Festival de Brasília do Cinema Brasileiro tem memorável noite de abertura.

15 de setembro.

Por Renato Acha

Matheus Nachtergaele.

A abertura do 50º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro ocorreu nesta sexta (15 de setembro) em um Cine Brasília repleto de convidados, dentre artistas, fazedores de cinema, jornalistas e cinéfilos. No início da cerimônia eis que surgiu Matheus Nachtergaele no meio da plateia.

O ator declamou um texto em homenagem o Festival mais longevo do país, onde também citou importantes nomes que dele fizeram parte. “Na cabeça e um coração, 50 anos de cinema que explode, recria, inventa, contesta e amplia esta ilha que é Brasília. Cinema no Brasil, cinema não se conta em anos, nem em horas, nem minutos nem em segundos. O tempo do cinema não para, cantava o poeta. Cinema é agora, sempre, pra sempre, 50 homens que são sempre hoje, prazer em cada vez mais amanha, afinal 50 anos não são 50. 50 anos são outros 500 que começam aqui, agora.” Interpretou emocionado entre muitos aplausos.

Dira Paes e Juliano Cazarré.

Os mestres de cerimônia Dira Paes e Juliano Cazarré conduziram a apresentação, que foi seguida com a fala do Secretário de Cultura do DF, Guilherme Reis, que celebrou o anúncio da instituição do Parque Audiovisual de Brasília, empreitada que vai ocupar uma área nobre localizada Setor de Clubes Esportivos Sul, ao lado do CCBB. O terreno, de 147 mil metros quadrados, abrigará um equipamento cultural destinado ao fortalecimento e valorização da produção cinematográfica e das mais diversas linguagens audiovisuais.

A cerimônia seguiu com as homenagens a três diretores que faleceram recentemente: Márcio Curi, Manfredo Caldas e Geraldo Moraes. Suas trajetórias foram lembradas com a exibição dos curtas-metragens “Um cineasta no coração do Brasil”, dirigido por Bruno Torres, para seu pai Geraldo Moraes. “O Comandante” celebrou Manfredo Caldas. Já “Quando Márcio virou estrela”, de André Luís Oliveira, trouxe a figura de Márcio Curi.

O cineasta Vladimir Carvalho, o crítico Jean Claude Bernardet, a neta e o filho de Paulo Emílio Salles Gomes, Diogo e Milla Dahl.

O crítico Jean Claude Bernardet e o cineasta Vladimir Carvalho entregaram a medalha Paulo Emílio Salles Gomes para Nelson Pereira dos Santos, representado por Diogo e Milla Dahl, filho e neta do homenageado. A apresentação do curta “Nelson Filma”, de Luiz Carlos Lacerda, arrematou a importância da obra de Nelson.

O público recebeu a equipe do filme “Não devore meu coração!”, dirigido por Felipe Bragança, com Cauã Reymond, Eduardo Macedo e Adeli Benitez no elenco. “Tem tanta densidade histórica neste palco que eu me sinto mexido” desabafou o diretor antes da exibição, precedida pelo curta “Festejo muito pessoal” de Carlos Adriano.

Equipe do filme “Não devore meu coracao!”.

A abertura memorável continuou na bela Praça de Alimentação na área externa, que ganhou projeções de imagens icônicas de outras edições do Festival. Talvez uma das mais belas configurações de espaço dos últimos anos. Ponto para a produção do evento, que começou em grande estilo. Só uma recomendação: Vamos regular o volume e o baixo do som da sala de exibição. Não é Rock in Rio. É cinema de arte apresentado para uma plateia de alto nível.