Com o slogan: “Um espetáculo de cultura e sustentabilidade”, o projeto “Eu Faço Cultura” realizou uma caravana que circulou pelo país graças ao incentivo de recursos do Imposto de Renda de Pessoa Física (IRPF).
O produtor Duda Scartezini comemorou o sucesso da jornada: “Nosso projeto tem uma característica de ser realizado em todo o Brasil, em 39 cidades, o que abrange quase todos os estados. Nós alcançamos a marca de 13.100 doadores que cederam parte do imposto de renda em prol da realização do evento, tivemos um público estimado em 120 mil pessoas e houveram mais de mil participantes nas oficinas de percussão e confecção de instrumentos com materiais recicláveis realizadas em Taguatinga e no Espaço Cultural Renato Russo e isto não é todo projeto que faz!”.
Nada mais apropriado do que comemorar as vitórias com dois ícones da música brasileira. Seu Jorge e sua excelente banda levantaram a temperatura do Ópera Hall. Logo no início do show, Seu Jorge convidou Mart´nália, que mesmo com o pé direito engessado, empolgou o público em um duo inesquecível.
Entre uma música e outra, eles emitiram opiniões informais sobre a atual situação no Rio de Janeiro:
Seu Jorge – “Você acha que o filme ‘Tropa de Elite 2‘ originou todos estes conflitos no Rio?”
Mart´nália – “O Rio está aquela confusão, como a gente já sabe, estamos tentando organizar aquela bagunça toda lá, uma confusão deles com eles mesmos. O filme com certeza tem muito a ver com isto”.
Seu Jorge – “Eu tenho o prazer de fazer cinema na minha vida, é uma parte muito importante na minha carreira, eu tive a honra de fazer dois grandes filmes, um foi ‘Cidade de Deus‘ e o outro ‘Tropa de Elite 2’, e acho que a arte pode ser ativa e pode fazer pensar.
Mart´nália – “Claro, tudo vai passando e vai acordando as pessoas, é a realidade.”
Seu Jorge – “E agora o Rio está mudando de novo!”
Mart – “É o Rio antigo de fato, onde bandido é bandido e polícia é polícia”.
Seu Jorge – “Quando não tem bandido nem polícia na comunidade não tem tiro, é área de lazer”.
Mart´nália – “Eu freqüento o morro numa boa, tenho muito amigos, em Vila Isabel, por exemplo, também jogava sinuca no Morro do Macaco, as pessoas faziam feijoada, encontravam com os amigos, é assim que tem ser e não um lugar que fica separando a gente sem dar acesso a nada”.
Depoimento sincero de cariocas que vivem e amam sua cidade e acima de tudo o Brasil, território que o projeto “Eu Faço Cultura” abrange com grande relevância.
Brasília se orgulha de fazer parte e encerrar a caravana e aguarda o que esta excelente iniciativa reserva para 2011.