A exposição Paixões de Pina, de Dulce Schunck, traz mais de 20 pinturas de vários formatos, apresentadas pela primeira vez ao público e inspiradas no trabalho de Pina Bausch (1940-2006), coreógrafa, dançarina e professora de dança alemã.
“Venho investigando o trabalho dessa extraordinária mulher e artista nos últimos 10 anos por meio de livros, filmes, catálogos e jornais que registraram sua trajetória. Sempre tive fascínio pela dança, mas o trabalho revolucionário de Pina foi o que mais me encantou”, revela Schunck.
Dulce é uma artista conhecida por utilizar nos últimos anos, em suas obras, uma paleta luminosa e pigmentos terrosos mesclados com pó de mármore. O resultado são obras de uma sofisticação e refinamento inigualáveis. “O resultado dessa técnica vem de experiências feitas pela artista durante toda a sua trajetória artística.
A estética criada por Schunck é única, instigante e muito contemporânea”, acrescenta o curador Clay D ́Paula, e que trabalha com Schunck há mais de 6 anos. Juntos já realizaram exposições em Nova Iorque e Sidney, e planejam para 2017 uma mostra da artista em George Town, capital das Ilhas Cayman.
“O trabalho de Pina era baseado em narrar histórias enquanto dançava, as suas coreografias eram inspiradas nas experiências de vida dos bailarinos, nas interações entre masculino e feminino, na forte gestualidade expressiva das emoções humanas mais extremas – drama, paixão, alegria, morte, êxtase – deixando-nos um imenso legado de beleza e criação”, conta Dulce Schunck.
“Responder ao trabalho de Pina por meio da pintura é mesmo um desafio, uma proeza. Isso porque o trabalho da coreógrafa era mais que movimento e dança era um veículo transmissor de estados de alma. No entanto, com muita sensibilidade e maestria, Schunck conseguiu captar e transpôr essas reações humanas em sua arte. O resultado disso é uma estética exuberante, com pura delicadeza e beleza… só nos resta apreciar”, complementa o curador.
“Ao homenagear Pina nos meus 25 anos de pintura, estou prestigiando a memória dos meus ancestrais, que vieram da Alemanha nos meados do século XIX, e me deixaram como herança a intensidade, a emoção e a verdade que experimento em Pina. Para mim, esta mostra é um resgate histórico, genético, sentimental, de família, de alma e de espírito. É também uma homenagem aos imigrantes alemães que aqui chegaram e construíram a sua história. Esta exposição é um canto de amor à minha terra ancestral e às minhas origens. Li, certa vez, em um busto de bronze no Parcão, em Porto Alegre: “O que herdares dos teus ancestrais, só o merecerás pelos teus próprios méritos”. Esta frase de Goethe (1832) nunca mais saiu da minha cabeça”, finaliza Schunck.
Serviço: Exposição “Paixões de Pina”, de Dulce Schunck
Abertura: 4 de novembro (sexta), das 18:00 às 21:00
Visitação: Até 9 de dezembro, segunda a sexta, das 9h às 21h sábados, das 9h às 12h, domingo e feriados, fechada Local: Casa Thomas Jefferson (SEP-SUL 706/907 – Conjunto B)
Entrada franca
Classificação indicativa: Livre.
