Lambes colados no SCS debatem excesso de agrotóxicos e alimentação saudável.

Na Quadra 4 do Setor do Comercial Sul.

Divulgação.

Quem circula pelo Setor Comercial Sul possivelmente já se perguntou sobre as fotos que ganharam as paredes do corredor central da Quadra 4. As imagens que invadiram o espaço abordam a questão da alimentação saudável.

Trata-se do projeto Ecoar – Vozes da Terra com dez lambes enormes clicados por Lucas Orsini, egresso do curso de Fotografia do IESB, em parceria com a ex-aluna de Gastronomia da mesma instituição, a Chef Isabela Marconi. “Sentimos a necessidade de informar as pessoas para que elas repensem a educação e de despertar um cuidado maior das pessoas com o que elas comem”, explica o fotógrafo.

A parceria surgiu quando ambos eram estudantes há anos e se tornaram amigos. Porém, a atuação em prol da alimentação saudável ganhou forma quando Isabela iniciou o projeto O Alimento Une, que consistia em pequenas oficinas de cozinha com alimentos orgânicos. Em parceria com agricultores familiares, Isabela começou a divulgar o trabalho que tomou uma proporção maior.

Para atingir mais pessoas, os ativistas resolveram apresentar o projeto ao Humanízate – núcleo de extensão do curso de Fotografia do IESB. Como no Centro Universitário objetivo é trabalhar projetos com causas sociais, a ideia amadureceu e tomou nova forma. “Lá, nós fomos desenvolvendo o que a gente ia fazer. A ideia é levar a arte, a fotografia para dentro da cidade, de forma acessível e de fácil acesso para as pessoas”, conta Lucas. Além dos lambes, o Humanízate também propôs a criação de folders informativos sobre agricultura familiar e alimentação orgânica. O Ecoar – Vozes da Terra acabou por se tornar o Trabalho de Conclusão de curso de Lucas.

A preocupação dos responsáveis pelo projeto também gira em torno do uso de agrotóxicos na produção de alimentos. De acordo com informações do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), até o início de outubro de 2019, o número total de registros de agrotóxicos liberados era de 382, maior nível da série histórica iniciada em 2005.

“A gente consome isso. Ao realizar o projeto, encontramos dados que são realmente alarmantes. Cada brasileiro, em média, ingeri cerca de sete litros de agrotóxico por ano. Isso é muito e o impacto na nossa saúde é muito grande”, reclama. Para Lucas, é importante falar sobre o assunto e oferecer alternativas. Para ele, a comida orgânica é uma boa opção. “É um produto de maior qualidade, sem substâncias tóxicas e que, além disso tudo, prejudica menos o meio ambiente, não contamina a água, por exemplo”, recomenda.