Mostras paralelas do Festival de Cinema de Brasília.

Ação entre Amigos, de Beto Brant. Divulgação
Ação entre Amigos, de Beto Brant. Divulgação

A 47ª edição do Festival de Cinema de Brasília apresenta cinco mostras paralelas. Os temas abordam os 50 anos do Golpe Militar no Brasil, o crescente número de filmes realizados em coproduções latino-americanas e uma homenagem especial a Eduardo Coutinho, considerado por muitos como o maior documentarista brasileiro. As Mostras Paralelas serão exibidas no Cine Brasília, no Museu Nacional da República e em espaços de quatro diferentes regiões administrativas do DF, sempre com entrada franca.

Confira a programação:

REFLEXOS DO GOLPE

De 17 a 22 de setembro, no Cine Brasília, às 16h

A mostra apresenta longas-metragens realizados sob a ameaça, o impacto e os efeitos na sociedade brasileira do golpe militar de 1964, além de compor um panorama da progressão das produções de cinema no país – passando pelo Cinema Novo e chegando na Embrafilme. Com um conjunto de filmes emblemáticos, Reflexos do golpe pretende fomentar debates a respeito da função do cinema como instrumento de percepção, análise, projeção e produção de memória sobre a história política do Brasil.

17 de setembro (quarta-feira)

O caso dos irmãos Naves (1967), de Luiz Sérgio Person, 85min, ficção, p&b, 14 anos

18 de setembro (quinta-feira)

Macunaíma (1969), de Joaquim Pedro de Andrade, 110min, ficção, cor, 12 anos

19 de setembro (sexta-feira)

Amuleto de Ogum (1974), de Nelson Pereira dos Santos, 112 min, ficção, cor, 14 anos

20 de setembro (sábado)

Iracema – Uma transa amazônica (1974), de Jorge Bodanzky, 90min, ficção, cor, 14 anos

21 de setembro (sábado)

Bye bye Brasil (1979), de Cacá Diegues, 105min, ficção, cor, 14 anos

22 de setembro (domingo)

Eles não usam black tie (1981), de Leon Hirszman, 120min, ficção, cor, 14 anos

 O Ano em que meus pais saíram de férias, de Cao Hamburger.
O Ano em que meus pais saíram de férias, de Cao Hamburger.

LUTA NA TELADe 17 a 22 de setembro, nas Regiões Administrativas, às 16h

A sombra da ditadura militar continua a instigar realizadores brasileiros muitos anos depois da redemocratização. A mostra Luta na tela apresenta filmes – feitos entre 1998 e 2011— que atualizam o debate, através de um diálogo com o cinema de gênero, com histórias e personagens, reais ou fictícios, que de maneira direta ou sutil remontam àquele período, em especial aos anos de chumbo, de maior recrudescência aos opositores do regime.

17 de setembro (quarta-feira)

Quase dois irmãos (2004), de Lúcia Murat, 102min, ficção, cor, 16 anos

18 de setembro (quinta-feira)

Cabra cega (2005), de Toni Venturi, 107min, ficção, cor, 14 anos

19 de setembro (sexta-feira)

O ano em que meus pais saíram de férias (2006), de Cao Hamburger, 106min, ficção, cor, 10 anos

20 de setembro (sábado)

Dossiê Jango (2013), de Paulo Henrique Fontenelle, 102min, documentário, cor, 12 anos

21 de setembro (domingo)

Ação entre amigos (1998), de Beto Brant, 76min, ficção, cor, 14 anos

22 de setembro (segunda-feira)

Hoje (2011), de Tata Amaral, 90min, ficção, cor, 16 anos

Histórias que só existem quando lembradas.
Histórias que só existem quando lembradas, de Júlia Murat.

CONTINENTE COMPARTILHADO – COPRODUÇÕES LATINAS

De 17 a 22 de setembro, no Museu Nacional da República, às 20h

Desde meados da década de 1990, diferentes mecanismos de fomento, intercâmbio e tratados de coprodução internacional foram implementados para produtos audiovisuais. Desde então, coproduções são cada vez mais atrativas como forma de promover a expansão da indústria cinematográfica nacional e ampliar mercados. A mostra apresenta alguns exemplos recentes e muito bem sucedidos. Curadoria: Vania Catani.

17 de setembro (quarta-feira)

Artigas – La Redota (Uruguai, Brasil, 2011), de Cesar Charlone, 118min, ficção, cor, 14 anos

18 de setembro (quinta-feira)

Romance policial (Brasil, Chile, 2012), de Jorge Durán, 98min, ficção, cor, 14 anos

19 de setembro (sexta-feira)

Supernada (Brasil, México, 2012), de Rubens Rewald, 94min, ficção, cor, 16 anos

20 de setembro (sábado)

La playa (França, Brasil, Colômbia, 2012), de Juan Andres Arango, 90min, ficção, cor, Livre

21 de setembro (domingo)

Histórias que só existem quando lembradas (Argentina, França, Brasil, 2012), de Julia Murat, 98min, ficção, cor, 12 anos

22 de setembro (segunda-feira)

Habi, a estrangeira (Argentina, Brasil, 2013), de Maria Florencia Alvarez, 92min, ficção, cor, 10 anos

Edificio Master, de eduardo Coutinho.
Edificio Master, de Eduardo Coutinho.

MOSTRA EDUARDO COUTINHO

De 17 a 22 de setembro, no Museu Nacional da República, às 18h

Fotos em alta: https://www.flickr.com/photos/98687634@N06/sets/72157647108970222/

Com curadoria do cineasta Vladimir Carvalho, a Mostra Eduardo Coutinho presta homenagem ao grande documentarista brasileiro, morto em fevereiro, exibindo alguns de seus mais prestigiados filmes – produções que revelam o olhar sensível e humanista do diretor para os temas e personagens abordados em seus documentários. O emblemático Cabra marcado para morrer – filme iniciado por Coutinho em 1964, interrompido pela ditadura militar, e finalizado em 1984 – será exibido, com cópia restaurada, em 23 de setembro, antes da cerimônia de premiação dos vencedores do 47º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro.

17 de setembro (quarta-feira)

Santo forte (1998). Documentário, cor, 80 min, 16 anos.

18 de setembro (quinta-feira)

As canções (2011). Documentário, cor, 92 min, livre.

19 de setembro (sexta-feira)

Jogo de cena (2007). Documentário, cor, 91 min, livre.

20 de setembro (sábado)

Babilônia 2000 (2000). Documentário, cor, 80 min, 16 anos.

21 de setembro (domingo)

O fim e princípio (2005). Documentário, cor, 110 min, livre.

22 de setembro (segunda-feira)

Edifício Master (2002). Documentário, cor, 110 min, 12 anos.

Paixão e Virtude.
Paixão e Virtude.

MOSTRA HORIZONTE BRASIL

De 17 a 22 de setembro, no Museu Nacional da República, às 19h

A mostra Horizonte Brasil reúne produções de resgate de memória e filmes que homenageiam grandes figuras do universo do cinema brasileiro, como o fotógrafo Mário Carneiro, o curador Cosme Alves Netto e os diretores Ricardo Miranda e Eduardo Coutinho.

17 de setembro (quarta-feira)

Porto das caixas (1962), de Paulo Cezar Saraceni

18 de setembro (quinta-feira)

Juruna, o espírito da floresta (2009), de Armando Lacerda

19 de setembro (sexta-feira)

Misérias e grandezas de São José do Vale do Rio Preto (1948), Raul Ramos

20 de setembro (sábado)

Tudo por amor ao cinema (2014), de Aurélio Michiles

21 de setembro (domingo)

Eduardo Coutinho, 7 de outubro (2013), de Carlos Nader

22 de setembro (segunda-feira)

Paixão e virtude (2014), de Ricardo Miranda

SINOPSES

REFLEXOS DO GOLPE

Amuleto de Ogum (1974), de Nelson Pereira dos Santos. Com Anecy Rocha, Antônio Carlos de Souza Pereira, Emmanuel Cavalcanti, Francisco Santos, Ilya São Paulo, Jards Macalé, Jofre Soares, José Marinho, Maria Ribeiro, Ney Santanna. Ficção, cor, 112 min, 14 anos. Para entreter alguns ladrões, um tocador de viola cego conta a história de um homem nordestino, envolvido com uma vida de crimes no subúrbio do Rio de Janeiro, conhecido como aquele que tinha o corpo fechado por Ogum.

O caso dos irmãos Naves (1967), de Luiz Sérgio Person. Com Anselmo Duarte, John Herbert, Juca de Oliveira, Raul Cortez, Sérgio Hingst. Ficção, p&b, 85 min, 14 anos. Injustamente acusados de um crime na época do Estado Novo de Getúlio Vargas, os irmãos Joaquim e Sebastião Naves são presos e torturados. O roteiro é inspirado em uma história real, adaptado do romance escrito pelo advogado dos irmãos.

Macunaíma (1969), de Joaquim Pedro de Andrade. Com Grande Otelo, Paulo José, Dina Sfat, Milton Gonçalves, Jardel Filho, Rodolfo Arena. Ficção, cor, 110 min, 12 anos. Adaptação do romance modernista de Mário de Andrade, Macunaíma apresenta um anti-herói que sai da mata selvagem para a cidade grande, onde vive situações fantásticas. No Festival de Brasília de 1969, o filme foi premiado nas categorias de melhor ator (Grande Otelo), roteiro (Joaquim Pedro de Andrade), ator coadjuvante (Jardel Filho), cenografia e figurino.

Iracema – Uma transa amazônica (1974), de Jorge Bodanzky e Orlando Senna. Com Edna de Cássia, Paulo César Pereio, Conceição Senna, Rose Rodrigues. Ficção, cor, 90 min, 14 anos. Narrado em estilo semidocumental, o filme segue a trajetória de um caminhoneiro e uma prostituta que viajam pela Rodovia Transamazônica recém-construída, entre o otimismo e o impacto causado nas populações e no cenário da selva amazônica.

Bye bye Brasil (1979), de Cacá Diegues. Com José Wilker, Bety Faria, Fábio Júnior, Zaira Zambelli, Jofre Soares. Ficção, cor, 105 min, 14 anos. Artistas ambulantes cruzam o nordeste do país fazendo apresentações para a população pobre. Eles veem seu ganha-pão ameaçado pelo acesso cada vez maior dessas pessoas à televisão. Um retrato do Brasil da época, de um antagonismo entre progresso e pobreza.

Eles não usam black tie (1981), de Leon Hirszman. Com Gianfrancesco Guarnieri, Fernanda Montenegro, Carlos Alberto Riccelli, Bete Mendes, Lélia Abramo, Milton Gonçalves, Rafael de Carvalho. Ficção, cor, 120 min, 14 anos. Um operário preocupado com a namorada grávida fura a greve iniciada na empresa onde trabalha, entrando em conflito com o pai, chefe dos grevistas. O filme retrata o clima de transição da época da ditadura para o começo da democracia, e o abismo social entre periferia e burguesia nas grandes cidades.

LUTA NA TELA

Quase dois irmãos (2004), de Lúcia Murat. Com Caco Ciocler, Flávio Bauraqui, Werner Schünemann, Antônio Pompêo, Maria Flor. Ficção, cor, 102 min, 16 anos. Para negociar um projeto social em favelas cariocas, Miguel decide reencontrar Jorge, um amigo de infância e atualmente poderoso traficante de drogas. De origens diferentes, eles se tornaram amigos na década de 1950. Nos anos 1970, reencontraram-se na prisão de Ilha Grande, onde os presos, políticos e comuns, eram tratados da mesma forma.

Cabra cega (2005), de Toni Venturi. Com Leonardo Medeiros, Débora Duboc, Jonas Bloch, Michel Bercovitch. Ficção, cor, 107 min, 14 anos. Tiago e Rosa são dois jovens militantes da luta armada contra a ditadura militar. Ferido em uma emboscada da polícia, Tiago se esconde na casa de Pedro, arquiteto simpatizante da causa. A reclusão colocará em questão algumas visões de mundo do militante.

O ano em que meus pais saíram de férias (2006), de Cao Hamburger. Com Caio Blat, Daniela Piepszyk, Eduardo Moreira, Germano Haiut, Michel Joelsas, Paulo Autran, Rodrigo dos Santos, Simone Spoladore. Ficção, cor, 106 min, 10 anos. Em 1970, os pais do garoto Mauro fogem de casa por serem perseguidos pela ditatura. Mauro fica temporariamente com o avô e depois com seu vizinho, Shlomo, um velho judeu solitário. O menino tem de enfrentar sua nova realidade, entre a preocupação com os pais e a euforia ao acompanhar a Copa de 70.

Dossiê Jango (2013), de Paulo Henrique Fontenelle. Com Flávio Tavares, Zelito Viana, Luiz Carlos Barreto, Carlos Lyra, Ferreira Gullar, Leonel Brizola, Carlos Heitor Cony, Miguel Arraes. Documentário, cor, 102 min, 12 anos. O documentário propõe uma reflexão sobre o período da ditadura militar brasileira a partir de um dos mais controversos fatos políticos da história do país: a morte do ex-presidente João Goulart, em 6 de dezembro de 1976, na Argentina. Além de reconstruir o episódio, o filme joga luz na hipótese de Jango ter sido assassinado.

Ação entre amigos (1998), de Beto Brant. Com Leonardo Villar, Zecarlos Machado, Cacá Amaral, Carlos Meceni, Genésio de Barros. Ficção, cor, 76 min, 14 anos. Um grupo de amigos militantes que foi preso e torturado pela ditadura militar se reencontra 25 anos depois do ocorrido com o plano de sequestrar e matar seu torturador. A ação entre amigos, entretanto, revela surpreendentes reviravoltas.

Hoje (2011), de Tata Amaral. Com Denise Fraga e César Troncoso. Ficção, cor, 90 min, 16 anos. A ex-militante política Vera recebe uma indenização do governo em decorrência do desaparecimento do marido, vítima da repressão da ditadura militar. Com o dinheiro, ela compra um apartamento e então passa a relembrar as torturas sofridas por ela e pelo marido na época do regime militar.

CONTINENTE COMPARTILHADO – COPRODUÇÕES LATINAS

Artigas – La Redota (Uruguai, Brasil, 2011), de Cesar Charlone. Com Jorge Esmoris, Yamandú Cruz, Franklin Rodríguez, Gualberto Sosa e Rodolfo Sancho. Ficção, cor, 118 min, 14 anos. O filme mostra o artista Juan Manuel Blanes com a incumbência de pintar um quadro de José Artigas, caudilho morto há 34 anos. Ao contar com um desenho feito por um espião que queria matar Artigas, Blanes recupera a memória do personagem histórico, líder do movimento nacionalista que ficou conhecido como La Redota.

Supernada (Brasil, México, 2012), de Rubens Rewald. Com Marat Descartes, Renata Jesion, Cristiano Karnas, Clarissa Kiste, Jair Rodrigues, Denise Weinberg. Ficção, cor, 94 min, 16 anos. Guto vive em São Paulo e sonha em ser um grande ator. Seu ídolo e exemplo é Zeca, um velho comediante que, embora um tanto decadente, ainda mora no coração de toda uma geração. Seus caminhos se cruzam e a sorte de Guto parece mudar.

Romance policial (Brasil, Chile, 2012), de Jorge Durán. Com Daniel de Oliveira, Alvaro Rudolphy, Daniela Ramirez, Roxana Campos, Rogério Fróes. Ficção, cor, 98 min, 14 anos. O funcionário público – e escritor nas horas vagas – Antônio viaja até o deserto do Atacama, no Chile, em busca de inspiração para um conto. Lá, encontra um corpo, é impedido de voltar ao Brasil, e se envolver com Florencia, uma moradora local.

La playa (França, Brasil, Colômbia, 2012), de Juan Andres Arango. Com Luis Carlos Guevara, Jamés Solís, Andrés Murillo, Einer Cotés, Hamilton Quiñones, Teuda Bara. Ficção, cor, 90 min, livre. Tomás deixou sua aldeia no litoral do país para viver em Bogotá. Na capital colombiana ele se depara com os desafios da metrópole, como encontrar o irmão viciado em drogas, ganhar dinheiro como cabeleireiro e enfrentar o cotidiano hostil vivido por um jovem negro e pobre numa cidade de elite branca.

Histórias que só existem quando lembradas (Argentina, França, Brasil, 2012), de Julia Murat. Com Antônio dos Santos, Elias dos Santos, Evanilde Souza, Julião Rosa, Lisa E. Fávero. Ficção, 98 min, 12 anos. Vivendo na memória do marido morto, a idosa padeira Madalena é acordada pela chegada de Rita, jovem fotógrafa que chega à cidade fantasma de Jotuomba, onde o tempo parece ter parado.

Habi, a estrangeira, de Maria Florencia Alvarez (Argentina, Brasil, 2013). Com Diego Velázquez, Lucía Alfonsín, Maria Luísa Mendonça, Martín Slipak, Martina Juncadella. Ficção, 92 min, 10 anos. A jovem Analía sempre morou em uma pequena cidade do interior da Argentina. Em uma viagem a Buenos Aires, acidentalmente entra em um velório muçulmano. Intrigada com aquela cultura, ela começa a frequentar a comunidade islâmica. Mas como esquecer o passado e como adotar uma nova identidade?

MOSTRA EDUARDO COUTINHO

Santo forte (1998). Documentário, cor, 80 min, 16 anos. Entre uma missa campal celebrada pelo Papa no Aterro do Flamengo e, meses depois, a comemoração do Natal, o documentário penetra na intimidade dos católicos, umbandistas e evangélicos de uma favela carioca.

As canções (2011). Documentário, cor, 92 min, livre. Num set de filmagem, cenário inteiramente negro com uma cadeira, Eduardo Coutinho conversa com pessoas convocadas a partir de pesquisas nas ruas do Rio de Janeiro. Tendo como ponto de partida uma canção interpretada pelo próprio depoente, o filme revela comoventes histórias de vida.

Jogo de cena (2007). Com Marília Pêra, Andréa Beltrão Fernanda Torres, Aleta Gomes Vieira. Documentário, cor, 91 min, livre. Mulheres contam suas histórias de vida diante de uma câmera. Seus depoimentos, posteriormente, são interpretados por atrizes. O que está em discussão é o caráter da representação: personagens reais falando da própria vida, atrizes desafiadas a interpretá-las e, por fim, algumas atrizes jogam o jogo de falar de sua vida real.

Babilônia 2000 (2000). Documentário, cor, 80 min, 16 anos. O filme foi gravado no último dia de 1999, no morro da Babilônia, Rio de Janeiro. Além de filmar os preparativos para reveillon, a equipe gravou depoimentos dos moradores locais, que fazem um balanço de suas vidas e contam as expectativas para o ano novo.

O fim e princípio (2005). Documentário, cor, 110 min, livre. No município de São João do Rio do Peixe, está o Sítio Araçás, uma comunidade rural onde vivem 86 famílias, a maioria ligada por laços de parentesco. Graças à mediação de uma jovem de Araçás, os moradores – a maioria idosos – contam sua vida, marcada por catolicismo popular, hierarquia, senso de família e honra.

Edifício Master (2002). Documentário, cor, 110 min, 12 anos. Eduardo Coutinho e sua equipe alugaram um apartamento no Edifício Master, prédio localizado no bairro carioca de Copacabana para, durante uma semana, filmar a vida de seus moradores. Trinta e sete deles são personagens do filme.

HORIZONTE BRASIL

Porto das Caixas (1962)

Direção: Paulo Cezar Saraceni. Com Irma Álvarez, Margarita Rey, Paulo Padilha, Reginaldo Faria. Ficção, p&b, 80 min, 14 anos. Mulher pobre, maltratada pelo marido, resolve assassiná-lo. Ela utiliza seus encantos femininos para encontrar um amante que possa cometer o crime. O primeiro longa de Saraceni tem roteiro baseado em história de Lúcio Cardoso, fotografia de Mário Carneiro e trilha sonora de Tom Jobim.

Paixão e virtude (2014)

De Ricardo Miranda. Com Rose Abdallah, Paulo Azevedo, Barbara Vida, Helena Ignez, Octavio III, Mariana Fausto, Cátia Costa. Ficção, cor, 72 min, 18 anos. Uma aristocrata de meia idade mantém relacionamento frio com o marido, um rico banqueiro. Tudo se transforma quando ela conhece outro homem. Uma trama de desejo, perversão e perversidade, inspirada em conto de Gustave Flaubert. Último filme de Ricardo Miranda (falecido em março passado), montador de importantes filmes brasileiros, como A idade da Terra, de Glauber Rocha.

Misérias e grandezas de São José do Vale do Rio Preto (1948)

De Raul Ramos. Documentário, p&b, 142 min, livre. Filme restaurado que documenta a estagnação econômica do antigo 5º Distrito de Petrópolis após o esgotamento da lavoura cafeeira e a expectativa de retomada do desenvolvimento com a implantação da avicultura. É um dos poucos filmes que retrata a região serrana do Rio de Janeiro nessa época, além de apresentar as únicas imagens de que se tem conhecimento do povoado de Tristão Câmara, submerso com a cheia de uma represa hidrelétrica.

Tudo por amor ao cinema (2014)

Direção: Aurélio Michiles. Documentário, cor, 97 min, livre. Em 1965, Cosme Alves Netto (1937-1996) assumiu a curadoria da Cinemateca do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, onde trabalhou por mais de 20 anos, e fez dessa instituição não apenas um lugar onde os filmes eram guardados, mas um espaço de livre manifestação e depósito clandestino de películas perseguidas pela ditadura.

Eduardo Coutinho, 7 de outubro (2013)

Direção: Carlos Nader. Documentário, cor, 60 min, 12 anos. Uma entrevista, uma tarde, uma locação, um único personagem. Partindo das “prisões que libertam” no documentário coutiniano, é a vez de inverter o jogo e ver o maior entrevistador do cinema brasileiro em frente às câmeras. O documentário coloca o cineasta diante de sua própria equipe para uma entrevista conduzida por Carlos Nader.

Juruna, o espírito da floresta (2009)

Direção: Armando Lacerda. Documentário, cor, 86 min, 12 anos. A luta dos índios Xavantes contra o extermínio e a expulsão de suas terras no interior do Brasil conduz o cacique Mário Juruna à política. Chegando ao Parlamento, o único representante indígena no Congresso Brasileiro enfrenta a agressiva política de expansão agrícola do governo brasileiro.