Geração Praça Moscou: O Cinema Húngaro Contemporâneo.

Último Relatorio Sobre Anna. Fotos: Divulgação.
Último Relatorio Sobre Anna. Fotos: Divulgação.

Um olhar sobre a nova produção cinematográfica da Hungria poderá ser visto na mostra “Geração Praça Moscou: O Cinema Húngaro Contemporâneo”, em exibição no Centro Cultural Banco do Brasil Brasília (CCBB DF) de 28 de maio a 9 de junho, com entrada franca.

O tema da mostra é originário do filme “Praça Moscou”, um dos precursores de um conjunto de jovens cineastas que estiveram presentes no Festival de Cannes de 2010, ocasião em que se observou uma expressiva representatividade do cinema húngaro.

Praça Moscou
Praça Moscou.

A crítica abriu os olhos para esta leva de produções que renovaram a cena com a geração pós-comunista do Leste Europeu, que passou a integrar diversos festivais internacionais. “O cinema, como a sétima arte, tem a possibilidade de através da linguagem artística, refletir sobre a realidade política com um olhar particular e sensível, que nos oferece outros pontos de vista. Isso é o mais importante para que um diálogo válido possa se estabelecer.” Destaca a curadora da mostra Orsolya Balogh.

Depois de Brasília, a mostra segue para os Centros Culturais do Rio de Janeiro (11 a 23 de junho) e São Paulo (19 a 29 de junho), ampliando o acesso às filmagens pouco conhecidas no país. “Acho que vale a pena apresentar as obras desses novos diretores aqui no Brasil, pois apesar do seu sucesso nos festivais internacionais do mundo, a maioria desses filmes é inédita no território nacional.” Enfatiza Orsolya Balogh.

A mostra apresenta 16 longas-metragens, todos produzidos nos anos 2000, a maioria inédito nas telas brasileiras. A curadoria selecionou os títulos mantendo em foco a temática geracional dos realizadores ao mesmo tempo que escolheu filmes de diretores de outras gerações, que realizaram obras retratando o período “pós-comunista”. É o caso da diretora Márta Mészáros, vencedora de prêmios em Cannes e Berlim, que participa da mostra com seu filme “Último relatório sobre Anna”.

Canções de Vidas.
Canções de Vidas será exibido no dia 8/6, com a presença do diretor Csaba Bereczki.

Além dos filmes, a programação contará com o debate “O Pós-Comunismo no Cinema Húngaro” no dia 7 de junho (sexta) às 20h30, com o cineasta e diretor da Fundação Nacional do Filme Húngaro, Csaba Bereczki. O diretor de dois filmes presentes na mostra, falará sobre a cinematografia húngara e seus novos realizadores utilizando um catálogo que será distribuído durante a realização do debate.

A curadora húngara Orsolya Balogh formou-se em letras e em jornalismo em seu país, tendo feitos diversos trabalhos como intérprete, tradutora e jornalista. Há cinco anos mora no Rio de Janeiro, onde iniciou sua carreira na arte cinematográfica, se formando em direção na Escola de Cinema Darcy Ribeiro. Realizou o documentário “Vila Mimosa”, que participou de festivais nacionais e internacionais, entre eles o Curta Cinema 2008.

Em 2007 organizou uma Mostra de Cinema Húngaro na Cinemateca do MAM, com uma curadoria voltada para os anos da Cortina de Ferro (década de 50 a 90). Esteve ao lado de Hernani Heffner, chefe de preservação da Cinemateca do MAM, como assistente de curadoria de mostras e festivais, além de projetos de preservação da Cinemateca. Trabalhou no longa-metragem Budapeste (adaptação do livro de Chico Buarque e direção de Walter Carvalho), como treinadora de diálogos e atualmente finaliza o seu segundo documentário em terras cariocas, além de trabalhar como assistente de produção no documentário de Walter Carvalho, Um filme de Cinema.

Ar Fresco.
Ar Fresco.

Programação:

28 de maio (terça)

16:00 – CONTROLE, Nimród Flieugauf, 2003, 111min, 35mm

18:30 – AR FRESCO, Àgnes Kocsis, 2006, 109min, 35mm

20:40 – PRAÇA MOSCOU, de Ferenc Török, 2001, 88min, 35mm

29 de maio (quarta)

16:00 – ALTA TEMPORADA, Ferenc Török, 2004, 92min, 35mm

18:30 – EU NÃO SOU SEU AMIGO, György Pálfi, 2009, 100min, 35mm

20:30 – AGLAJA, Krisztina Deák, 2012, 116min, 35mm

A Viagem de Iska.
A Viagem de Iska.

30 de maio (quinta)

16:00 – VIAGEM DE ISKA, Csaba Bollók, 2007, 93min, 35mm

18:30 – CAROS AMIGOS TRAÍDOS, Sára Cserhalmi, 2012, 93min, Blu-ray

20:30 – A CANÇÃO DOS LOUCOS, Csaba Bereczki, 2003, 106min, 35mm

31 de maio (sexta)

16:00 – A MENINA QUE DANÇOU ATÉ A MORTE, Endre Hules, 2011, 93min, Blu-ray

18:30 – PALMA BRANCA, Szabolcs Hajdu, 2006, 100min, 35mm

20:30 – PUSKÀS HUNGRIA, Tamás Almási, 2009, 116min, DIGIBETA

A Prova.
A Prova.

1º de junho (sábado)

16:00 – ÚLTIMO RELATÓRIO SOBRE ANNA, Márta Mészáros, 2009, 103min, 35mm

18:30 – CANÇÕES DE VIDAS, Csaba Bereczki, 2008, 100min, 35mm

20:30 – A PROVA, Péter Bergendy, 2011, 116min, DIGIBETA

2 de junho (domingo)

16:00 – AR FRESCO, Àgnes Kocsis, 2006, 109min, 35mm

18:30  – CONTROLE, Nimród Flieugauf, 2003, 111min, 35mm

20:00 – PRAÇA MOSCOU, de Ferenc Török, 2001, 88min, 35mm

Alta Temporada.
Alta Temporada.

4 de junho (terça)

18:30 – ALTA TEMPORADA, Ferenc Török, 2004, 92min, 35mm

20:30 – AGLAJA, Krisztina Deák, 2012, 116min, 35mm

5 de junho (quarta)

18:30 – VIAGEM DE ISKA, Csaba Bollók, 2007, 93min, 35mm

20:30 –  ÚLTIMO RELATÓRIO SOBRE ANNA, Márta Mészáros, 2009, 103min, 35mm

Dealer.
Dealer.

6 de junho (quinta)

17:30 – DEALER, Benedek Fliegauf, 2004, 160min, 35mm

20:30 –  PUSKÀS HUNGRIA, Tamás Almási, 2009, 116min, DIGIBETA

7 de junho (sexta)

16:00 – EU NÃO SOU SEU AMIGO, György Pálfi, 2009, 100min, 35mm

18:00 – A PROVA, Péter Bergendy, 2011, 116min, DIGIBETA

20:30 – DEBATE: O Pós-Comunismo no Cinema Húngaro

Palma Branca.
Palma Branca.

8 de junho (sábado)

15:00 – DEALER, Benedek Fliegauf, 2004, 160min, 35mm

18:30 – CAROS AMIGOS TRAÍDOS, Sára Cserhalmi, 2012, 93min, Blu-ray

20:30 – CANÇÕES DE VIDAS, Csaba Bereczki, 2008, 100min, 35mm  PRESENÇA DO DIRETOR

9 de junho (domingo)

16:00 – A CANÇÃO DOS LOUCOS, Csaba Bereczki, 2003, 106min, 35mm  PRESENÇA DO DIRETOR

18:30 – PALMA BRANCA, Szabolcs Hajdu, 2006, 100min, 35mm

20:30 – A MENINA QUE DANÇOU ATÉ A MORTE, Endre Hules, 2011, 93min, Blu-ray

A Menina Que Dançou Até A Morte.
A Menina Que Dançou Até A Morte.

Sinopses:

PRAÇA MOSCOU – 2001, 35mm, 88min, Ficção

Direção: Ferenc Török

1989, ano do fim do regime comunista na Hungria, é um marco na história política do país. No entanto, Petya e seus amigos estão alheios a tal fato. Eles estão prestes a acabar o ensino médio e as únicas coisas que importam são as festas, as meninas e algum dinheiro fácil. Filme vencedor do prêmio de melhor Longa de estreia e o prêmio do público na Semana do Filme Húngaro 2000.

Classificação indicativa: 10 anos

VIAGEM DE ISKA – 2007, 35mm, 93min, Ficção

Direção: Csaba Bollók

Iska cresce no sul dos Cárpatos, nas áreas de mineração. Depois de uma infância difícil, ele amadurece cedo, quando é raptado por traficantes e levado para um grande porto, onde é vendido. Assim Iska chega até o Mar Negro. Vencedor do prêmio de melhor melhor longa-metragem autoral na Semana de Filme Húngaro 2007, prêmio de melhor filme no Festival Internacional de Reykjavik e prémio de melhor filme no Festival Internacional de Monterrey.

Classificação indicativa: 12 anos

PALMA BRANCA – 2006, 35mm, 100min, Ficção

Direção: Szabolcs Hajdu

Em 2001, o ginasta húngaro Dongó Miklós é chamado para trabalhar como treinador no Canadá. É sua oportunidade para respirar a liberdade, mas também conviver com as lembranças de uma Hungria dos anos de 1980, quando tudo funcionava de forma brutal, inclusive os rígidos treinamentos impostos por seu diabólico técnico. Vencedor do prêmio de melhor diretor na Semana de Filme Húngaro 2006 e indicado ao Oscar de melhor filme estrangeiro.

Classificação indicativa: 12 anos

EU NÃO SOU SEU AMIGO – 2009, 35mm, 100 min, Ficção

Direção: György Pálfi

Mark pega uma jovem no flagra tentando roubar sua loja. Ao interrogá-la, a conversa logo dá espaço ao flerte. Mark se lembra que tem uma namorada, que está grávida dele, mas isso não o impede de continuar. Andras, amigo de Mark, também tem seus jogos românticos: noivo de Sophie, não deixa de correr atrás de outras mulheres. As desventuras asmorosas e sexuais de Mark e Andras, no entanto, estão com os dias contados. O filme foi todo contruído em cima da improvisação dos nove atores principais e da equipe. Indicado ao prémio Crystal Globe no Karlovy Vary International Film Festival em 2009.

Classificação indicativa: 14 anos

DEALER – 2004, 35mm, 160 min, Ficção

Direção: Benedek Fliegauf

Um dia na vida de um ex-viciado, que agora vive como traficante. Enquanto vende sua mercadoria, ele não demonstra sentimentos e se redime de qualquer responsabilidade. Até que começa a entender o mundo a seu redor e ter ligações afetivas com as pessoas. Prêmio no Festival de Berlim (dos leitores do jornal Berliner Zeitung) e prêmio de melhor diretor na Semana de Filme Húngaro 2004 e no Festival de Mar del Plata.

Classificação indicativa: 14 anos

Controle.
Controle.

CONTROLE – 2003, 35mm, 111 min, Ficção

Direção: Nimród Antal

Nos labirintos do metrô de Budapeste, Bulcsú trabalha em uma equipe que controla tickets dos passageiros. Em um mundo particular, dominado por competições e amores platônicos, Bulcsú se vê diante da possibilidade de ter um assassino a solta nos trens da cidade, conduzindo-o numa viagem contra o tempo e o destino. Vencedor do Prêmio da Juventude no Festival de Cannes 2004, do Hugo de Ouro no Festival Internacional de Chicago e do prêmio FIPRESCI no Festival de Cottbus.

Classificação indicativa: 12 anos

AR FRESCO – 2006, 35mm, 109 min, Ficção

Direção: Àgnes Kocsis

A difícil relação entre uma mãe e a sua filha, tendo como pano de fundo a vida atual na Hungria. Cada uma vive fechada na sua redoma de tristeza e solidão: a mãe tenta preencher sua vida com homens que descobre através de anúncios nos jornais; a filha tem vergonha da mãe e do seu trabalho (limpeza de banheiros), e sempre que entra em casa, abre todas as portas e janelas. Mas não é apenas a casa que precisa de ar fresco. Vencedor do prêmio de melhor longa de estreia na Semana do Filme Húngaro e Prêmio FIPRESCI em Varsóvia 2006.

Classificação indicativa: 10 anos

ALTA TEMPORADA – 2004, 35mm, 92 min, Ficção

Direção: Ferenc Török

Três amigos entediados e sem rumo de uma pequena cidade no leste da Hungria partem para um resort de luxo atrás de empregos de verão. A fome por sexo e drogas condena suas chances de progresso. Quando um deles é demitido e outro pede demissão, o trio vai para Budapeste, onde um deles se candidata a ator em um filme adulto. Prêmio de melhor diretor no Antwerpen Perspektief e prêmio de melhor ator coadjuvante na Semana do Filme Húngaro 2004.

Classificação indicativa: 10 anos

CANÇÕES DE VIDAS – 2008, 35mm, 100 min, Documentário

Direção: Csaba Bereczki

Na ocasião do enterro do violinista cigano Fodor Sándor, músicos de toda Romênia e Hungria se encontram. Eles não têm nenhuma ligação entre si, mas todos consideram Fodor um mestre. Em homenagem a ele, nasce uma banda, considerada a “Buena Vista Social Club” do Leste Europeu.

Classificação indicativa: 10 anos

ÚLTIMO RELATÓRIO SOBRE ANNA – 2009, 35 mm, 103 min, Ficção

Direção: Márta Mészáros

Hungria, década de 1970. O crítico literário Peter é cooptado por agentes do serviço secreto a trazer de volta ao país Anna Kéthly, heroína social-democrata que vive há muitos anos exilada. Através desse encontro, ele descobrirá uma nova Hungria. Vencedor da Placa de Ouro no Chicago International Filmfestival 2010.

Classificação indicativa: 10 anos

Aglaja.
Aglaja.

AGLAJA – 2012, 35mm, 116 min, Ficção

Direção: Krisztina Deák

Procurando uma vida melhor, uma família circense húngaro-romeno foge para o ocidente durante a ditadura de Nicolae Ceausescu. Para continuar atraindo público, eles precisam inventar um número novo: pendurar a mãe de cabeça para baixo pelos cabelos. Ao mesmo tempo assustada e fascinada, a menina Aglaja acha sempre que sua mãe vai cair e morrer. Baseado numa história real. Prêmio de melhor filme no Antalya Eurasia Filmfestival em 2012.

Classificação indicativa: 10 anos

A CANÇÃO DOS LOUCOS – 2003, 35mm, 106 min, Ficção

Direção: Csaba Bereczki

Zoltán Frimont é um médico Sem Fronteiras que está cumprindo missão na Romênia, quando de repente sofre um colapso e acorda num manicômio na Transilvânia. Ele logo percebe que o mundo do manicômio é muito mais sincero que o mundo lá fora e decide nunca mais  sair de lá.

Classificação indicativa: 12 anos

A PROVA – 2011, Blue-Ray DCP, 89 min, Ficção

Direção: Péter Bergendy

No final dos anos 1950 na Hungria, Andras supervisiona uma rede de espionagem de civis. O que ele não sabe é que o governo também o está monitorando. Seus superiores escolheram a véspera de Natal para implementar “o exame”, um procedimento obscuro projetado para desafiar a lealdade de um agente sem o seu conhecimento. Vencedor do Hugo de Prata no Festival Internacional de Chicago e prêmio de melhor ator no New York Gotham Screen Internacional Film Festival 2012.

Classificação indicativa: Livre

Puska¦üs Hungria

PUSKÀS HUNGRIA – 2009, Digibeta DVD, 116 min, Documentário

Puskás, um dos maiores jogadores de futebol de todos os tempos, veio de uma família simples, quase pobre, e se tornou um ícone internacional. Sua infância foi marcada pela emigração. Mas ele nunca esqueceu que é o Sr. Hungria e que deve sempre se comportar assim. Prêmio de melhor documentário na Semana do Filme Húngaro e no Valladolid International Filmfestival 2010.

Classificação indicativa: Livre

A MENINA QUE DANÇOU ATÉ A MORTE – 2011, Blue Ray DCP, 106 min, Ficção

Direção: Endre Hules

Steve é um ex-dançarino que volta para a Hungria depois de muitos anos morando fora. O comunismo desapareceu, mas seu irmão ainda está trabalhando com a mesma pequena companhia de dança e casou-se com Mari, grande amor de Steve na juventude. Eles decidem encenar novamente seu último sucesso juntos, a história da “Menina que dançou até a morte”. Mas o que Steve quer é se vingar de seu irmão pelo passado. Prêmio de melhor ator na Semana do Filme Húngaro 2011.

Classificação indicativa: 12 anos

CAROS AMIGOS TRAÍDOS – 2012, Blue Ray DCP, 93 min, Ficção

Direção: Sára Cserhalmi

Depois da mudança do regime, Antal Czettl vai a Biblioteca Nacional a fim de conhecer os relatórios escritos sobre ele. Ele se surpreende ao descobrir que os relatórios foram feitos pelo seu melhor amigo, János Pásztor. Prêmio de melhor longa de estreia no Festival Internacional de Varsóvia.

Classificação indicativa: 12 anos

A Cancão dos Loucos.
A Cancão dos Loucos.

Serviço: Geração Praça Moscou: O Cinema Húngaro Contemporâneo

Data: De 28 de maio a 09 de junho – de terça a domingo

Local: Cinema do CCBB (Setor de Clubes Sul, Trecho 2, Lote 22)

Entrada franca – As senhas serão distribuídas a partir de 1 hora antes do início de cada sessão.