Espetáculo de dança-teatro aborda a velhice.

Fotos: Diego Bresani. Divulgação.
Fotos: Diego Bresani. Divulgação.

O espetáculo de dança-teatro contemporâneo Fio a Fio estreia em 8 de outubro, no SESC Garagem e segue temporada até o dia 11 nas unidades do Sesc de Ceilândia e Gama. Após 20 anos longe dos holofotes atuando nos bastidores como coreógrafa e pesquisadora, Giselle Rodrigues une-se a Édi Oliveira, que há cinco anos também dedica-se exclusivamente à pesquisa, no Uma abordagem poética sobre a velhice, período da vida em que precisamos lidar com o acúmulo dos anos sobre o corpo.

O que representa viver com um corpo que perde capacidades e, ao mesmo tempo, ganha sabedoria com experiências adquiridas? Como aceitar ou lutar com o fato de que quando estamos mais prontos para a vida é quando nosso corpo mais precisa de trégua? A intuição da morte, a perda da memória, a fragilidade física, a solidão, mas também o afeto, a companheirismo, a serenidade, permeiam, entre outras questões, uma atmosfera na qual o tempo é sentido por meio da dilatação e da contemplação. E quando a velhice é abordada em sua dureza e em sua doçura.

Das indagações nasce Fio a Fio, espetáculo de dança-teatro criado com a intenção de trazer a dança contemporânea à uma perspectiva mais dramática e teatral, onde a questão do envelhecimento e seus aspectos são tratados numa narrativa não-linear, que transita entre o realismo e o absurdo, entre o cotidiano e o non-sense.

“Desde o princípio do processo, buscamos dar ênfase a uma composição que primasse pelo detalhe, pela sutiliza e pela abordagem poética de pontos difíceis e até tabus sobre o processo de envelhecer. Como contraponto, procuramos dar uma poeticidade surgida de um trabalho com a palavra que nasceu do improviso, gerando textos presentes no espetáculo”, explica Édi Oliveira, que destaca que é a primeira primeira vez que os parceiros de Basirah dançam juntos. “Giselle sempre atuou como coreógrafa e eu como bailarino em trabalhos anteriores. É um encontro que reúne nossas experiências e vivências agora aplicadas num processo criativo coletivo”, acrescenta.

A temática, muitas vezes não muito fácil no mundo ocidental, nasceu durante sessões de improvisão abertas que Édi e Giselle vinham realizando como parte de uma pesquisa sobre processo de criação. A maturidade dos bailarinos e as conversas sobre o assunto durante esses encontros foi um dos elementos que levou à definição do tema.

“Foi brotando o desejo de falar sobre como e quando começamos a envelhecer, quando o corpo começa a não realizar atividades que antes eram simples. Meu próprio corpo é reflexo disso. Voltar a dançar após vinte anos fora dos palcos, período utilizei os intérpretes como elementos nas minhas coreografias, é uma redescoberta e um aprendizado sobre esse novo corpo, que também envelhece a cada dia”, comenta Giselle Rodrigues.
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Serviço: “Fio a Fio” – Espetáculo inédito, com os coreógrafos e bailarinos Giselle Rodrigues e Édi Oliveira.
Data: De 8 a 11 de outubro
Quinta e sexta, às 20:30
Sábado e domingo, duas sessões, as 17:00 e às 20:30
Ingressos: R$ 10,00 (meia)
Local: Teatro Sesc Garagem (W4 Sul, QD 713/913, lote F)
Dia 4 de novembro
Quarta às 16:00 e às 20:00, com entrada franca
Local: Teatro Newton Rossi, Sesc Ceilândia (St. P Qnp 5 Conjunto B, S/N – Ceilândia Norte)
Dia 11 de novembro de 2015. Quarta, às 16:00 e às 20:00, com entrada franca.
Local: Teatro Paulo Gracindo (Sesc Gama. St. Leste Industrial, Gama/ DF).