O Pará traz a diva Dona Onete para a Caixa Cultural nos dias 25 e 26 de abril (sábado e domingo). O público vai entrar na roda com o show “Boleros e Banguês”. As canções partem de influências cultivadas nas festas ancestrais de seu Estado natal, os Banguês. São mensagens inéditas repletas de memórias culturais, contadas em histórias sobre o encontro dos negros escravos com os caboclos.Dona Onete e banda estão capitaneados pelo músico e pesquisador Pio Lobato. O Teatro da Caixa se torna um Banguê para receber rodas e festas advindas da reunião entre os ritmos de tradição negra. São cantos de pessoas que foram forçadas a trabalhar nas lavouras de cana do Pará, repletas de cores e sons da cultura cabocla, na música tocada a pau e corda, com violas e percussões artesanais.
Artista comercialmente tardia, ao lançar seu primeiro disco aos 73 anos, Dona Onete estreia um repertório de inéditas ao lado de seu público, em apresentações para experimentar canções, bem como um novo formato de espetáculo. Boleros e Banguês, CD homônimo a ser lançado no segundo semestre deste ano, nasce como renovação e tradição ao mesmo tempo. Sua história de vida somada à grande qualidade artística de seus poemas, suas composições, mais de 300, e seu imaginário artístico estarão nos shows a serem apresentados.
Reconhecida como mestre de cultura popular, Dona Onete nasceu em Cachoeira do Arari, passou a infância em Belém e mudou-se para Igarapé-Miri, onde teve contato com ritmos como o carimbó e o banguê, típicos da região. Foi professora de História e Estudos Paraenses, organizou grupos folclóricos, cordões de pássaros – manifestação da cultura popular que só existe no Pará, além de agremiações carnavalescas.
Há dez anos, em Belém, foi descoberta pelo Coletivo Rádio Cipó e passou a se apresentar com o grupo e viajar pelo Brasil. Na capital paraense, abriu shows de artistas como Otto, Vanessa da Mata e Naná Vasconcelos. Além de cantora, a diva também é autora de inúmeras composições. “Amor Brejeiro”, música que não pode faltar em seus shows, estará na trilha sonora do filme “Eu Receberia as Piores Notícias dos Seus Lindos Lábios”, de Beto Brant, rodado recentemente em Santarém.
Boa parte de suas composições estarão no primeiro disco da carreira desta diva, o “Feitiço Caboclo”, gravado por Adelbert Carneiro e pelo Trio Manari. A produção está a cargo do músico paraense Marco André e promete mostrar uma Dona Onete ainda mais brejeira e além do carimbó chamegado. O trabalho apresentará uma sonoridade que mistura bolero, samba, guitarrada e tecnobrega.
Serviço: Boleros e Banguês, com Dona Onete e Banda
Data: 25 e 26 de abril. Sábado, às 20 horas e domingo, às 19 horas
Local: Teatro da Caixa Cultural (SBS – Quadra 4 – Edifício anexo à Matriz da Caixa)
Ingressos: R$ 20,00 e 10,00 (meia).
Informações: 3206-9448
Classificação indicativa: 12 anos
Lotação: 406 lugares
Produção: www.diversaoearte.com
Foto: Júlia Rodrigues.
