Festival Dança França Brasil.

Vinil de Asfalto. Foto: Renato Mangolin. Divulgação.
Vinil de Asfalto. Foto: Renato Mangolin. Divulgação.

O festival Dança França Brasil está em cartaz no CCBB de 20 a 29 de setembro. A programação apresenta cinco coreografias de renomadas companhias francesas e duas brasilienses. A ideia é traçar um panorama da história da dança na França nas décadas de 80 e 90, dança experimental e hip hop.

A coreografia ”Cribles” abre a programação e é um resultado da residência artística da coreógrafa francesa Emmanuelle Huynh e sua equipe em Brasília. Serão 48 horas de trabalho com a participação de dez dançarinos profissionais do DF. Segundo a gerente geral do CCBB Brasília, Paula Sayão, “essa ação de intercâmbio e qualificação profissional é valiosa para a produção da Dança do Distrito Federal”. A coreógrafa ainda apresenta coreografias “Le Faune” e “La Grande Nymphe”, representantes da dança dos anos 90 e que têm como trilha o preludio “Tarde de Um Fauno”, de Nijinsky.

A companhia Ballet de Lorraine traz a Brasília os espetáculos “Extasis” – que representa um extrato da produção dos anos 80 -, e “Giszelle”, um trabalho de dança experimental . Complementa as atrações de dança francesa, “YonderWoman”, da Companhia par Terre, que apresenta uma mescla de dança urbana com dança contemporânea.

Brasília integra o festival com a companhia “In Steps”, que apresenta a coreografia “Heranças Urbanas” para dialogar com o trabalho da Companhia par Terre, e o coreógrafo e diretor Edson Beserra e seu Composto de Ideias que exibe a coreografia inédita “Vinil de Asfalto”, estabelecendo uma ponte com a dança conceitual francesa.

Para encerrar as atividades, haverá também um workshop com a Companhia par Terre.

Giszelle.
Giszelle.

Sobre as coreografias

“Cribles“ – coreografia resultado da residência artística de Emmanuelle Huynh.
Dias: 20 e 21 de setembro
Horário: 21h
Local: Área externa do CCBB
Duração – 50 minutos
Classificação indicativa – Livre
Gratuito

Sinopse: Sob nossos pés e entre nossos braços, a história é escrita no presente, oscilandoentre júbilo e medo.Cribles Live pergunta sobre o sentido de comunidade hoje e para isso utiliza a figura da roda, forma ritual e também milenar. Nela aparecem as singularidades de seus indivíduos e da relação de uns com os outros da qual emerge algo maior que a soma de suas partes: a comunidade. Persephassa, de IannisXenakis, peça musical para seis percussionistas, destaca-se no repertório do século XX pelo entendimento de que o som constrói espaço (que nunca está pronto) e que também é corpo. A figura da roda em Cribles é dinâmica, atualizando-se incessantemente. Nós é que produzimos os nossos ritos do hoje..Cribles embaralha, ampliando nossos sentidos quando a dança passa a ser escutada e a música passa a ser vista.

“Grande Nymphe” e “Le Faune”-Trechos de «L’Après-midi d’unfaune»
Coreografia: VaslavNijinski (1889-1950)
Emmanuelle Huynh.
Dias: 20 e 21 de setembro
Horário: 22h
Local: Teatro 1 do CCBB
Duração – 13 minutos
Classificação indicativa – Livre
Gratuito mediante retirada de senha

L’Après-midi d’unfaune, de VaslavNijinski, estreou no dia 29 de maio de 1912 no ThéâtreduChâtelet, em Paris, e transmitido para Emmanuelle Huynh por membros do Quatuor Albrecht Knust. É considerada uma das obras mais importante na história da dança. Embora ela tenha vindo de uma referência da dança clássica – os Ballets Russes – esta peça inaugura a dança moderna. A obra de Nijinsky também permite uma abordagem transversal de um contexto artístico emergente: o poema homônimo de Stéphane Mallarmé, a música de Claude Debussy, os cenários e figurinos de Léon Bakst, os collotypes Adolf Meyer. L’Après-midi d’unfaune, inaugura um novo capítulo na história da arte. Emmanuelle Huynh vem apresentando continuamente La Grande nymphe, em silêncio, em seguida, Le Faune, com música, situando o trabalho entre a espera e a lembrança que o público tem em frente a uma obra que pertence a história da Dança.

“Extasis” e “Giszelle” – Ballet de Lorraine
Dias: 25 e 26 de setembro
Horário: 21h
Local: Teatro 1 do CCBB
Duração – 51 minutos
Classificação indicativa – Livre
R$ 10,00 e R$ 5,00

Sinopses:
Gizselle é criado porEzsterSalamon , a convite do Festival de Avignon 2001. Este espetáculo se propõe a criar movimentos a partir do princípio de que eles surgem de elementos de nosso cotidiano e que nós os associamos com várias representações: uma bailarina dançando uma versão de Gisele, um macaco, Michael Jackson, O Pensador de Rodin, Brigitte Bardot em “O Desprezo de Godard … Cada novo movimento é um momento ainda não identificado e aparece entre duas representações que reconhecemos.
Extasis é concebido em um período de abstração americano – inegável influência de MerceCunninghan para os bailarinos europeus –e afirma a primazia de um corpo a corpo como um ato teatral não formal. É claro, a dança é realizada sem palavras, mas seu caráter fundamentalmente expressionista combativo e humorístico, permite que a dança “fale” de uma forma diferente. A peça foi criada em Lyon em 1986 por MathildeMonnier e Jean-François Duroure.

“YonderWoman” – Companhia par Terre
“Heranças Urbanas” – In Steps
Dias: 27 e 28 de setembro
Horário: 21h
Local: Teatro 1 do CCBB
Duração – 40 minutos
Classificação indicativa – Livre
R$ 10,00 e R$ 5,00

Sinopses:
YonderWoman – Duo Experimental para duas Super-Heroínas
Expondo-se propositalmente ao olhar e julgamento do público, duas B-girls entram num espaço experimental delimitado. Decididas a se apropriar do arquétipo de super-heroínas e vestidas com casacos e gorros adaptados, as intérpretes criam um labirinto desenhado virtualmente com metas e obstáculos, em meio a uma interação entre contato, tensão e ultrapassagens. Mergulhadas em uma atmosfera de suspense, os corpos das bailarinas revelam e modificam suas tensões internas como numa metáfora sobrenossa vida nos dias de hoje. Yonder: a uma distância estabelecida.
* B-Girling ou B-boying (= breakdancing): hip-hop chão acrobática dança.

Heranças Urbanas
Heranças Urbanas vem mostrar que a rua é o maior laboratório da expressão do Breaking onde se criam os movimentos, gestos, teatralidade e os ritmos. E são esses meios que foram utilizados para criar o repertório desta apresentação e incentivou pessoas que se identificam com a dança urbana, e assim foi montado uma performance valorizando a expressão, vivência e identidade de cada individuo, onde os inseridos nesse show foram orquestrados individualmente através dos ensaios com o B.Boy Papel e ao final deste processo foi montado uma única peça com todos os envolvidos, para essa apresentação. Explora o exercício da linguagem corporal de jovens da cidade de Ceilândia que é o grande berço da cultura hip hop do Distrito Federal, contribuindo no processo de consciência exigindo criatividade e sensibilidade para que as pessoas envolvidas possam externar sua visão de mundo, evidenciando a situação da cultura a qual pertence mostrando que é possível construir uma estrutura urbana melhor através da arte mostrando que as ruas podem proporcionar vivências culturais de alta qualidade, entretenimento e informação.

“Vinil de Asfalto” – Edson Beserra e seu Composto de Ideias
Dia: 29 de setembro
Horário: 21h
Local: Teatro 1 do CCBB
Duração – 40 minutos
Classificação indicativa – Livre
R$ 10,00 e R$ 5,00

Sinopse –
Tendo como referência a arquitetura e o plano urbanístico da cidade de Brasília, Vinil de Asfalto é o resultado de uma pesquisa que se debruçou sobre a dança que o morador da cidade executa diariamente. Sobre uma espacialidade única cheia de curvas e linhas retas focando nos rastros que são deixados ao som do vento e do silêncio. Em cena, três bailarinos se revezam nunca orquestração regida pela escuta, pela memória e pela sutileza do encontro. Este projeto foi contemplado com o Prêmio Funarte Klauss Vianna 2013.

Emmanuelle Huyn. Foto: Juliette Bluter.
Emmanuelle Huyn. Foto: Juliette Bluter.

Serviço: Festival Dança França Brasil
Data: De 20 a 29 de setembro
Local: CCBB (Setor de Clubes Sul, Trecho 2, Lote 22)
Classificação indicativa: Ver espetáculo

Ações de qualificação profissional

Residência Artística
Residência de Emmanuelle Huynh
De 06 a 19 de setembro
Local: Complexo Funarte – Sala Klauss Vianna
Horário: 14h às 19h

Workshop de Hip hop com a Companhia par Terre
Dia 27 de setembro
CCBB – Teatro I
Das 10h às 13h
15 vagas
Inscrições: Enviar currículo para audicao.dfb@gmail.com com o assunto “Oficina e danças urbanas”