Festival de Brasília do Cinema Brasileiro abre inscrições e ganha novidades.

Sérgio Fidalgo, Guilherme Reis e Renato Barbieri. Foto: Ju]únior Aragão. Divulgação.
Sérgio Fidalgo, Guilherme Reis e Renato Barbieri. Foto: Ju]únior Aragão. Divulgação.

O Festival de Brasília do Cinema Brasileiro deu a largada nesta terça (19 de maio), com a realização da primeira coletiva de imprensa. O lançamento Edital 2015 tem inscrições abertas até o dia 5 de julho – pontualmente às 23h59. O evento contou com a presença do Secretário de Cultura, Guilherme Reis, atual presidente do Festival, do cineasta Renato Barbieri e do professor e crítico de cinema Sérgio Moriconi, integrantes da comissão curatorial, além do Subsecretário de Promoção e Difusão Cultural, Sérgio Fidalgo, que retoma a Coordenação Geral, tendo Graça Coutinho como Coordenadora Adjunta.

Fizeram parte da mesa ainda representantes do Troféu Câmara Legislativa do DF, dedicado especialmente a produções realizadas no Distrito Federal, e o Subsecretário de Fomento e Incentivo da Secretaria de Cultura, Thiago Rocha Leandro.Guilherme Reis abriu a conversa relembrando sua experiência como ator, produtor e apresentador: “Participei várias vezes na tela, na organização ou apresentando o Festival e esta é a primeira vez que estou aqui, do outro lado”, brincou. E avisou: “Vamos fazer um festival mais enxuto, mais muito criativo e coerente com a tradição do Festival de Brasília do Cinema Brasileiro. Um Festival com menos recursos do que ele merece, mas com toda a dignidade e com muita vontade”.

Segundo o Secretário de Cultura, exatamente neste dia 19 de maio, a Secretaria de Cultura iniciou o pagamento dos prêmios concedidos pelo 47º Festival de Brasília, realizado no ano passado. Para não correr riscos, Guilherme Reis também avisou: “Estamos dispostos a readequar o orçamento deste ano. Nossa perspectiva é de trabalhar com R$ 2,5 milhões e os prêmios serão pagos com recursos dos patrocínios”.

O encontro com a imprensa foi marcado pelo anúncio de várias novidades deste que é o mais antigo festival dedicado ao cinema nacional no Brasil. Para começar, o 48º FESTIVAL DE BRASÍLIA DO CINEMA BRASILEIRO está contando com uma comissão curatorial que, segundo seu presidente, Renato Barbieri, deseja “criar uma sinergia para pensar na complexidade do cinema brasileiro”. Barbieri esclareceu ainda que a curadoria pretende ser ativa, ou seja, vai estimular a participação de filmes e realizadores: “Vamos extrair o que de melhor se fizer no País”.

Além do cineasta e do professor e crítico Sérgio Moriconi, integram a comissão curatorial o documentarista Vladimir Carvalho e o doutor em comunicação Pablo Gonçalo. O grupo tem sido responsável por conceber mostras paralelas como Continente Compartilhado (que quer dar visibilidade e estimular a coprodução do Brasil com outros países) e Panorama Brasil (para contemplar a enorme e diversa produção do cinema nacional).

Segundo explicou Sérgio Moriconi, além de exibir coproduções internacionais, a mostra Continente Compartilhado quer incentivar esta prática, trazendo como convidados personalidades que trabalham nesta área em diferentes países. Ele anunciou que estão sendo sondados curadores de festivais importantes como Toulouse/França e Berlim/Alemanha e uma das presenças já confirmadas é a curadora indiana Bina Paul, diretora do festival internacional de Kerala. Já com Panorama Brasil, o conselho curatorial quer “expressar melhor a complexidade do cinema brasileiro e fazer com que o Festival de Brasília do Cinema Brasileiro seja um painel representativo do cinema nacional”, explicou Moriconi.

De acordo com o Coordenador Geral do Festival, Sérgio Fidalgo, o evento também abre espaço para a produção de médias-metragens, que estão contemplados junto com os curtas. Fidalgo esclareceu ainda que, a partir de estudos realizados nos anos anteriores, optou-se por não incluir oficinas na programação deste ano. Disse ele: “As pessoas argumentavam que o tempo era muito curto para aprofundar alguns temas. Então, optamos por realizar máster classes”. Segundo Sérgio, também está sendo repensado o formato das mostras nas diferentes regiões administrativas: “A gente não quer se engessar, não tem uma visão fechada do que é um festival de cinema. Queremos avançar sempre e encontrar o melhor para o nosso festival”.

MOSTRA BRASÍLIA – Pela primeira vez na história, o edital de participação na Mostra Brasília está sendo feito junto do lançamento do edital geral do FESTIVAL DE BRASÍLIA DO CINEMA BRASILEIRO. E exatamente no ano em que a MOSTRA BRASÍLIA chega à 20ª edição. “Na 18ª, nós criamos uma identidade própria, lançando nosso próprio edital. Agora, conseguimos chegar ao mesmo tempo”, comemora Verônica Pedra, coordenadora do 20º Troféu Câmara Legislativa do DF. Ela também celebrou o fato de a mostra ter conseguido manter os mesmos valores dos prêmios praticados em 2014. “O fundamental pra nós é incentivar a produção cinematográfica em Brasília e este prêmio é um grande mecanismo de apoio”.

O FORMATO

Mostras competitivas:

Curtas ou médias e longas-metragens

6 (seis) filmes de longa-metragem de todos os gêneros.

12 (doze) filmes de curta ou média-metragem de todos os gêneros.

Filmes concluídos a partir de 1º de agosto de 2014 e que não tenham participado de processos seletivos nas edições anteriores do Festival de Brasília do Cinema Brasileiro.

Os filmes de longa-metragem deverão ter duração igual ou superior a 70 (setenta) minutos, ser inéditos no Distrito Federal, preferencialmente inéditos nos demais estados do Brasil, e não ter obtido o prêmio de melhor filme do júri oficial em festival nacional realizado até a data do Festival, 15 a 22 de setembro.

Os filmes de média-metragem deverão ter duração superior a 15 (quinze) minutos e inferior a 70 (setenta) minutos e ser inéditos no Distrito Federal.

Os filmes de curta-metragem deverão ter duração igual ou inferior a 15 (quinze) minutos e ser inéditos no Distrito Federal.

Solenidade de Abertura – 15 de setembro, no Cine Brasília, com cerimônia de abertura e exibição de filme nacional. Filme ainda em pesquisa.

Mostra Continente Compartilhado – (Brasil e coproduções com outros países) – 17 a 21 de setembro – Exibição de cinco (5) longas-metragens, realizados em coprodução, dando prioridade aos países do continente latino-americano, sem excluir, porém, coproduções com todos os demais países do mundo. Essa mostra visa contribuir para a promoção e expansão da indústria cinematográfica nacional, ampliar mercados e encontrar fontes alternativas de financiamento. Continente Compartilhado vai também promover encontros entre produtores, diretores e agentes interessados em participar de projetos comuns.

Mostra Panorama Brasil – painel que contempla a diversidade da produção brasileira recente de qualidade – 17 a 21 de setembro, exibição de cinco (5) filmes de longa-metragem convidados pelo Festival.

Mostra Brasília – 17 a 20 de setembro, Cine Brasília, 16h30 – exibição de filmes realizados por cineastas brasilienses, concorrentes ao troféu Câmara Legislativa do Distrito Federal, que oferece 200 mil em prêmios nas diversas categorias.

Festivalzinho – 16 a 21 de setembro, em diversos horários, no Museu Nacional, escolas públicas, casas de cultura, entre outros. Exibição de filmes infantis para alunos das escolas públicas com objetivo de formação de plateia. Ação articulada com a Secretaria de Educação.

Debates – Com diretores de filmes das mostras competitivas – 17 a 22 de setembro – conversas com diretores e suas equipes sobre os filmes e seus processos de produção, integrantes das mostras competitivas do Festival.

Fórum de coprodução internacional – 16 e 17 de setembro
O objetivo do Fórum de coprodução internacional é propiciar um espaço para troca, interação e divulgação das práticas entre as parcerias de coprodução recentemente experimentadas por produtoras, distribuidoras e festivais de cinema internacionais já consolidados. Também se busca um diálogo mais específico com curadores e gestores de políticas públicas para o audiovisual, no âmbito internacional e brasileiro.

Seminário curadoria e circuitos – 19 de setembro, 14h30 às 17h30
Nas últimas décadas a curadoria vem obtendo um papel cada vez mais destacado nos trânsitos entre a criação, as instituições de artes, e os espaços, oficiais ou alternativos, de circulação de obras e artistas. Num contexto histórico pós-industrial em que a possibilidade de produção de arte é um problema relativamente superado, a questão política – ética e estética – talvez se desdobre sobre as formas e os conceitos que guiam a seleção e a valorização das obras produzidas. Em foco, o próprio ofício da curadoria. Mais do que lidar conceitualmente com esse problema, o seminário visa compartilhar práticas e experiências diversas – de tradições e linguagens distintas – que raramente sentam lado a lado, na mesma mesa. Por isso serão cotejadas práticas de curadoria comuns a linguagens diferentes, como a literatura, o cinema e as artes visuais. Quais são os desafios e os limites da curadoria contemporânea? Quais são os aspectos éticos e estéticos que guiam as escolhas dos curadores? Quais são as pressões e os diálogos possíveis, pela prática da curadoria, entre a arte, o mercado, a crítica, e o peculiar público contemporâneo de conteúdos culturais? Quais são as formas e os espaços de interação entre os produtores culturais e as curadorias? Num instante em que a criação de circuitos volta à pauta, esse seminário pretende disseminar experiências nas quais os riscos de escolhas lançam importantes desdobramentos estéticos.

Master Classes
Master Class – O Ator e a Câmera – 19 de setembro, 14h30 às 17h30
Master Class – Roteiro – 20 de setembro, 14h30 às 17h30
Master Class – Direção – 21 de setembro, 14h30 às 17h30
Master Class – Produção – 22 de setembro, 14h30 às 17h30

Lançamento de livros e Dvds – 19 de setembro, no saguão do hotel sede do Festival
Cinema e Cordel – Jogo de Espelhos, de Sylvie Debs
Jornal do Cinema, de Vladimir Carvalho

Solenidade de premiação – 22 de setembro, no Cine Brasília, solenidade de entrega dos prêmios aos filmes das mostras competitivas, no total de 340 mil para diversas categorias, além dos prêmios do troféu Câmara Legislativa, Canal Brasil, TV Brasil, Abraccine e Saruê.

OS PRÊMIOS

O Festival oferece R$ 340 mil em prêmios.

a) Prêmios oficiais
Filme de longa metragem

Melhor Filme de longa metragem – R$ 100.000,00

Melhor Direção – R$ 20.000,00

Melhor Ator – R$ 10.000,00

Melhor Atriz – R$ 10.000,00

Melhor Ator Coadjuvante – R$ 5.000,00

Melhor Atriz Coadjuvante – R$ 5.000,00

Melhor Roteiro – R$ 10.000,00

Melhor Fotografia – R$ 10.000,00

Melhor Direção de Arte – R$ 10.000,00

Melhor Trilha Sonora – R$ 10.000,00

Melhor Som – R$ 10.000,00

Melhor Montagem – R$ 10.000,00

Filme de curta ou média metragem

Melhor Filme de curta metragem – R$ 30.000,00

Melhor Direção – R$ 10.000,00

Melhor Ator – R$ 5.000,00

Melhor Atriz – R$ 5.000,00

Melhor Roteiro – R$ 5.000,00

Melhor Fotografia – R$ 5.000,00

Melhor Direção de Arte – R$ 5.000,00

Melhor Trilha Sonora – R$ 5.000,00

Melhor Som – R$ 5.000,00

Melhor Montagem – R$ 5.000,00

b) Prêmio do Júri Popular – para os filmes escolhidos pelo público, por meio de votação em cédula própria:

Melhor Filme de longa metragem – R$ 40.000,00

Melhor Filme de curta ou média metragem – R$ 10.000,00

O FESTIVAL DE BRASÍLIA DO CINEMA BRASILEIRO, em 2015, conta com o patrocínio de Petrobras, BNDES, Terracap e BRB. Apoio da Lei de Incentivo à Cultura, Câmara Legislativa do Distrito Federal, EBC – Empresa Brasil de Comunicação e Revista de Cinema. Realização: Secretaria de Cultura do DF.

Confira o regulamento: http://www.festbrasilia.com.br/regulamento