimídia Clausura, e a pesquisa que a originou, permeáveis à cidade de Brasília através da participação, influência e interferência de artistas locais.

Artistas de Brasília serão convidados individualmente, ou como representantes de seus grupos teatrais ou coletivos de criação, para interferir na obra e na pesquisa, recriando-as sob o olhar de quem habita a cidade.

Após esse processo será apresentada ao público a versão Clausura/DF.

Paralelo ao processo de interferência na obra, diversas atividades vão acontecer como, por exemplo, apresentações da obra original CLAUSURA/SP, palestras, debates e uma exposição com materiais compilados em 15 anos de pesquisa sobre alteração de consciência no trabalho do ator.

Clausura é um projeto de teatro contemporâneo, baseado em processos multimídia que discute aspectos da vida moderna, resultado de extensa pesquisa sobre Alteração de Consciência no Trabalho do Ator. A obra CLAUSURA problematiza a coexistência pacífica entre o tradicional e o contemporâneo, mesclando aspectos do teatro tradicional e do teatro contemporâneo.

Clausura foi ganhador do Edital de Co-Patrocínio em Primeiras Obras, do Centro Cultural da Juventude Ruth Cardoso, 2009/10.

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O espetáculo conta a história de um jovem monge da ordem Beneditina, que vive no Mosteiro de São Bento, em São Paulo, e seus questionamentos. O que o jovem monge se pergunta é sobre as conseqüências da falta de silêncio e da rápida velocidade do mundo.

Ele percebe que esse contexto impõe dificuldades a uma vida dedicada ao conhecimento das coisas sutis à alma. É uma metáfora sensível das dificuldades de pessoas que precisam convergir à introspecção e às rápidas exigências do mercado de trabalho e do mundo, dificultando o encontro com as sutilezas da vida. Desvendar sua história será passear por um turbilhão de informações audiovisuais, sinestésicas e emocionais. Clausura é a luta contra a morte pelo excesso de informação, na desesperada necessidade de ficar só.

A forma com que o ator emite/fala o texto influencia um computador que, sobre a cena, projeta vídeos, fotos, sons e ruídos inspirados na dinâmica da vida urbana. Estas projeções multimídia voltam a influenciar o ator que passa a interpretar o texto de um modo/forma diferente, além de constituir uma interatividade, baseada em inteligência artificial – simultaneamente – máquina e humano criam em parceria criativa.

Utilizando um avançado software de edição em tempo real (Isadora), o computador percebe o espaço e a voz humana através de microfones e, a partir dos padrões sonoros captados, edita sons e imagens em tempo real, devolvendo ao ator estímulos para recriar as cenas.

O texto dramatúrgico inédito valoriza o conflito de um personagem que escolhe viver sob clausura. O texto é baseado em procedimentos de dramaturgia clássica, alicerçada nos conceitos aristotélicos de tempo, espaço e ação, sendo um forte parâmetro para o conflito estético entre aparentes oposições: arte e tecnologia, tradição e ruptura, linearidade e não linearidade.

Criados especialmente para a performance, estarão em diálogo constante com o texto, sendo eles grandes parâmetros associados à não linearidade de tempo e espaço.

Um site na internet disponibiliza o material de imagem, som e texto da pesquisa. Assim, todo o processo criativo está disponível ao público.

Acesse: http://projetoclausura.wordpress.com/

http://www.youtube.com/watch?v=39s-XKU_bTM

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Ensaios Abertos

Os ensaios do período intermediário à estreia da obra são abertos ao público, democratizando o processo artístico a partir de um conceito chave do trabalho: a permeabilidade.

Alteração de Consciência para o Ator

Tratar de Alteração de Consciência para o Ator, implica em lidar com questões que cercam o funcionamento da percepção humana, amparando a metodologia de pesquisa em aspectos da biologia do corpo e abordando os modos pelos quais ele troca informações com o ambiente em que vive.

Esse ambiente é aqui entendido como um cruzamento inseparável entre NaturezaCultura, sendo, portanto, eliminada a dicotomia corpo e mente – questão complexa e delicada que acompanha essa pesquisa há 15 anos.

A ocupação

A ocupação baseia-se na possibilidade de entender o processo de permeabilidade da obra como um método de habitar o teatro e a cidade de Brasília. A estrutura dramática/performática amplia a possibilidade de ocorrerem interferências mais diretas entre a cidade e a obra.

Os artistas convidados, metodologicamente, farão o papel dos sensores do ambiente, e trarão para o interior da narrativa a cidade transcodificada em sons, imagens e possivelmente, novas situações. Essas novas informações são Brasília recondificada, são a localidade na forma de organismo/obra, são novos estados do personagem, da cidade e consequentemente, da peça teatral como um todo.

A estrutura da peça é montada nessa possibilidade, e o ator e o computador conversam em tempo real a partir dessa idéia de sensoriamento e permeabilidade. Jogam suas atenções sobre o espaço captando os sinais da existência um do outro e assim modificam seus estados para adaptarem-se às novas fronteiras que se criam à todo instante.

Esse é o eixo principal da ocupação: não é apenas uma temporada, nem tampouco uma nova criação. É um processo de investigação, demarcado pelo tempo e pelo espaço do projeto, em que obra e cidade adaptarse-ão às suas novas condições de coexistência.

Exposição: “INSTALAÇÃO de ALTERAÇÃO”, aberta ao público, 2hs antes de cada atividade, e de graça.

Durante todo o período de ocupação acontecerá uma exposição sobre Alteração de Consciência para o Trabalho do Ator, retomando 10 anos de pesquisa e produção artística, através de fotos, vídeos de ensaios, laboratórios em campo, em sala de trabalho, etc. Nesta exposição, também estarão disponíveis trechos da dissertação de mestrado para leitura na forma de “Ilhas de Alteração”, onde a pessoa pode sentar-se e ler “resumos” dos capítulos.

RECRIAÇÃO da OBRA CLAUSURA/SP – CLAUSURA/DF

Seleção de artistas por meio de entrevistas e atividades práticas, encontros semanais no teatro, estudo dos conceitos fundamentais da obra, pesquisa e captação de material na cidade de Brasília e ensaios de alteração da obra. Gratuita aos participantes e fechada ao público em geral.

Do espetáculo original surgirá o CLAUSURA/DF, resultado do processo de interferência de artistas da cidade na primeira obra. Na primeira etapa, através de encontros semanais no teatro e fora dele, a obra original transformar-se-á dando lugar a uma criação híbrida e original sem, no entanto, perder o caráter de permeabilidade que fundamenta o projeto.

APRESENTAÇÕES do ESPETÁCULO RECRIADO: CLAUSURA/DF

Do processo de apropriação da obra, das pesquisas de campo, dos estudos conceituais e estéticos, surgirá uma obra híbrida. Essa obra, intitulada CLAUSURA/DF será apresentada ao público.

PALESTRAS DE PESQUISADORES CONVIDADOS

Aberta ao público e gratuita.

Ao longo de toda a ocupação haverá um ciclo de palestras cujos assuntos serão relacionados ao tema central da pesquisa: Alteração de Consciência para o Trabalho do Ator – através de discussões que aproximem artistas que trabalharam o tema ao longo da história, ou as influências das novas tecnologias nos processos artísticos contemporâneos ou, ainda, resultados da aproximação entre arte e ciência. As palestras respeitarão uma dinâmica de perguntas e respostas, como um bate-papo a partir de levantamentos que cada palestrante apresentará.

PALESTRAS de ARTISTAS PARTICIPANTES do PROCESSO de RECRIAÇÃO – CLAUSURA/SP – CLAUSURA/DF.

Aberta ao público

Como parte do ciclo de palestras, após a estréia da obra CLAUSURA/DF, os artistas que participaram da recriação serão convidados a palestrarem, dois a dois, sobre o processo. O foco desses encontros é a possibilidade da reflexão sobre os pontos de permeabilidade e transformação em relação a seus próprios processos criativos, ou de seus coletivos. O que acrescentou? Quais as transformações metodológicas em seus processos originais poderiam ser levantadas? Quais tipos de mudanças poderão surgir daqui para frente? Quais as transformações, no próprio espetáculo, foram fruto da hibridação entre tantos processos criativos diferentes?

Estas serão algumas das perguntas debatidas entre os participantes e o grande público, que pôde acompanhar como espectador, um processo de alteração de uma obra artística.

Ciclo de Palestras

Sempre às 20h, na Sala Plínio Marcos/Funarte, de graça.

07/11 – Palestra Toró (sacrifício da primavera), com Andréia Yonashiro

12/11 – Palestra Cidade-que-nem-na-imaginação-existe, com Nicolas Behr

19/11 – Palestra “O Processo na CLAUSURA”, com 3 oficineiros

26/11 – Palestra “O Processo na CLAUSURA”, com 3 oficineiros

Serviço: Clausura

Local: Sala Plínio Marcos, do Complexo Cultural da Funarte.

Data: 13 a 28 de novembro de 2010 (sábados, às 21h, e domingo, às 20h).

Ingressos: R$10,00 (inteira) e R$5,00 (meia).