Renato Acha
Fotos: Paula Pratini
O projeto arquitetônico de A Embaixada da Alemanha em Brasília é o único projeto de Hans Scharoun no exterior e foi inaugurado em 1971. Célebre por ter criado a Filarmônica de Berlim, Scharoun deixou sua marca caracterizada por amplos espaços que se relacionam por meio de escadas que funcionam como passagem de nível entre eles. A versatilidade propicia receber convidados em diferentes ocasiões em um prédio pensado sob a égide da funcionalidade que integra habitação e trabalho.
O ar de contemporaneidade se faz presente tambem no mobiliário, com luminárias dos anos 70, rodeadas de enormes esquadrias que dão ampla visão e se abrem para o jardim. O toque da arte fica por conta da presença de obras de artistas alemães, mas um brasileiro chama atenção, o paisagista Burle Marx, que em 1968 desenhou o jardim associado ao campus que cerca a área, no mesmo ano da construção da Embaixada em Brasília.
Os belos jardins são parte de sua vasta obra que aqui é representada em diferentes planos e canteiros de gramados ingleses, com calçadas curvas para se contemplar a diversidade da vegetação colorida do cerrado que conduz para a contemplação de alvoradas e crepúsculos diante do Lago Paranoá.
Na noite de segunda (4 de abril), o Embaixador Wilfried Grolic recebeu vários convidados com um corcerto de jazz e música brasileira com o baterista alemão Felix Astor em parceria com os músicos brasileiros Gabriel Improta (violão), Antônio Barker (piano) e Zéli Silva (baixo). Os músicos falaram a mesma língua em composições onde as improvisações predominaram.
Após o concerto, o Adido de Imprensa e Cultura, Holger Klitzing, revelou detalhes sobre a vinda da exposição de Gerhard Richter para Brasília em cartaz na Caixa Cultural, de 3 de maio a 12 de junho de 2011:
“Gerhard Richter é um dos maiores artistas da Alemanha do pós guerra e vai ser a sua maior exposição no Brasil, que passará por quatro cidades: Salvador, Brasília, Curitiba e São Paulo. A retropectiva tem 27 obras e será uma excelente oportunidade de intercâmbio entre os dois países.”
Brasil e Alemanha são irmãos e tem a arte como elemento que os une há várias décadas. Brasília agradece por sediar tão bela embaixada, assim como eventos relevantes para a cena cultural. A amizade entre ambos se firma em grande parte pela cultura, responsável pela riqueza identitária de ricas nações que nitidamente se sobressaem em seus respectivos continentes.