Entrevista com Eder Santos que apresenta a vídeoinstalação “Embaixadas – Planeta Bola” no CCBB.

Eder Santos e Maria Luzineide Soares, diretora do CCBB DF. - Foto: Renato Acha.

 

Renato Acha 

O artista mineiro Eder Santos volta a apresentar um trabalho na cidade. Embaixadas – Planeta Bola é uma videoinstalação que está em cartaz no Pavilhão de Vidro do CCBB até o dia 18 de julho. 

A ideia da mostra surgiu da relação do artista com seu pai, amante de futebol. Eder já havia feito imagens das embaixadas do pai em 1990. Ao trazer as imagens para Brasília, ele relaciona o malabarismo com a bola ao fato da cidade ser sede das representações estrangeiras, isto tudo no momento em que os brasileiros voltam os seus olhos para a Copa do Mundo na África do Sul. 

O resultado visual da mostra é rico, as imagens são vistas de formas diferentes de acordo com a luminosidade diurna ou noturna. O público pode observar imagens dentro do próprio espaço onde há um grande ambiente inflável, em forma de meia esfera, como uma imensa bola de futebol. Dentro dela estruturas mecânicas combinam projetores de vídeo e arranjos de espelhos que lançam imagens, sempre estilhaçadas, em toda a superfície interior do ambiente. O visitante ainda conta com diversos pufes que promovem a convivência e contemplação da enquanto as imagens o levam a uma viagem formada por sensações e estímulos diversos. 

Do lado de fora a percepção é outra, a obra se integra à paisagem e quem passa pela Ponte JK tem ângulos e percepções diferentes da obra em relação ao espaço. Uma bela homenagem à cidade em momento de torcida pelo Brasil. 

Eder Santos conversou com o Acha Brasília na abertura da mostra: 

Acha – Qual sua relação com o futebol? 

Eder Santos – “Eu não sei chutar uma bola, sou uma negação. Meu pai é amante do futebol. Cresci com o futebol de várzea, via peladas na minha cidade. Meu pai jogou até os 72 anos.” 

Acha – Quando e como surgiu a ideia de fazer uma mostra com este tema? 

Eder Santos – “Em 1990 filmei meu pai fazendo embaixadas daí quando pensei em trazer o trabalho para Brasília quis fazer uma relação com as embaixadas presentes aqui e com o Brasil como país embaixador do futebol. Eu espero que nosso país ganhe e isso logo antes das eleições.” 

Acha – Em sua última mostra “Galeria das Almas” e “Altar das Virgens” (apresentadas no mesmo local em 2009) havia uma forte ligação do trabalho com a sua mãe. 

Eder Santos – “Realmente. Ainda não tinha pensado nisto. Estes trabalhos tem uma forte ligação com minha memória familiar.” 

Acha – Como foi a execução da videoinstalação atual? 

Ader Santos – “A montagem foi fácil. São quatro vídeoinstalações e eu já tinha este jeito de ver a bola (em semicírculo) desde o trabalho de 1990. Tive a ajuda dos videomakers André Hallak e Leandro Aragão, que são documentaristas, e na trilha sonora, Paulo Santos do grupo Uakti.” 

Acha – Qual é o próximo projeto? 

Eder Santos – “Vou filmar “O Deserto Azul”, um longa de ficção científica. Quero filmá-lo aqui neste pavilhão. A ideia é fazer uma exposição coletiva com artistas que trabalhem com a ficção científica e documentar tudo. Já tenho o apoio da Petrobrás e da CEMIG. Inclusive já participei de um Festival de Cinema em Brasíilia, em 1997, com o filme “Enredando as Pessoas”, depois ele foi para Cuba e ganhou um prêmio.” 

 
 
 
 
 
 

  

Serviço: “Embaixadas – Planeta Bola”
Site-especific (Videoinstalação) de Eder Santos
Pavilhão de vidro do Centro Cultural Banco do Brasil, SCES Trecho 2, Conj. 22, Brasília, DF.
Visitação: de 8 de junho a 18 de julho
De terça a domingo, das 9h às 21h.
Entrada franca. Classificação indicativa: livre.
Informações e visitas guiadas: tel. (61) 3310-7087 ccbbdf@bb.com.br.
Ônibus gratuito. Verifique locais e horários de saída no site: bb.com.br/cultura.