Espetáculos premiados de Brasília ocupam a Funarte.

A Funarte encerra a programação teatral de janeiro com dois espetáculos premiados da cidade, Cru e Adubo. “Cru”, com texto de Alexandre Ribondi, está em cartaz de 24 a 27 de janeiro. A montagem venceu doze prêmios, dentre eles o de melhor espetáculo e melhor ator. A direção é de Sérgio Sartório e Alexandre Ribondi. O elenco traz Chico San´t Anna, Sérgio Sartório e Vinicius Ferreira.

Num lugar perdido nos confins do Brasil Central, em um açougue, encontram-se um forasteiro, um travesti (dono do açougue) e um pistoleiro. Desse encontro nasce à trama de “Cru” que fala sobre a violência urbana que assola de forma geral a população de nosso país.

De 31 de janeiro a 03 de fevereiro estreia o espetáculo brasiliense “Adubo”, dirigido por Hugo Rodas, histórico diretor uruguaio radicado em Brasília desde a década de 1970 e conta com os atores Juliano Cazarré, Rosanna Viegas, André Araújo e Pedro Martins.

Contando histórias que trazem a morte ora como pano de fundo, ora como personagem, os atores alternam momentos de grande emoção, comicidade, lirismo e, por vezes, terror. São três histórias principais que atravessam o espetáculo.

A primeira história trata da morte de Balu, um cãozinho filhote. Na trama, o grupo observa a morte pelos olhos de uma criança, o jovem dono do cachorrinho. Seu pai tenta lhe explicar o que é a morte, seu caráter irreversível e como aceitá-la. A história volta ao passado várias vezes durante o espetáculo. No desfecho, o Cãozinho Balu chega a um paraíso de flores amarelas, o céu dos cachorros, de onde contará aos espectadores uma grande revelação acerca de Deus.

A segunda história se passa num bar, onde três bêbados e seu fiel garçom conversam sobre a morte, sobre aproveitar cada dia como se fosse o último e até sobre o suicídio. Às vezes com argumentos profundos, às vezes com a mais vã filosofia de boteco, os quatro personagens estão mais embriagados a cada nova aparição. No entanto suas falas são cada vez mais lúcidas e sensíveis.