Festival do Teatro Brasileiro foca na cena gaúcha. Sorteio de cortesias duplas.

O Fantástico Circo Teatro de Um Homem Só. Foto: Kiran Federico León. Divulgação.

Festival do Teatro Brasileiro (FTB) realiza sua décima segunda edição com o foco na produção teatral do Rio Grande do Sul, de 15 de maio e 3 de maio e percorre as regiões administrativas do Gama, Taguatinga, Ceilândia e Plano Piloto.

Os curadores Sérgio Maggio e Guilherme Filho primaram pela qualidade e diversidade em temas, abordagens e estéticas. O resultado apresenta uma seleção de quinze espetáculos dentre 109 montagens. São obras de gêneros variados voltadas ao público de todas faixas etárias.

As crianças ganharam uma diversidade de opções que vão do universo da fábula à fantasia. Os adultos contam com boas comédias e dramas, em uma seleção que percorre obras clássicas, com espaço para extensões experimentais e comerciais que retratam a diversidade da cena gaúcha.

Mundo Miúdo, Genifer Gerhardt. Foto: Mariliz Schrickte. Divulgação.

Confira a sinopse dos espetáculos:

SACY PERERÊ, A LENDA DA MEIA-NOITE

Gênero: Teatro de Sombras

Faixa etária: Livre / Infantil

Tempo de duração: 40 minutos

Um aventureiro, em viagem com seu cavalo, é apanhado de surpresa pelo Sacy Pererê. O perneta faz tantas diabruras que o homem cai e perde os sentidos. Acorda no dia seguinte sem nada. Ao chegar a um vilarejo próximo encontra ajuda e consegue descobrir quem era a criatura e como caçá-la. O homem caça o diabinho e prende-o em uma garrafa, obrigando-o a devolver todos os pertences perdidos. Antes de seguir viagem, por um descuido, o aventureiro solta o Sacy, que foge dando uma grande gargalhada.

É um espetáculo de teatro de animação onde dois sombristas encenam um causo sobrenatural. A história é uma aventura de ação e suspense, inspirada em relatos de populares sobre o Sacy, organizadas no primeiro livro editado por Monteiro Lobato, em 1918. Os intérpretes utilizam-se da projeção do próprio corpo e da manipulação de silhuetas, objetos e luzes. A característica principal do espetáculo é a pesquisa da linguagem do teatro de sombras, o experimentalismo e a releitura desse personagem tipicamente brasileiro: o Saci.

O processo de criação e montagem do espetáculo durou 02 anos e contou com a colaboração de mais de dez artistas e técnicos.

A trilha sonora, pontuada com ritmos brasileiros, sugere uma forte ligação com as etnias formadoras do Brasil colonial. O ritmo e a pulsação do espetáculo são marcados por instrumentos de corda e percussão. Baldes, jarros de barro, chaleira e outros objetos foram utilizados como instrumentos musicais para alcançar uma unidade estática entre o som e a imagem projetada. As falas dos personagens e efeitos sonoros são finalizadas em um CD. O material gráfico é bastante simples e respeita a estética das capas dos livros infantis de antigamente, com impressão em duas cores.

HISTÓRIAS DA CARROCINHA

Gênero: Teatro de Bonecos

Faixa etária: Livre  / Infantil

Tempo de duração: 50 minutos

Apresentadas pelo irreverente cachorro Abelardo, “Histórias da Carrocinha” é uma homenagem ao grande mestre-bonequeiro argentino Javier Villafañe. Ao todo, são 14 bonecos manipulados porMário de Ballenttie Paulo Balardim, que englobam ainda outras técnicas de manipulação, como varas e luva com varas.

Com a livre adaptação dos contos, “O Padeiro e o Diabo” “A Rua dos Fantasmas” e “O Vendedor de Balões”, a Cia. Caixa do Elefante, recriou no espetáculo o universo do  autor. Sinopse das histórias:

O Vendedor de Balões – Um vendedor é abordado pelo Sr. Unhoso, que tem em mente furar todos os seus balões com suas longas e pontudas unhas.

A Rua dos Fantasmas – O corajoso Joãozinho e sua noiva Maria se vêem às voltas com uma família de fantasmas que insiste em assombrá-los.

O Padeiro e o Diabo – Um destemido padeiro enfrenta o pior de todos os diabos: o Diabo dos Três Rabos.

GRINGA ERRANTE

Gênero: Infantil

Faixa etária: Livre

Tempo de duração: 40 minutos

O estudo da palhaça de Genifer Gerhardt (Palitolina Russo) foi iniciado em experiências de rua e no encontro com o mestre e monsieur Alexandre Luis Casali. Gringa Errante é um espetáculo que dialoga com estas experiências, com saberes no ramo do Teatro de Animação e com conhecimentos acadêmicos prático-teóricos. A peça teve sua estréia em 2008. Diálogos permanentes entre técnica, intuição, muita vontade e curiosidade permeiam essa pesquisa, suas vivências e, principalmente, seu encontro e diálogo com públicos diversificados.

MISÉRIA, SERVIDOR DE DOIS ESTANCIEIROS

Gênero: Teatro de Rua

Faixa etária: Livre

Tempo de duração: 55 minutos

Miséria Servidor de Dois Estancieiros” é a continuidade do projeto de pesquisa da Oigalê no universo do gaúcho, agora com a commedia dell’arte. Trata-se de uma livre adaptação para o teatro de rua do clássico “Arlequim servidor de dois amos” do dramaturgo italiano Carlo Goldoni.

Desta vez, o ferreiro Miséria, decide vir para a capital trabalhar como carregador para dois patrões. É nessa jornada de trabalho duplo que se dão as peripécias de Miséria, resultando em muitas confusões, amores fulminantes, e muitas trocas de patrão, divertindo o público de forma leve e muito divertida.

A trilha sonora (Mateus Mapa e Simone Rasslan), composta exclusivamente para o espetáculo, é fundamental na condução da história, pontuando e reforçando os momentos, os climas e as cenas, sendo executada ao vivo pelos atores/cantores. Característica já marcante do grupo nos seus espetáculos de rua.

AUTOMÁKINA – UNIVERSO DESLIZANTE

Gênero: Teatro de Rua / Performance

Faixa etária: Livre

Tempo de duração: 50 minutos

O Espetáculo de teatro “Automákina – Universo Deslizante” trata de uma questão pertinente a todos os homens de todos os tempos: “a arte da sobrevivência”. Com uma linguagem que mescla o simbolismo do teatro de bonecos com seus personagens autômatos fazendo uma metáfora a existência humana, o virtuosismo das técnicas circenses e a poética do teatro de rua.

O trabalho do ator e sua relação com os bonecos, com o cenário móvel, com a música e os instrumentos, além da relação com o público determinam o desenvolvimento de uma dramaturgia dinâmica e de grande impacto sobre as pessoas.

AUTOMÁKINA Universo Deslizante foi feita para ganhar as ruas e chegar aos espaços inusitados, aonde o teatro pouco vai, e assim apresentar o mundo do Duque Hosain’g. Um mundo portátil, pessoal e impenetrável.

A Tecelã. Foto: Claudio Etges. Divulgação.

A TECELÃ

Gênero: Teatro de Animação, vídeo e ilusionismo

Faixa etária: Livre

Tempo de duração: 50 minutos

Com dramaturgia visual e direção assinada por Paulo Balardim, o espetáculo é inspirado em alguns mitos que envolvem a tecelagem. A tecelã tem o poder de transformar seus desejos em realidade e, através do ato criativo, vencer a solidão de seus dias.

Para apresentar a história da mulher capaz de materializar todo um universo imaginário, a produção aposta numa combinação de linguagens, tais como teatro de bonecos, vídeo, dança e ilusionismo, mas sem perder o clima intimista. As cenas vão se alinhavando, perpassadas por uma belíssima trilha original composta por Nico Nicolaiewsky.

O FANTÁSTICO CIRCO-TEATRO DE UM HOMEM SÓ

Gênero: Comédia Dramática

Faixa etária: A partir de 14 anos

Tempo de duração: 65 minutos

O FANTÁSTICO CIRCO TEATRO DE UM HOMEM SÓ dá continuidade à investigação da Cia Rústica de uma linguagem festiva e poética, celebrando a idéia do teatro como estado de encontro. A partir da inspiração no universo do circo-teatro brasileiro, a montagem valoriza a teatralidade da cena e resgata cores desbotadas, transitando entre memória e presença, entre o eu e o outro.

No palco-picadeiro, o experiente e premiado ator Heinz Limaverde transita por vários tipos do imaginário circense, como a mulher-barbada, o mágico, a vedete, o cantor, o palhaço; além de expor sua própria persona. Inspirando-se na estrutura polifônica do circo, a dramaturgia combina o universal com o pessoal, sendo elaborada em parceria entre Heinz Limaverde e a diretora Patrícia Fagundes. A montagem foi premiada no Prêmio Açorianos 2011 nas categorias de Melhor Direção e Melhor Figurino.

O AMARGO SANTO DA PURIFICAÇÃO

Faixa etária: Livre

Tempo de Duração:

A famosa metáfora do anjo da história do pensador alemão Walter Benjamim, inspirada no quadro de Paul Klee, retrata um anjo que observa o passado amontoado de entulhos e destroços da civilização, mas não pode parar, é incessantemente puxado, pelos ventos do progresso, ao futuro.

Heiner Müller dialoga com a mesma metáfora. Entretanto, seu anjo olha à frente. Observa o futuro “represado, esmagando seus olhos”. Mas a pilha de destroços é mais rápida que ele, e o comprime no instante. Entre o passado e o futuro. Esmaga-o. Até que “um renovado rufar de poderoso bater de asas se propague em ondas através da pedra e anuncie seu vôo.”.

O olhar para a História pela Tribo Ói Nóis Aqui Traveiz é a propagação na pedra, que prenuncia o vôo.

MUNDO MIÚDO

Gênero: Teatro Lambe-Lambe

Faixa etária: Livre

Tempo de duração: Dois minutos por pessoa. Tempo máximo de apresentação continuada: 2 horas

O Teatro Lambe-Lambe foi criado no Brasil pelas bonequeiras Denise dos Santos (baiana) e Ismine Lima (cearense), em 1989. Observando as caixas de fotografia antigas tiveram a ideia de apresentar uma história intimista dentro da mesma estrutura – uma pequena caixa. Desde então, pouco a pouco o Teatro Lambe-Lambe vem sendo disseminado pelo Brasil e pelo mundo, tendo sido agraciado em 2010 pelo Ministério da Cultura com a primeira colocação no Prêmio Cultura Viva (categoria “grupo informal”) – um prêmio que incentiva e reconhece iniciativas culturais genuinamente brasileiras.

Da caixa misteriosa pode surgir de tudo: é um mundo à parte, poético, único e onírico que apresenta o pequeno como princípio, e a possibilidade enquanto fim. Um novo mundo onde a recepção é tão diversa quanto a criação, novos olhares sobre o cotidiano. Pequenos espaços intimistas que trazem em si histórias breves e delicadas; grandezas de intimidades capazes de aproximar pelo encantamento.

DENTROFORA

Gênero: Teatro do Absurdo

Faixa etária: 14 anos

Tempo de duração: 45 minutos

A peça DentroFora é uma  metáfora sobre o ser humano contemporâneo. Conta o momento de duas personagens, chamadas apenas Homem e Mulher, que se encontram presos dentro de duas caixas. A peça explicita a imobilidade do ser humano perante a vida. O espetáculo recebeu o Prêmio Açorianos 2009 de Melhor Ator (Nelson Diniz) e Melhor Cenário, e Prêmio Braskem 2010 de Melhor Espetáculo e Melhor Direção (Carlos Ramiro Fensterseifer).

Borboletas de Sol de Asas Magoadas. Foto: Walter Antunes. Divulgação.

BORBOLETAS DE SOL DE ASAS MAGOADAS

Gênero: Drama

Faixa etária: 14 anos

Tempo de duração: 60 minutos

Borboletas de SOL de Asas Magoadas” nasceu como projeto de graduação de Evelyn Ligocki no Departamento de Arte Dramática da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Em 2012 o espetáculo completa 10 anos de existência e continua a ser aprimorado por Evelyn Ligocki, atualizado e inovado a cada temporada. Borboletas foi baseado nas entrevistas e conversas da pesquisa de campo e em improvisações. Com o público, o texto ganha novos tons entre uma apresentação e outra.

Sinopse: O travesti Betty recebe em sua casa seus visitantes-espectadores. Através de uma conversa informal, expondo particularidades de seu cotidiano, Betty pretende humanizar sua figura, desmistificar as travestis, romper clichês e preconceitos. A atriz recebeu pelo espetáculo o Prêmio Açorianos “Atriz Revelação” – RS e foi indicada ao Prêmio Qualidade Brasil- Melhor Atriz de Comédia – São Paulo.

CINTA LIGA / DESLIGA

Gênero: Comédia

Faixa etária: 12 anos

Tempo de duração: 50 minutos

A escolha da temática chave do espetáculo se definiu a partir de diversas situações: a busca por um amor – uma tônica que envolve o feminino, mas também extravasa os gêneros e encontra-se na vivência humana de todos os tempos. De forma cômica e pela linguagem clownesca foram realizadas diversas improvisações tratando de situações envolvendo a solidão, a gula, os padrões de beleza, os mitos femininos, a religião, o orgasmo, a velhice, as várias formas de abandono, relações entre amigas, mães e filhas, a loucura, que originaram o espetáculo “Cinta-Liga/Desliga”.

A COMÉDIA DOS ERROS

Gênero: Comédia

Faixa etária: Livre

Tempo de duração: 100 minutos

A crise de identidade sob a ótica cômica é o tema central do espetáculo, que se desenvolve em torno de dois pares de gêmeos idênticos – os dois Antífolos e seus dois criados Drômios – que foram separados na infância durante um naufrágio e levados a cidades diferentes, cada patrão com seu servidor. Até o reencontro dos irmãos, já adultos, os personagens vivem uma série de mal-entendidos, em uma trama caprichosa e divertida, à qual se articula um eficiente jogo dramático em torno dos conceitos de aparência e realidade.

Em “A COMÉDIA DOS ERROS” Shakespeare manifesta de maneira lúdica e subversiva que a idéia do auto-conhecimento é uma falácia no ser humano: sempre existem aberturas pelas quais os sentimentos e as paixões transbordam.

Ao transpor para a cena esta popular obra de Shakespeare, a Cia Stravaganza convida o público a ser simultaneamente espectador e freguês: a ação tem como ambiente principal um mercado público à moda turca. Convidado a chegar ao teatro uma hora antes do início do espetáculo, o espectador é recebido por atores/mercadores que oferecem seus produtos num ambiente festivo e acolhedor.

CABARECHT

Gênero: Musical

Faixa etária: 14 anos

Tempo de duração: 80 minutos

O espetáculo resgata o clima dos cabarés alemães das primeiras décadas do século passado, onde os artistas reuniam-se para mostrar uns aos outros e à clientela burguesa destes bares, seus textos, esquetes e canções. Para isso, reuniu-se canções de Bertolt Brecht e Kurt Weill, entremeadas por textos sobre o estar no mundo como artistas e cidadãos e de como estes se relacionam com a sociedade onde estamos inseridos. Uma pianista, cantora e atriz comanda o cabaré onde três atores/cantores apresentam-se com seus melhores trajes para a seleta platéia numa ambientação que remete ao ambiente elegante e divertido dos anos 20.

JOKERPSIQUE

Gênero: Dança

Faixa etária: 14 anos

Tempo de duração: 90 minutos

JokerPsique é um trabalho contemporâneo criado pelo artista Alessandro Rivellino, integrante e fundador do cOLETIVOjOKER, indicado ao Prêmio Açorianos como melhor Espetáculo e vencedor do Prêmio na categoria Melhor Bailarino, em 2011, na cidade de Porto Alegre. Este trabalho é um romance auto-biográfico através das linguagem da dança contemporânea e sua comunicação com a da performance, do teatro contemporâneo e vídeo-arte.

JokerPsique é um espetáculo-performance que mistura linguagens da dança contemporânea com o questionamento do fazer cênico. É baseado em pesquisa própria de movimentos e calcado em três apresentações solos previamente realizadas pelo artista/criador: Jesus na Meia Ponta, Tudo Aquilo que Já Aconteceu Agora e Experimento Aleatório.

O trabalho se caracteriza pelo rompimento da distância entre o artista e os espectadores, envolvendo o questionamento de se estar em cena. Este projeto busca as possibilidades de intercâmbio e contaminação de técnicas e visões acerca da criação. Um trabalho que investiga o estado de presença e encontra um desdobramento novo a cada apresentação.

O Acha Brasília sorteia pares de cortesias para cada noite. Envie NOME COMPLETO + RG para achabrasilia@gmail.com, com o assunto FTB.

Serviço: Festival do Teatro Brasileiro – Cena Gaúcha

Data: De 03 de maio a 03 de junho

Etapa Distrito Federal – 15 de maio a 03 de junho

http://festivalteatrobrasileiro.blogspot.com.br/

https://twitter.com/#!/Festeatrobrasil

@festeatrobrasileiro

http://www.facebook.com/pages/Festival-do-Teatro-Brasileiro/220783438031137