O renomado Grupo EmpreZa faz Serão Performático na véspera do feriado.

1º de novembro.

Nomoto. Divulgação.

O Grupo EmpreZa, que tem 16 anos de formação, se apresenta na CAL dia 1º de novembro em um Serão Performático – a ação artística tem um conceito caro para o coletivo, e pode ser explicado como uma série de ações que reúne novas e antigas performances, sempre relacionadas com o espaço e a poética desenvolvida a partir das imersões do grupo. Segundo João Angelini, um dos integrantes do EmpreZa, “cada trabalho gera uma pequena biografia, porque surge dos encontros imersivos entre eles, do processo coletivo de criação, horizontal e anárquico”. Esta é a primeira vez em que o coletivo se apresenta na Casa da Cultura da América Latina e uma ocasião especial porque no público estarão os artistas selecionados para a residência internacional da CAL, que vão trocar experiências com o EmpreZa.

O coletivo nasceu em 2001 em Goiânia, mas atualmente seus nove integrantes vivem em diferentes cidades. A distância não atrapalha, segundo João Angelini, porque sempre se encontram, em momentos de isolamento e concentração, para promover novas discussões e ações, sem um protocolo definido, mas sempre pensadas em comum acordo. Os integrantes são chamados de corpos. Eles entram, contribuem em determinado tempo e saem, mas deixam ali suas marcas. O grupo não tem uma liderança, “damos continuidade, com muito carinho, ao trabalho feito anteriormente por outros corpos”, salienta outro integrante do coletivo, o artista Paul Setúbal.

Bodystorm.

As propostas do grupo envolvem as movimentações de espírito e corpo. Neste sentido, ainda segundo Setúbal, a pesquisa poética do Grupo Empreza interessa-se pelo uso do corpo do performer, “que se exterioriza em cada movimento enquanto signo político, em suas relações com a interioridade e a exterioridade, as relações de um corpo com outros corpos, de uma carne com outras carnes (de pessoas e coisas). Lidamos com o imaginário artístico coletivo, com o corpo e com as diversas vozes”.

A residência artística internacional é pioneira em Brasília por trazer para a capital federal seis artistas de países latino-americanos, selecionados entre mais de 120 inscritos de toda a América Latina – os selecionados são da Colômbia, Guatemala, México e Peru, além do Brasil. Os artistas vão passar um mês investigando os aspectos sociais e culturais de Brasília, símbolo do modernismo brasileiro. O objetivo é aproximar as artes e os artistas desse espaço diverso, e que os artistas apresentem, ao final de um mês, suas vivências nessa residência.

Segundo o diretor da Casa da Cultura da América Latina, ligada ao Decanato de Extensão da Universidade de Brasília, Alex Calheiros, esse programa foi pensado para que os artistas possam ter contato com o cenário artístico e cultural da cidade, incentivando a troca de visões e experiências, mas, sobretudo, como proposta de “revitalização do Setor Comercial Sul, uma região onde prevalece prédios comerciais e órgãos públicos, com pouca vida noturna ou cultural”.

Victor Takayama.

Serviço: Serão Performático – Grupo EmpreZA
Data: 1º de novembro (quarta) às 23 horas
Local: Casa da Cultura da América Latina (SCS Quadra 04, Ed. Anápolis, 1º andar, sala 103)
Entrada franca.