Elisa Lucinda comoveu a plateia na abertura do Festival Mulher em Cena.


    Foto de Renato Acha.

    Festival Mulher em Cena foi aberto nesta quarta (8 de setembro) na Sala Martins Penna do Teatro Nacional com o espetáculo “Parem de Falar Mal da Rotina” de Elisa Lucinda.

    Elisa entrou cantando “Luz do Sol” de Caetano Veloso em um cenário simples onde sua presença se destaca em um texto envolvente, onde a fronteira entre ficção e realidade é tênue.

    A atriz e poetisa declarou seu amor pela cidade:

    Agora que sou cidadã candanga, tenho que me acostumar com a secura da cidade.

    Elisa brinca com as palavras, elas se tornam seres vivos, dotadas de funções inimagináveis diante de sua criatividade:

    A palavra á fazedora, película. A palavra faz ungir.

    Ela contou que o espetáculo surgiu há oito anos, quando havia chegado de Barcelona:

    Foto de Renato Acha.

    Imaginei um espetáculo de uma hora de duração. O Amir Haddad me convidou para apresentá-lo no Teatro Carlos Gomes. Ele me perguntou o que eu precisava, pedi uma banheira, nela recitava poemas e tomava banho, parecia que estava em casa.Haviam catorze pessoas na platéia, pois a bandidagem havia fechado o Rio. Eles tinham conseguido entrar e o porteiro, com medo dos bandidos, não deixava mais ninguém entrar, nem a minha empregada que havia passado o figurino.

    Uma amiga, de tanto assistir, acabou virando assistente de direção. Depois de dois anos, ela me pediu o texto. Que texto? Não havia nada escrito. Agora é que estou escrevendo.

    Talvez não seja uma tarefa realmente fácil para Elisa Lucinda. Seu texto é vivo, mutável, transita entre a poesia e a realidade, aborda questões como valores sociais, crítica ao consumismo e racismo, tratados de maneira séria em um caldeirão de emoções.

    Iacy Szjan aka Iaiá Floresta, atriz e educadora ambiental falou ao Acha Brasília após a apresentação:

    Iaci Szajn aka Iaiá Floresta. Foto de Renato Acha.

    “Ela traz a profundidade das emoções dos estados da alma com muita facilidade. Do riso ao choro a gente vai em um mergulho e em um vôo, o mergulho de dentro do coração e um vôo para a gargalhada.”

    Elisa Lucinda encerrou o espetáculo quase à meia noite, envolveu o público e agradeceu de joelhos a receptividade na Sala Martins Penna lotada.

    Foto de Renato Acha.

    O Festival Mulher em Cena continua em cartaz na Sala Martins Penna até domingo, com debates e espetáculos teatrais. No foyer há várias artesãs e brechós e lá também acontecem apresentações de DJs após os espetáculos. Na Sala Alberto Nepomuceno está em cartaz uma mostra de filmes.

    Veja a programação completa aqui.