Dores da Colômbia – Fernando Botero.

Divulgação.
A história da Colômbia tem uma faceta violenta que foi retratada por um de seus maiores representantes nas artes visuais, Fernando Botero, mais conhecido por ironizar as curvas de pessoas gordas, que tiveram sua sensualidade exacerbada em desenhos erotizados e extremamente valorizados no mercado da arte.

A sátira com políticos, militares, religiosos, músicos e membros da realeza se deu por suas mãos que retrataram figuras roliças, corpulentas e estáticas que o tornaram conhecido mundialmente.

Brasília recebe a mostra Dores da Colômbia na Galeria Principal da Caixa Cultural, de 16 de março a 1º de maio, onde uma nova faceta de Botero se desvela sem perder seu forte traço identitário, elemento que utiliza para chamar a atenção para episódios como os atentados que afligiram a Colômbia nos anos 1980 e 1990.

Seu humor se torna “um testemunho da irracional história colombiana”, como ele mesmo define no papel de comentarista social e político de seu tempo, ao apresentar sua verve dramática e visceral em denúncias de assassinatos, perseguições e torturas.

“Devo dizer que a sensação que experimentei, ao pintar esses quadros, não é o mesmo prazer que sinto pintando normalmente o mundo que eu pinto. É outro sentimento. O simples fato de propor, como um artista, encontrar uma imagem simbólica que reflete o grande drama da Colômbia, significa um estado mental que não é agradável, mas sim doloroso”, desabafou.

“Meu país tem duas faces. Colômbia é esse mundo amável que eu pinto sempre, mas também tem o rosto terrível da violência. Então, em algum momento, tenho que mostrar a outra face da Colômbia”, revelou ao ilustrar de maneira única os atentados à bomba e a transformação das casas, da população, das paisagens e costumes de seu país natal.

Natália Bonilla, representante do Museu Nacional da Colômbia revelou mais detalhes sobre a exposição para o Acha Brasília:

“Esta mostra foi criada inicialmente para integrar o acervo do Museu, mas por sua força já viajou por diversos países e queríamos muito trazê-la para o Brasil novamente. Ela já esteve no Memorial da América Latina em 2007 com um grande número de visitantes, mas a idéia sempre foi de expandir mais”.

Isto realmente deve acontecer, pois sua passagem pelo Brasil se inicia pela capital e segue para Curitiba, Rio de Janeiro e Salvador, em uma excelente oportunidade tanto de tornar o trabalho de Fernando Botero ainda mais conhecido, quanto de ampliar a conscientização sobre a violência no mundo contemporâneo, por meio da linguagem visual, com o auxílio do programa educativo, que prevê agendamento de visitas orientadas para escolas públicas e particulares.

Sobre a série Dores da Colômbia, Natália destaca:

“As obras de Botero presentes nesta mostra trazem acontecimentos bem reais. Quando você vê os desenhos e pinturas, você pára para pensar: Ó meu Deus, estes são fatos que realmente aconteceram e ninguém faz nada!

Infelizmente não podemos esquecer o que ocorreu e continua a se repetir. No anos 90, a violência se manifestou enormemente na Colômbia, mas isto não significa que ela não acontece até os dias de hoje, do nosso lado. São tempos difíceis e as pessoas se acostumam com isto, pois assistem na TV o tempo todo e mesmo assim não fazem nada para mudar. Botero atenta para esta a realidade por meio de sua arte e vai surpreender o público, que não deve esperar somente por suas tradicionais figuras gordas”.

Serviço: Exposição “Dores da Colômbia”

Curadoria: Museu Nacional da Colômbia

Local: CAIXA Cultural Brasília – Galeria Principal (SBS, Quadra 4, lote ¾)

Abertura para convidados e imprensa: 15 de março de 2011, das 19h às 22h

Visitação: 16 de março a 1º de maio de 2011

Horário: de terça-feira a domingo, das 9h às 21h

Telefones: (61) 3206-9448 / 3206-9450

Agendamento de visitas monitoradas: (61) 3206-9892 (de terça-feira a sexta-feira, das 9h às 12h e das 14h às 21h)

Classificação etária: livre

Patrocínio: Caixa Econômica Federal e Governo Federal

Entrada franca

Acesso para portadores de necessidades especiais.