Exposição “Entreligar-se” une artistas do DF no Centro Cultural TCU

Visitação: De quarta a sexta, das 10 às 16 horas.

“Paisagem Tombada” de César Becker. Fotos: Karina Santiago.

A exposição Entreligar-se une artistas nascidos ou residentes Distrito Federal no Centro Cultural do Tribunal de Contas da União (Setor de Clubes Sul). A curadoria de Karina Santiago reuniu obras que dialogam com questões essenciais como saúde, meio ambiente, cultura, educação, trabalho, bem-estar social, relações internacionais e segurança, entre outras. São fotografias, instalações, esculturas, pinturas, vídeo, grafite e assemblage.

A mostra perpassa temas relacionados à atuação do Tribunal de Contas da União (TCU). Por meio da arte, traz à reflexão questões direta ou indiretamente ligadas ao bem-estar do cidadão e que, em algum momento, são acompanhadas pelo TCU quando envolvem a aplicação de verbas públicas federais. 

“A exposição ‘Entreligar-se’ nasceu com um foco específico: o indivíduo. Tratando-se de arte, inicialmente esse foco nos soa natural, quase que redundante, porquanto a arte pode ser estética, questionadora, exploratória, sensibilizadora. No entanto, esta mostra aborda também um tema relevante, mas nem sempre revestido da mesma evidência: as atividades institucionais do Tribunal de Contas da União (TCU)” Reflete Karina Santiago.

Ao mesmo tempo, a exposição marca um registro da produção local ao longo de alguns anos, com a participação de Adriana Vignoli, Bárbara Mangueira, Beto Barata, Cecília Mori, César Flores Becker, Christus Nóbrega, Denise Camargo, Gu Da Cei, Joana França, João Angelini,  Johnson Barros, Kazuo Okubo, Milla Petrilo, MediaLab/UnB, Taigo Meireles, Toys e Omik, Valéria Pena-Costa e Virgílio Neto.

“Sutura na Paisagem” de Adriana Vignoli.

Três obras são inéditas, duas construídas in loco pelo escultor César Becker e os grafiteiros Daniel Toys e Mikael Omik. A exposição conta ainda com três obras de arte eletrônica, algumas delas interativas, produzidas pelo Medialab/UnB. Formado por bolsistas de iniciação científica, estagiários, professores e estudantes de graduação e pós-graduação em arte e tecnologia, o MediaLab/UnB desenvolve pesquisa em Arte Computacional desde 1986.

Dois exemplos do que a exposição traz são as obras de Valéria Pena-Costa e de Toys e Omik. Valéria traz reflexões sobre doenças físicas, mentais, emocionais e das diferentes, embora comuns, formas de enfrentamento dessas questões via consumismo ou pelo uso muitas vezes exacerbado de medicamentos. Já Toys e Omik questionam as consequências da desigualdade de acesso à educação, seja ela por questões socioeconômicas ou geográficas.

“Deleite Mínimo para Conquistas Espaciais” de Cecília Mori.

Entreligar-se, é, portanto, um convite ao público para que reflita sobre tudo o que atua intensamente sobre o indivíduo, mas que também afeta toda a sociedade.

Como parte complementar de suas exposições, o Centro Cultural TCU oferece um Programa Educativo elaborado especificamente para cada exposição.  Além de apreciarem a exposição haverá o programa educativo virtual. Os interessados poderão fazer agendamentos e conhecer também a mostra Percursos da Saúde no Brasil: a contribuição do TCU.

“A mostra tinha início programado para o mês de abril de 2020. Aproximadamente vinte dias antes, porém, entraram em vigor no país as medidas de distanciamento social para resguardar vidas, e o Centro Cultural TCU precisou pausar suas atividades presenciais. Inicialmente, esperava-se que essas atividades fossem retomadas em poucos dias, mas logo se percebeu que dias se tornariam meses”. Conta a curadora.

“Muralha” de Christus Nóbrega.

“Entre perdas, saudades e aprendizados, a vontade de nos mantermos entreligados passou a ter um significado imensamente maior, e também nos trouxe importantes reflexões: Como valorar os beijos e abraços retidos? Como enxergar e dar visibilidade às pessoas em risco? Como cuidar daqueles sem renda ou teto? Como contestar que somos um só organismo enquanto sociedade e que, portanto, quando um órgão falha afeta a todos?”. Completa Karina.

“Mesmo diante de tantos obstáculos, a arte parece oferecer um caminho. Sempre nos enlaça de braços abertos, nos tira da inércia, nos faz agir e provocar reações e como disse Louise Bourgeois: “A arte é uma garantia de sanidade”.

“Os trabalhos aqui apresentados nos falam sobre meio-ambiente, de dores e curas, de dignidade, proteção, educação, segurança e afeto. Seus artistas nos ofertam seu olhar, seus questionamentos, sua vivência e processos. A relevância incontestável da arte mais uma vez fica clara e os trabalhos  não contam uma única história, mas várias, retalhos de uma colcha que nos acalenta com texturas diversas.” Convida.

“Sem titulo” de Toys e Omik.

Exposição Entreligar-se
Centro Cultural TCU (St. de Clubes Esportivos Sul, Trecho 3)
Visitação: De quarta a sexta, das 10 às 16 horas
Classificação: Livre
Informações: 3316-5381
e-mail: centroculturaltcu@tcu.gov.br
Entrada franca.