Mostra aborda o lado expedicionário de Flávio de Carvalho.

De 7 de junho a 20 de agosto.

Divulgação.

A mostra Flávio de Carvalho – Expedicionário está em exibição na Galeria Vitrine da Caixa Cultural de 7 de junho a 20 de agosto. Para Oswald de Andrade, ele era “o antropófago ideal”. Engenheiro civil, arquiteto, cenógrafo, artista plástico, escritor, performer, estilista É difícil encontrar uma área de criação em que Flávio de Carvalho não tenha se aventurado. Segundo ele mesmo afirmava, o artista é como um arqueólogo, e ele, de certa forma, dá continuidade à herança expedicionária fundadora do Brasil.

Sob a curadoria de Amanda Bonan e Renato Rezende, foram reunidos resíduos e vestígios deixados por uma série de projetos de cunho experimental e expedicionário levados a cabo pelo artista modernista que se dedicou a quebrar regras, alargar os horizontes, romper as formas academicistas de tratar a arte. Flávio de Carvalho é sinônimo de invenção e polêmica.

A exposição será acompanhada de uma mesa-redonda a ser realizada no dia 10 de junho, contando com a mediação de Renato Rezende e a participação dos pesquisadores Ana Maria Maia, Veronica Stigger e Luiz Camillo Osório.

Nos últimos dez anos, uma série de exposições e publicações tem revisitado a obra visionária de Flávio de Carvalho e sua relevância para o contemporâneo. Apontado como um titã da modernidade, um fenômeno da genialidade, Flávio de Carvalho continua provocando o mundo com seu pensamento contestatório. A imagem do artista passeando pelas ruas de São Paulo com o New Look, traje que ele criou como sendo ideal para o homem dos trópicos – saia de pregas, blusa de mangas bufantes, meia arrastão e sandália de couro – ainda hoje é capaz de chocar os incautos. Flávio de Carvalho é diverso e impossível de catalogar.

Foto: Fundo Flávio de Carvalho. CEDAE/ UNICAMP.

A mostra propõe um olhar original sobre o pensamento múltiplo e incontido do artista. O objetivo da exposição é jogar luz sobre o aspecto expedicionário como abordagem estética intrínseca à obra de Flávio de Carvalho. O artista costumava se definir como “um arqueólogo malcomportado” (“com mais probabilidades de compreender o não-tempo”), que vasculhava as mais profundas camadas de sensibilidade, sem reverenciar o que ele chamava de “catecismo científico”. Na mostra está o pensamento deste que estabeleceu pontes para as práticas libertárias da arte brasileira.

A exposição é dividida em expedições, como a Viagem à Europa, 1934-1935, que rendeu os relatos do livro Os Ossos do Mundo (um verdadeiro caleidoscópio de questões e especulações que o artista desenvolveu a partir de observações sobre cada país), ou Rumo ao Paraguai (1943-1944) e Viagens aos Andes (1947), contendo dados e documentos dessa incursão do artista à América Latina. São fotografias, recortes de jornais e reproduções de partes de originais escritos à máquina. Há também a Viagem à Amazônia (1956), com projeção de uma edição do filme A Deusa Branca — Flávio de Carvalho se integrou a uma expedição à região amazônica, para realizar um filme que uniria pesquisa etnográfica e drama ficcional de tons surrealistas, sobre uma menina branca raptada por índios.

Foto: Fundo Flávio de Carvalho. CEDAE/ UNICAMP.

Serviço: Flávio de Carvalho – Expedicionário
Local: Galeria Vitrine da Caixa Cultural (SBS Quadra 4 Lotes 3/4)
Visitação: De 7 de junho a 20 de agosto
Horário: de terça a domingo, das 9h às 21h
Informações: (61) 3206-9448 | 61 3206-9449
Entrada franca
Classificação etária: Livre.