Foi para o Cine Brasília lotado que o ator Murilo Grossi e a atriz Maeve Jinkings deram as boas-vindas aos que foram prestigiar o evento de abertura de mais uma edição do notável Festival Internacional de Curta-Metragem – Curta Brasília, na noite desta quinta (15 de dezembro). Jovem Festival que a cada realização, celebrando sua 5ª edição consecutiva neste ano de 2016, ganha mais fôlego, abrange seu escopo, inclui novas mostras à sua programação e se torna mais competitivo, em razão do número filmes inscritos que cresce a cada ano.
Murilo e Maeve, numa sinergia perfeita que só é possível no encontro entre grandes artistas e que dominam qualquer palco e cena com maestria, se revezaram num discurso afinado e descontraído. Ao longo de pouco mais de 20 minutos, revelaram os pontos que fazem do Curta Brasília um projeto de sucesso.
“Não se trata apenas de um evento de formação de plateia, mas de um projeto continuado, pensado para dar visibilidade e para inspirar novas produções de um formato cinematográfico de características próprias”, comentou Grossi, que seguiu com os números das seis mostras competitivas desta 5ª Edição, “serão mais de 130 filmes, selecionados dentre os mais de 850 inscritos de todo o país”.
As razões do Festival já fazer parte do calendário cultural da cidade e ser aguardado pelos amantes e realizadores da sétima arte, pelos quatro cantos do Brasil, foram trazidos por Maeve, “O Curta Brasília é mais do que estamos vendo aqui, é uma empreitada que roda Praças, Embaixada, Cine Clubes e Espaços Culturais de todo o DF, levando as mais variadas vertentes e gêneros, dentro dos mais diferentes formatos, da produção atual brasileira, assim como mundial de curta-metragem”. Nas praças, os curtas são exibidos por projetos parceiros do Festival como o Cine Solar, Cinema na Bicicleta e o Cine Fusca.
A revelação, pelos apresentadores, da presença exclusivamente feminina na mesa curatorial desta 5ª Edição, arrancou aplausos longos e fortes da plateia. O desafio de escolher os curtas que compõem as mostras competitivas desta edição foi dado a Tetê Mattos, mestre em Ciência da Arte pela Universidade Federal Fluminense, Kátia Coelho, a primeira mulher no Brasil a fazer a direção de fotografia de um longa-metragem, e Sabrina Tenório, doutora em Comunicação e Estética pela Universidade Federal de Pernambuco.
Ana Arruda, idealizadora do Festival, que, ao lado de Alexandre Costa, assina a coordenação geral do Festival e juntos acompanharam de perto o processo de curadoria do Festival, revelou em sua rede social, ainda durante o processo de escolha dos filmes: “nos curtas que estou vendo nessas últimas semanas, algumas constatações: as mulheres estão retratadas de outra forma no cinema – com seu poder, força e diversidade. São personagens com a sexualidade mais híbrida, livre, escancarada e muito além dos rótulos.
Não pouparam elogios à realização e produção do Festival, Sergio Fidalgo, Coordenador de Audiovisual da Secretaria de Cultural do Governo de Brasília, e Emerson Rodrigues Martins, Diretor Regional da VIVO, patrocinadora master do Curta Brasília. Para Fidalgo, “receber aqui, neste cinema, um trabalho de competência, que cresce a cada edição, é uma grande satisfação e alegria”, e concluiu com o convite “prestigiem o 5º Curta Brasília”. Emerson Martins felicitou Ana Arruda por mais esta realização e disse: “é um prazer estar aqui. E não somente como patrocinador, mas como parceiro”, e comentou ainda que o Festival “supera as expectativas, ao trazer para um espaço como esse, ao longo de quatro dias, cineastas para a presentarem seus curtas dentro de um projeto dessa magnitude”.
A estrutura montada no Cine Brasília, para receber os quatro dias de mostras competitivas e de mostras especiais, foi pensada para receber o público com conforto e para que seja um ponto de encontro e de interação entre fãs de cinema, atores, realizadores e produtores. Para tanto, a produção convidou os artistas plásticos e designers Nina Coimbra e Thiago Lucas, que montaram uma cenografia exclusiva, com mobiliário e iluminação modernos, arrojados e futuristas.
Além da cenografia instala do foyer do Cine Brasília, que envolve o espectador como uma obra de arte contemporânea, na área externa foi montada uma Praça Cultural, com a exposição e venda de trabalhos de artistas da cidade, food trucks e bar com drinks especiais. E mais, dois espaços para exibição de filmes, o Menor Cinema do Mundo, que recebe apenas dois expectadores por sessão, e o Espaço de Exibição de Filmes em Realidade Virtual ou Filmes em 360º, ação que coloca o Curta Brasília em destaque nacional por ser o primeiro no país a trazer uma mostra exclusiva, e gratuita, de filmes em Realidade Virtual.