Design de Brasília ganha novo espaço no CCBB.

Livraria Dom Quixote.

Pulseira SQS em prata e couro, de Ligia de Medeiros.
Pulseira SQS em prata e couro, de Ligia de Medeiros.

Ficou mais fácil comprar peças de design em Brasília. Nada de shoppings imensos e fora de mão, o garimpo agora pode ser feito logo ali, no CCBB. A partir do dia 20 de abril, O Brasília Faz Design une os trabalhos de Carla de Assis, Cláudia Salles, Cristiane Dias, Flávia Amadeu, Ligia de Medeiros e Joana Prudente na Livraria Dom Quixote do CCBB.

A parceria entre as profissionais e a Dom Quixote, além de abrir um novo espaço para difusão e comercialização do design produzido na capital, segue a tendência de aproximação entre as artes. Os museus mais importantes do Brasil e do mundo dispõem de uma loja com objetos diferenciados, exceto Brasília. Com a iniciativa, essa realidade começa a mudar.

Colar de Látex da Amazônia, de Flávia Amadeu.
Colar de Látex da Amazônia, de Flávia Amadeu.

Cerâmica, gravura, azulejos e acessórios são alguns dos itens que poderão ser encontrados no local. Não há como negar a predominância dos acessórios, já que quatro das designers produzem joias. Mas basta uma rápida olhada nos trabalhos, que tiram proveito de técnicas e materiais extremamente diferentes – e muitas vezes inusitados, como a borracha amazônica, o cimento, paetês – para a impressão de hegemonia se desfazer.

O painel apresentado é tão diverso quanto a trajetória das artistas. Atuando já há certo tempo no mercado, acumulam em seus currículos várias exposições, tanto no Brasil, como fora. Além de Brasília, suas criações já estiveram expostas em São Paulo, em países como Espanha, Dinamarca, Inglaterra e EUA.
Na produção de todas, no entanto, fica patente a ligação, voluntária ou não, com Brasília e com o moderno brasileiro, do qual o projeto da cidade é fruto. Ligação esta que não se esgota na autorreferência fácil e imediata, nem abre mão do refinamento da forma.

Colar de Cláudia Salles.
Colar de Cláudia Salles.

Ligia de Medeiros e Carla Assis, cofundadoras do coletivo BrasiliaFazBem, pioneiro na (re) valorização da identidade brasiliense, trazem para seus trabalhos a marca da pesquisa iconográfica que empreenderam na época em que faziam parte do grupo. Seu espaço é a cidade, seja como referência, seja como espaço de circulação de suas obras.

Bracelete Retenso em prata, de Joana Prudente.
Bracelete Retenso em prata, de Joana Prudente.

Joana Prudente, além de adotar um desenho de linhas simples, lança mão do cimento, material icônico da arquitetura candanga. Claudia Salles desenvolve jóias conceituais, em que, na riqueza de cores, movimento e texturas próprias, explora o lúdico e as várias possibilidades de uso de uma mesma peça.
Já Cristiane Dias e Flávia Amadeu vão buscar este moderno na origem. A linha de cerâmicas Rupestra, de Cristiane, baseada nas pinturas pré-históricas da Serra da Capivara, nasceu de sua preocupação com a preservação do patrimônio cultural brasileiro. Flávia, por sua vez, como pesquisadora e consultora em design para inovação social e sustentabilidade, tem desenvolvido diversos projetos em conjunto com comunidades seringueiras do norte do país. Suas joias em borracha são exemplo do que a aliança entre contemporaneidade e saber tradicional pode render.

Linha Rupestra em cerâmica, de Cristiane Dias.
Linha Rupestra em cerâmica, de Cristiane Dias.

Serviço: Inauguração da vitrine na Livraria Dom Quixote
Data: 20 de abril (quarta) de 18 às 21 horas
Endereço: CCBB (SCES, Trecho 02, lote 22)
Informações: (61) 3108-7600.