Favela Sounds tem Afrofuturismo como tema em programação gratuita.

De 19 a 24 de novembro.

Hiran.

Afrofuturismo é o tema da terceira edição do Favela Sounds. O Festival Internacional de Cultura de Periferia vai de 19 a 24 de novembro com atividades em diversas Regiões Administrativas e shows no Museu Nacional da República. Tudo de graça. A curadoria de Amanda Bittar e Guilherme Tavares primou pela representatividade das periferias brasileiras e a riqueza da música negra feita por artistas de diversos gêneros em uma programação que passeia pela diversidade. A agenda traz quatro oficinas, cinco debates e duas noites de shows. Além disso, o evento realiza quatro atividades em unidades do Sistema Socioeducativo do DF, focadas na reinserção social de jovens em privação de liberdade.

Rico Dalasam.

O movimento Afrofuturista surgiu na década de 1960, como um grito da população negra quanto à sua existência, resistência e à valorização de sua cultura. Inspira a importância da identidade negra para a construção do futuro. O line up traz Rico Dalasam (SP), Keila (PA), Hiran (BA), Flora Matos (DF/SP), La Furia (BA), Don L (CE), MC Tocha (PE), Mulher Pepita (RJ), Drik Barbosa (SP), Flávio Renegado (MG), Preta Rara (SP), Deize Tigrona (RJ), Bia Ferreira (SE), Fabriccio (ES), MC Tha (SP) e Sandrinho Contexto (RJ) – DJ de Mr. Catra que vem ao festival prestar homenagem a este nome que foi importante inspiração e primeiro incentivador na criação do Favela Sounds. A presença internacional fica por conta da DJ Marfox, artista lisboeta de origem são-tomense e residente da “Noite Príncipe”, uma das principais iniciativas para a popularização do afrohouse da Europa.

DJ Marfox. Foto: Marta Pina.

Representando a riquíssima produção periférica do DF, apresentam-se Hodari, nome que tem ganhado visibilidade nacional; Donas da Rima, ícones do rap local; Yorubeat, novo projeto da DJ Donna e do DJ Jeff Bass (Curitiba) que tem como base o movimento do afrohouse; Forró Red Light, duo de DJs que aposta em uma mistura do tradicional forró aos beats da música eletrônica, sobretudo a bass music; DJ Janna, reconhecido nome do movimento Hip Hop; Na Batida do Morro, selo das pistas de Brasília com set de funk; Marmittos, novidade do cenário rap da capital e a DJ Kashuu, que também soma à festa as maiores novidades do funk carioca e paulista.

Deize Tigrona.

Com patrocínio da Oi e da Skol, por meio da Lei de Incentivo à Cultura do Distrito Federal, e realizada pela Um Nome Produção e Comunicação, a programação do Favela contempla oficinas em diferentes regiões administrativas do DF. Nomeada de “Ralação”, a etapa de oficinas do festival acontece em quatro diferentes centros culturais independentes de RAs do DF.

Hodari. Foto Raul de Lima.

Estas atividades têm seus locais no Varjão, com a oficina de Produção de faixas autorais de baixo custo, ministrada por Higo Melo (no Espaço Cultural Palco); na Ceilândia, com a oficina de Cenografia, ministrada por Diego Zabelê e Didi Colado (no Jovem de Expressão); em Samambaia, com a oficina de Empreendedorismo na Quebrada, ministrada por Wemmia Anita (no Espaço Imaginário Cultural); e em São Sebastião, com a oficina de Percussão ministrada por Macaxeira Acioli (na Casa Frida).

Preta Rara. Foto: Juh Guedes.

A etapa Papo Reto também ganha mais força, adentrando escolas da rede pública de ensino com importantes debates. A rapper Preta Rara, que faz parte da programação dos shows, é o nome da mesa “Rap é compromisso – Rima e identidade”, que será realizada nas escolas CED 3 de Sobradinho e no Centro de Ensino Fundamental Telebrasília, na Vila Telebrasília. Já Renê Silva, jovem criador do jornal comunitário “Voz das Comunidades” e atualmente um dos 100 jovens negros mais influentes do mundo segundo a organização nova-iorquina MIPAD, é o convidado da mesa “Notícias da favela para a favela – Como o jornal “Voz das Comunidades” ganhou o mundo”, realizada na escola CEM 1 do Núcleo Bandeirante.

Mc Tha.

Neste ano, o festival ganha uma boa novidade: o espaço Favela Sônica, co-criado entre o Lab Sônica, laboratório de experimentação sonora da Oi Futuro, e o Favela Sounds. Este será o espaço de convivência do festival, que servirá como área de descanso e ponto de encontro na arena do festival, além de contar com programação artística e debates específicos.

Drik Barbosa. Foto: Carol Romero.

Na sexta-feira, dia 23, o Favela Sônica abriga o debate “Toca na pista, toca na Favela – Fomento, produção musical e novas plataformas”, que tem como convidados um representante da Secretaria de Cultura do DF e um convidado do LabSônica, laboratório de experimentação artística da Oi Futuro (RJ).

Fabriccio.

Já no sábado, 24, a literatura negra e o encarceramento de massa são os temas debatidos pela escritora paulistana Juliana Borges na mesa “Literatura Negra”. Ela aproveita para lançar seu mais recente livro, “O que é Encarceramento em Massa?”, da série Feminismos Plurais, organizada por Djamila Ribeiro.

Flavio Renegado. Foto: Márcio Rodrigues.

Nas duas noites, o espaço Favela Sônica conta com microfone aberto para que o público do festival possa arriscar algumas rimas e, no dia 24, o espaço tem, ainda, o lançamento do Slam Favela Sounds, primeira edição deste encontro de jovens poetas de todo o DF, cuja pauta principal é a diversidade nas quebradas.

Mulher Pepita.

O Favela Sounds também realiza ações em unidades do Sistema Socioeducativo do Distrito Federal. Nomeada de “Tamo Junto”, a etapa acontece em formato de conversa e pocket shows, contando com os artistas Vera Verônika, Nego Dé e o DJ Chokolaty. Eles se apresentam e compartilham suas trajetórias artísticas com meninas e meninos do sistema: um papo inspirador sobre vida na periferia e os desafios das realidades dos jovens em questão e perspectivas de futuro. Alguns jovens internos das Unidades foram autorizados a participar das oficinas do festival, fato que comprova o compromisso do Favela Sounds com o futuro da juventude periférica do DF.

YuruBeat.

A curadoria musical e coordenação geral do Favela Sounds são assinadas por Guilherme Tavares e Amanda Bittar, diretores da Um Nome Produção e Comunicação. O festival conta com apoio da Oi Futuro, CMA Advogados, Ruas/Jovem de Expressão, Saulo Transportes, Restaurante Pê Efe, Panificadora Trigo de Ouro, WMed Uti Móvel, Sticker Squid e Central de Produção.

Keila.

Programação:

RALAÇÃO
(etapa de atividades formativas do festival)

OFICINA DE CENOGRAFIA
ministrada por Diego Zabelê e Didi
De 5 a 23 de novembro (encerrando na montagem do Baile – Favela Sounds 2018)
Horário: 14h às 18h
Local: Jovem de Expressão (Praça do Cidadão, Ceilândia Norte)

OFICINA DE EMPREENDEDORISMO NA QUEBRADA
ministrada por Wemmia Anita
De 19 a 23 de novembro
Horário: 19h às 23h
Local: Espaço Imaginário (Conjunto 05, Samambaia Sul)

OFICINA DE PERCUSSÃO
ministrada por Macaxeira Acioli
De 19 a 23 de novembro
Horário: 14h às 18h
Local: Casa Frida (São Sebastião)

OFICINA DE GRAVAÇÃO DE FAIXAS AUTORAIS EM BAIXO CUSTO
ministrada por Higo Melo
De 19 a 23 de novembro
Horário: 19h às 23h
Local: Espaço Cultural Palco (Varjão)

PAPO RETO
(etapa de debates do festival, programação em escolas públicas do DF)

DEBATE “RAP É COMPROMISSO – RIMA E IDENTIDADE”
CONVIDADA: PRETA RARA
Data: 23 de novembro
Horário: 10h30
Local: com os alunos do CED 3 de Sobradinho

DEBATE “RAP É COMPROMISSO – RIMA E IDENTIDADE”
CONVIDADA: PRETA RARA
Data: 23 de novembro
Horário: 14h30
Local: com os alunos do Centro de Ensino Fundamental Telebrasília (Vila Telebrasília)

DEBATE: “NOTÍCIAS DA FAVELA PARA A FAVELA – COMO O JORNAL VOZ DAS COMUNIDADES GANHOU O MUNDO”
CONVIDADO: RENÉ SILVA
Data: 23 de novembro
Horário: 11h
Local: com alunos do CEM 01 – Núcleo Bandeirante

DJ Kashuu.

TAMO JUNTO
(Etapa de vivências do festival nas Unidades do Sistema Socioeducativo do DF)

Roda de conversa, pocket show e microfone aberto com jovens em privação de liberdade, com quatro apresentações em três unidades do Sistema Socioeducativo do DF, contando com a presença dos artistas Vera Verônika, Nego Dé e DJ Chokolaty.
23 e 24 de novembro – Ud. Sistema Socioeducativo de Santa Maria – UISM
29 de novembro – Ud. Sistema Socioeducativo de Brazlândia – UIB
30 de novembro – Ud. Sistema Socioeducativo do Paranoá – UAMA
*Atividades com entrada somente mediante autorização prévia das instituições.

O BAILE
(Dois dias de shows com entrada franca no Museu Nacional Honestino Guimarães. Transporte gratuito de 10 endereços distintos do DF)

Sandrinho Contexto.

Favela Sounds – Festival Internacional de Cultura de Periferia – 3a Edição
De 19 a 24 de novembro
Praça do Museu Nacional Honestino Guimarães (Brasília/DF) e em espaços culturais independentes e instituições públicas nas RAs de Ceilândia, Samambaia, São Sebastião, Varjão, Brazlândia, Santa Maria, Paranoá, Sobradinho, Núcleo Bandeirante e Vila Telebrasília
Programação completa e classificação indicativa em www.favelasounds.com.br
Ingressos: Entrada franca com necessidade de retirada no Sympla