Ignácio de Loyola Brandão e Rita Gullo encantam Pirenópolis no encerramento da 8ª edição da Flipiri.

20 de novembro.

Solidão no Fundo da Agulha. Fotos: Ana Póvoas. Divulgação.
Solidão no Fundo da Agulha. Fotos: Ana Póvoas. Divulgação.

Entre os dias 18 e 20 de novembro, o Centro Histórico da charmosa Pirenópolis e seus povoados foram cenário para a realização da 8ª Edição da Flipiri, Festa Literária que ano após ano reúne escritores e público, de todas as idades, com um desejo único, vivenciar e dividir a paixão pelo universo da literatura.

Foram três dias intensos de encontros emocionantes, cujo comprometimento e brilho nos olhos dos convidados, escritores e ilustradores de todo o Brasil, certamente “regou a plantinha que hoje cresce frondosa fruto da semente plantada há oito anos”, como disse Íris Borges, idealizadora e curadora da Festa, em referência ao principal objetivo da Flipiri “o de formação de novos leitores”.

show inacio loyola e Rita

Dentre os ilustres convidados que participaram desta maratona recheada por oficinas, bate-papos, palestras, rodas de leituras, contação de histórias e lançamentos literários, estavam Ziraldo, Elder Rocha Lima, Gilles Eduar, Christie Queiroz, Nurit Bensusan, Tiago de Melo Andrade, Therese Von Beh, Romont Willy, Ignácio de Loyola Brandão, que se somaram aos 20 escritores da Casa de Autores, Instituto responsável pela realização da Festa.

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Um show de encerramento para deleite dos presentes

Para a noite de encerramento da 8ª Flipiri, domingo, dia 20, Íris Borges abriu as cortinas do Theatro Sebastião Pompeu de Pina, sala de espetáculos de acústica perfeita, para receber o tocante sarau lítero-musical Solidão no Fundo da Agulha de Ignácio de Loyola Brandão, com as participações de Rita Gullo, na voz, e de Edmilson Capelupi, no violão de 7 cordas.

Espetáculo único em seu formato, ao promover um emocionante passeio por canções belíssimas, entremeadas por histórias fantásticas e magicamente narradas pelo celebrado e premiado escritor brasileiro, autor de romances que rodam o mundo e está presente em prateleiras de grandes livrarias e importantes centros acadêmicos.

A voz doce e aveludada de Rita Gullo faz o contraponto para o timbre maduro e marcante imprimido pela fala de Ignácio. Através de interpretações impecáveis, de afinação tocante, a performance suave e delicada, ao mesmo tempo que marcante, da cantora é um convite ao mais simples e singelo deleite de canções em português, francês e inglês, como “Amado Mio” (Doris Fisher e Allan Roberts), “Valsinha” (Chico Buarque e Vinicius de Moraes), e “Que reste-t-il de nos amours?” (Charles Trenet).

O nome do espetáculo vem de um livramento proferido por conhecida de Ignácio, quando na adolescência, ao indagar esta jovem sobre sua solidão e ela prontamente disse “está no fundo da agulha e presa nestes bordados que teço, apontou, e assim não me atinge”.

As histórias narradas ao longo do espetáculo, segundo o contador, foram todas vividas por ele e as canções que as precedem são como temas musicais, ou trilhas sonoras, que as acompanham em sua memória. Solidão no Fundo da Agulha traz relatos de encontros, amizades, memórias gentis e paisagens. Que pontuam um momento ou fase de sua vida ou perpassa por um longo período.

Construído sem ordem cronológica, o roteiro do espetáculo traz momentos, como os “dias de branco”, em referência aos lençóis estendidos nos varais da Araraquara de sua infância. Sua mudança para São Paulo e seu primeiro emprego. A temporada de meses na Itália cobrindo grandes eventos cinematográficos para periódico brasileiro.

Sobre a impecável performance de Rita Gullo, Ignácio, pai da cantora, disse em tom emocionado: “Bendita mãe que fez tal filha”. Em vários momentos, ele, em momento de mais nítido deleite e apreciação, cerrava os olhos e murmurava as canções como quem cochicha um segredo íntimo e pessoal. Talvez para a plateia. Talvez para si próprio.

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Planos futuros da Flipiri

Os inúmeros feedbacks positivos, os bem-sucedidos resultados alcançados e a continuidade do projeto, têm alimentado a certeza de que em breve os planos futuros da Flipiri serão concretizados, dentre eles, Gedson Oliveira destaca: “a realização de braços da Festa nas cidades de Corumbá de Goiás, Cocalzinho, Jaraguá, São Francisco; a criação de um seminário de literatura e capacitação de agentes literários; e a ampliação e a modernização da Biblioteca Municipal Isócrates de Oliveira.